Para ficar perto do filho, americano troca Chicago pela Barra e abre quiosque na praia
Quando o atendente Michael Bryan saiu com o seu irmão da pequena cidade de Carry, no estado americano de Illinois, para assistir à Copa do Mundo de futebol no Brasil, em 2014, nem imaginava que a sua vida mudaria para sempre. Na viagem, ele se relacionou com uma brasileira com quem teve um filho, Patrick, hoje com 9 anos. Nos últimos meses, Bryan realizou um sonho: mudou-se para o Rio de Janeiro, para ficar perto do menino, e acaba de abrir um quiosque na Praia da Barra: o Sunset foi inaugurado na última quarta-feira, próximo ao Posto 3.
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— Nos últimos anos, eu ficava pensando em como poderia me mudar de vez para o Rio e estar mais presente na vida do Patrick. Lá nos Estados Unidos, eu trabalhava o máximo que podia e virava noites, só para juntar dinheiro e conseguir voltar para cá de seis em seis meses. E deixar meu filho depois de duas semanas dava sempre um aperto no coração — recorda Bryan, que concebeu a nova vida ali mesmo, na orla da Barra. — Sempre que vinha, eu passava muito tempo no quiosque, porque ele mora perto da praia.
Entre o mar carioca e a neve americana, Bryan, atualmente com 39 anos, juntou suas economias e deixou a empresa fabricante de equipamentos médicos em que trabalhava para mergulhar de cabeça na nova vida nos trópicos. Alugou um apartamento na Barra Olímpica, com uma nova namorada brasileira, que conheceu numa das viagens, passou a ver o filho quase todos os dias e começou os preparativos para seu empreendimento. Entre uma coisa e outra, se apaixonou pela cultura brasileira. Agora sua vida é na praia, de short e camiseta, supervisionando o atendimento aos clientes e a cozinha. Realmente, um novo estilo de vida.
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— A maior diferença é o clima. Já estava nevando na semana passada onde eu morava. Lá, você não pode sair direito por seis meses. Os cariocas não entendem o impacto que isso pode ter na saúde mental. Meu filho sempre teve um estilo de vida ao ar livre o ano todo, o que é muito diferente da região de Chicago. Aqui a vida é mais animada e ativa — avalia.
Salão de quiosque Sunset, na Praia da Barra
Divulgação
Ele também pretende imprimir um pouco da sua cultura no Sunset. No cardápio, serve opções de pratos tradicionais do Brasil, mas também um café da manhã típico da região onde vivia. Um dos destaques é o cachorro-quente, ou melhor, o Chicago’s Hot Dog, preparado com pão de leite com gergelim, salsicha bovina cozida no vapor, relish de pepino doce, cebola picada, tomates em rodelas, pimenta biquinho (adaptação da sport pepper) e picles em conserva. Mas ele tem uma outra aposta para conquistar o coração dos clientes da Barra.
— Nosso café da manhã terá os hash browns, algo que não consigo entender como os brasileiros ainda não têm, já que eles amam batatas — diz ele, referindo-se a um quitute feito de batatas fininhas cortadas à juliana e fritas até dourar, normalmente servidas com ovos e bacon. — Encontrei alguns americanos aqui que sentem falta deles, mesmo com hotéis aqui por perto recebendo muitos de nós.
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No Quiosque do Americano, como já está sendo chamado o local por alguns, Michael Bryan também vai servir a felicidade do pai que agora pode estar perto do filho, que pratica até futebol americano no colégio por sua influência, mas também vai com ele ao Maracanã.
— Adoro poder proporcionar ao meu filho e aos seus amigos um lugar na praia, bem perto das suas casas, onde podem se encontrar. Agora não precisamos mais conversar por vídeo, é tudo ao vivo, um sonho se tornando realidade — celebra.
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