Aliados reagem a operação e dizem que Bolsonaro está sendo tratado como ‘criminoso’
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram nesta sexta-feira à operação da Polícia Federal que determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e o uso de tornozeleira eletrônica.
Na avaliação do 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), a operação é antidemocrática:
— Considero desnecessário essas medidas restritivas. Calar o presidente Bolsonaro é um absurdo, antidemocrático. Totalmente desnecessária — disse.
O argumento usado por Altineu foi replicado em postagens de apoiadores. O ex-secretário do Ministério de Comunicações, Fábio Wajngarten, afirmou não ter nenhum “fato novo”. “Ele sempre cumpriu tudo que lhe era injustamente imposto”, defendeu.
O deputado federal Sanderson (PL-RS) afirmou que o que fazem com Bolsonaro seria “covardia”. “A perseguição nojenta e covarde não para”, escreveu.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também repudiou: “está sendo tratado como um criminoso”, afirmou.
O ex-presidente tem mandados de busca e apreensão expedidos na sede do PL e em sua casa, em Brasília. Por determinação da Suprema Corte, terá que usar tornozeleira eletrônica e se afastar das redes sociais. Ele é réu na ação da trama do golpe.
Tão logo a decisão foi tornada pública, a operação repercutiu entre os apoiadores do ex-presidente nas redes sociais. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), usou a estratégia de classificar Bolsonaro como perseguido político e disse que isso vai se reverter favoravelmente para a direita entre a população.
“Isso não é justiça. É censura. É a tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões. Enquanto corruptos são soltos, um ex-presidente é vigiado como bandido. Mas quem tem a verdade como escudo, não teme a mentira de toga. A história está anotando tudo. E o povo também".
Outros parlamentares associaram a operação com uma carta divulgada ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que critica justamente o cerco judicial contra Bolsonaro.
O senador Jorge Seif (PL-SC), amigo dos filhos do ex-presidente, foi um dos que citou a carta.
“Quando Trump afirma que o Regime instalado no BR persegue Bolsonaro, não exagera. A operação da PF hoje contra JB, motivada por uma ação do PT, sob relatoria de Alexandre de Moraes, com parecer favorável da PGR visa proibi-lo de usar redes sociais, acessar embaixadas, usar tornozeleira e outros absurdos. Que país é esse?”, disse.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC) também falou de Trump e das ameaças dele de taxar o comércio brasileiro em 50% a partir de agosto.
“Inacreditável. Após Trump ser claro quanto as causas das sanções aplicadas ao Brasil, a perseguição fica ainda mais implacável contra Bolsonaro e sua família. Isso só confirma o estado de exceção que estamos vivemos”
Já o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) deixou claro o estado de desespero que tomou conta dos aliados do ex-presidente diante da decisão e pediu orações para Bolsonaro:
“VAMOS ORAR PELO MEU IRMÃO BOLSONARO E SEUS FAMILIARES! Ele está sofrendo uma perseguição sem fim! PERSEGUIÇÃO SEM FIM”.