Após renúncia de ministros, Zelensky sanciona ex-sócio suspeito de desviar R$ 500 milhões em esquema no setor energético
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, determinou nesta quinta-feira a aplicação de sanções a um colaborador próximo e ex-sócio envolvido em um escândalo de corrupção que abalou o país em meio à guerra com a Rússia. A medida ocorre um dia após Zelensky ter forçado a renúncia de seus ministros da Energia e da Justiça, implicados em um esquema de lavagem de dinheiro no setor energético.
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A medida presidencial impõe sanções econômicas "pessoais especiais" a Timur Mindich, empresário de 46 anos, incluindo o congelamento de seus bens. Investigadores identificaram Mindich como o mentor do esquema no qual US$ 100 milhões (cerca de R$ 520 milhões, na cotação atual) em fundos do setor energético foram desviados.
Mindich é co-proprietário da produtora Kvartal 95, fundada por Zelensky quando o presidente era um famoso comediante. O empresário, que deixou a Ucrânia antes do escândalo vir à tona, também é suspeito de ter influenciado decisões do alto escalão do governo, incluindo o ex-ministro da Defesa Rustem Umerov, atual secretário do Conselho de Segurança Nacional.
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A ministra da Energia da Ucrânia, Svitlana Grinchuk, e o ministro da Justiça, German Galushchenko, renunciaram na quarta-feira a pedido de Zelensky, após a revelação do escândalo de corrupção.
Galushchenko, ex-ministro da Energia, também é acusado de receber "benefícios pessoais" em troca de conceder a Mindich o controle dos fluxos financeiros do setor energético.
Grichuk não está diretamente implicada nas acusações de corrupção, mas a imprensa ucraniana a considera uma confidente próxima de Galushchenko.
G7 diz que cessar-fogo é 'urgente'
Os ministros das Relações Exteriores do G7 fizeram um apelo por um cessar-fogo imediato na Ucrânia, enquanto expressavam seu apoio “inabalável” à integridade territorial do país, ao concluírem uma reunião no Canadá na quarta-feira.
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“Condenamos veementemente a recente escalada da violência”, afirmaram os ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos Sete numa declaração conjunta, ao concluírem uma reunião no Canadá, manifestando preocupação específica com os atos de violência sexual no Sudão devastado pela guerra.
No mesmo comunicado, os chanceleres do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos declararam que “é urgentemente necessário um cessar-fogo imediato” na Ucrânia.
Também nesta quinta-feira, em meio ao escândalo, Zelensky anunciou que visitou soldados que lutam na região sul de Zaporizhzia, onde os militares russos reivindicaram avanços recentes.