Castro segue em silêncio 24 horas após prisão de Bacellar, presidente da Alerj
Passadas 24 horas da prisão do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), o governador Cláudio Castro ainda não se manifestou publicamente sobre a detenção de seu principal aliado político no Legislativo. Pela manhã, Castro era esperado às 9h no pré-Cosud, encontro que abriria a série de reuniões do Consórcio de Integração do Sul e Sudeste (Cosud), mas não compareceu até o fim da manhã. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, provável candidato ao governo do estado em 2026, também não comentou a prisão do chefe do Poder Legislativo fluminense e não compareceu à coletiva que faria no Copacabana Palace, na Zona Sul, sobre a organização do réveillon deste ano.
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O governador Cláudio Castro não apareceu no evento que ocorreu na Sala Cecília Meireles, na Lapa, e estava marcado para 9h. A cerimônia abriu os trabalhos com o Fórum Dossiê Mulher 2025, primeira atividade do Cosud. O encontro, que vai reunir governadores do Sul e Sudeste e, nesta edição, também contará com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, além dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, acontecerá na sexta-feira. O Rio sedia o fórum pela segunda vez, com atividades até sábado, quando será lida a carta-compromisso.
Cláudio Castro, que ainda não se manifestou sobre o caso, fez sua única publicação nas redes sociais após a prisão na noite de quarta-feira: um vídeo sobre o combate ao incêndio na Ceasa, sem qualquer menção ao presidente afastado da Alerj.
Já o prefeito Eduardo Paes também evitou citar o episódio. Na manhã desta quinta-feira, por volta das 8h, publicou sobre futebol e o título brasileiro do Flamengo: “Um saco esse negócio de ser institucional como prefeito do Rio. Mas vamos lá: Parabéns Flamengo pelo título do brasileiro! Em tempo: vamos ao que interessa”, escreveu no X, em tom de brincadeira.
A prisão
A ausência e o silêncio de Castro ocorrem um dia depois da prisão de Rodrigo Bacellar, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Unha e Carne. O presidente da Alerj foi detido na sede da Polícia Federal na manhã de quarta-feira. A decisão determinou, além da prisão, o afastamento de Bacellar da presidência da Assembleia. Segundo Moraes, há “fortes indícios” da participação do deputado em uma organização criminosa.
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A PF aponta Bacellar como suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, que prendeu o então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, acusado de tráfico, lavagem de dinheiro, corrupção e atuação como um dos chefes do Comando Vermelho.
A suspeita surgiu após análises de materiais apreendidos naquela operação. Trocas de mensagens entre Bacellar e TH Jóias foram identificadas como indício de vazamento. Moraes escreveu que Bacellar “teve conhecimento prévio da operação policial, comunicou-se com Thiego – principal alvo da ação – e ainda o orientou quanto à retirada de objetos de interesse investigativo”.
Na quarta-feira, a PF cumpriu buscas e apreensões em quatro endereços ligados ao deputado — em Botafogo, Campos dos Goytacazes e Teresópolis — e no gabinete dele na Alerj.
TH Jóias também foi levado para a sede da PF, onde ficou por cerca de 1h20, mas decidiu permanecer em silêncio.
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Bacellar ficará preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio, com direito a sala de Estado-Maior, o que garante condições especiais por ser autoridade.
A Alerj informou em nota que ainda não foi oficialmente comunicada sobre a operação e que, ao receber as informações, tomará “as medidas cabíveis”.
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