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O Ibovespa renovou seu recorde pela décima primeira vez consecutiva, encerrando o dia acima dos 155 mil pontos, em número preliminar. Esta sequência de recordes seguidos no principal índice da Bolsa não é vista desde 1994. O dólar também encerrou a segunda-feira em queda, cotado a R$ 5,30, o menor valor em quase dois meses. Supertele campeã nacional: Justiça do Rio decreta falência da Oi Por que o Brasil tem cada vez menos aeroclubes? Entenda como isso afeta a formação de pilotos O principal fator para o movimento do dia foram as boas notícias vindas do exterior. A possibilidade de um acordo entre republicanos e democratas para dar fim ao chamado shutdown mais longo da história recente dos Estados Unidos, que chega hoje ao 41º dia, elevou o apetite ao risco no mundo. É que, com a volta ao trabalho das autarquias que estão sem receber recursos por conta do impasse na votação do próximo ano fiscal americano, que começou em outubro, indicadores importantes da economia podem voltar a ser publicados. Eles são importantes para o balizamento da política monetária do país, explica Ricardo Benaderet, gestor de fundos do Andbank: — Se chegarem a um acordo, isso anima investidores a tomar mais risco em outros mercados. E, em busca de novos mercados para mais riscos, eles procuram mais os países emergentes — associa ele sobre o movimento nos indicadores. — Parando shutdown, acende uma nova turbina na economia americana, com clareza que o mercado quer por conta da série de indicadores que estão sem ser publicados para tomada de decisão do Fed. É um cenário mais otimista — afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. A sequência de recordes também é explicada por outros fatores, como aponta Isabel Lemos, gestora de renda variável do Fator. — Algumas empresas reportaram resultados melhores; nos EUA, os acordos chegando, tirando insegurança em relação à China; e com queda de juros, há um cenário mais favorável, podendo gerar melhora do fluxo para Bolsa — diz ela, associando o movimento ao apetite vindo do exterior. A leitura é semelhante a de Rogério Freitas, diretor de investimentos da financeira ASA: — O movimento que acontece aqui nos últimos dias com recordes sucessivos é movimento 100% global, já que Brasil sobe com pares — associa ele ao ímpeto de investidores que têm saído dos EUA em busca de investimentos em países emergentes. No ano, outros países com economias semelhantes à brasileira também vê seus principais índices registrarem valorizações: Para Freitas, um motivo que também é relevante na sequência de máximas são os chamados múltiplos baratos, que é a comparação de que as empresas estão com preços mais descolados do lucro que elas dão ao acionista: — Em termos de valuation (avaliação), a Bolsa tem potencial de entregar retornos mais atraentes do que ela entrega — afirma ele sobre a comparação entre preço das ações e lucro. A média histórica dessa relação na Bolsa brasileira é de 11 vezes, ou seja: em onze anos, apenas com os lucros da empresa, seria possível quitar o aplicado inicialmente na compra da ação. Hoje, esta relação está em oito vezes, isto é: é possível quitar a ação, apenas com seus lucros, em um tempo menor. Dólar cai aos R$ 5,30 O dólar encerrou a segunda-feira no menor patamar em quase dois meses, aos R$ 5,307, em desvalorização de 0,55%. É a menor cotação desde 17 de setembro. A moeda apresentou desvalorização global frente a 23 das 31 moedas mais líquidas no mundo e o DXY operava, no horário de encerramento, na estabilidade (zero). Para Benaderet, do Andbank, a queda foi reflexo do aumento do apetite ao risco por conta do possível acordo dos congressistas americanos sobre o shutdown: — Se eles chegarem a um acordo, isso anima investidores a tomar mais risco em outros mercados. Com isso, o dólar perde valor para outros mercados. E aqui nos favorecemos pelo carrego positivo, com juro real acima de 10%, que acaba contribuindo para atrair mais ainda os investidores — associa ele ao atual patamar da Selic, em 15%. A atual taxa em patamar restritivo favorece uma operação chamada carry trade, ou carrego: toma-se financiamento em moedas com juros mais baixos e aplicam em economias de juros altos, como o Brasil, lucrando com a diferença. Para Benaderet, é justamente este diferencial nas taxas que tem realizado certo comportamento na cotação diante da aproximação do fim do ano, em que é comum o envio de remessas de dólares por empresas multinacionais com atuação no Brasil às matrizes no exterior: — Estamos nos aproximando desse período, onde geralmente o Banco Central precisa atua — relembra ele sobre as intervenções da autoridade monetária para evitar perdas maiores no valor do real. Initial plugin text