Donald Trump is renaming the Kennedy Center after himself. The John F. Kennedy Center For The Performing Arts, better known as the Kennedy Center, will know be known as the Trump-Kennedy Center. Trump...

Comecei a assistir a “Down Cemetery Road” por causa de Emma Thompson e Ruth Wilson. Além das protagonistas de peso, a série lançada pela AppleTV é adaptada da obra de Mick Herron — o autor dos livros que deram origem a “Slow horses”. E a roteirista das duas histórias, Morwenna Banks, é a mesma. Clica aqui pra falar comigo no Instagram Apesar de todo esse vento a favor, demorei dois episódios para ser fisgada, achando que a produção estava aquém do talento das atrizes. Agora, tendo completado os oito capítulos, recomendo ao leitor sem medo de errar: vale insistir. Ela não tem a densidade e a ironia cortantes de “Slow horses” (crítica aqui), mas é possível sentir um “parentesco” entre ambas. “Down Cemetery Road” é mais leve e juvenil, no entanto, vai ganhando musculatura e termina muito melhor do que começa. Emma Thompson e Ruth Wilson nem sempre aparecem juntas, mas brilham individualmente e quando contracenam. Suas personagens são bem construídas e convincentes. A ação se passa em Oxford, naquela atmosfera encantadora das pequenas (mas nem tanto) cidades inglesas. O lugar tem aquela arquitetura típica, ruelas, a vibração alegre de um centro universitário, pubs e muitas bicicletas. Ruth Wilson vive Sarah, uma restauradora de arte. Somos apresentados a ela preparando um jantar. A ideia é ajudar o marido, um empresário (Tom Riley), a impressionar um futuro investidor (Tom Goodman-Hill, o abusador de “Bebê Rena”). Eles estão na mesa com mais um casal quando uma explosão acontece na vizinhança. Os bombeiros resgatam uma garotinha, Dinah, da casa em chamas, mas a mãe dela morre no incêndio. Esse fato faz disparar o suspense que amarra o enredo. No dia seguinte, Sarah vai ao hospital para deixar um cartão para a menina, mas seu acesso é vetado pelos enfermeiros. Ela estranha o mistério e sua preocupação aumenta quando constata que nenhuma reportagem sobre a tragédia menciona Dinah. Então procura um detetive particular, Joe (Adam Godley). Ele é casado com Zoe (Emma Thompson). Ferinti Balogun/Down Cemetery Road. O ator vive o vilão da trama e dá um show Appletv Por trás de tudo isso, há conspirações envolvendo os altos escalões do governo e muita gente malvada. A trama volta e meia fica confusa. Essa fragilidade fica evidente com muitos impasses se resolvendo graças a algum deus ex machina. Outro problema é um certo tom farsesco. Há momentos em que essa chave esvazia o suspense, ou seja: a realização briga com o roteiro. No geral, entretanto, o enredo consegue prender a atenção. Recomendo ao leitor prestar atenção à cena do penúltimo episódio quando Zoe declama um trechinho do poema de Philip Larkin que dá nome à série. É bonito. PS: Indico também a excelente “Cazuza, além da música”. A série documental do Globoplay tem direção de Patricia Guimarães. São quatro episódios curtos e simplesmente imperdíveis. Fiz um comentário sobre ela no “Estúdio CBN”, você ouve no aplicativo da rádio (o link está aqui).