Redução das tarifas de metrô e trem no Rio não será possível, reconhece secretária de Transporte do Rio
Priscila Sakalem, secretária estadual de Transporte e Mobilidade Urbana, reconhece que "não será possível concretizar" a redução das tarifas do metrô e do trem do Rio para o valor de R$ 4,70. Essa possibilidade, anunciada em maio pelo seu antecessor, Washington Reis, dependia de assinatura do governador Cláudio Castro. A atual titular da pasta menciona — em ofício enviado à Subsecretaria de Comunicação e Publicidade, assinado no último dia 30 — como motivo as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Estado e pede para suspender uma campanha publicitária, orçada em R$ 15 milhões, que divulgaria a novidade.
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Redução das tarifas de metrô e trem não será possível, reconhece secretária estadual de Transporte
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Em maio, O GLOBO ouviu o então secretário de Transporte, que estimava que os modais sobre trilhos teriam aumento de 500 mil passageiros diariamente com essa redução tarifária. O metrô — que atualmente custa R$ 7,90 — teria um salto de 650 mil para 900 mil usuários, enquanto o trem (hoje com tarifa de R$ 7,60) sairia de 358 mil clientes para 600 mil. Na ocasião, Washington Reis calculava um custo de R$ 500 milhões aos cofres públicos em 2026, cifras que sairiam do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP).
Neste ano, em 7 de abril, Reis enviou um ofício a Nicola Miccione, secretário de Casa Civil, e ao subsecretário de Comunicação Social e Publicidade, Igor Marques, para solicitar a realização de uma campanha publicitária — nomeada de "Tarifa RJ" — que anunciasse o "valor mais justo e acessível para a população". No dia seguinte, a realização foi autorizada pelo então secretário de Transporte, após troca de ofícios.
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A distribuição do montante, em seguida, seria distribuído a quatro agências de publicidade, responsáveis por produção e mídia, assim como execução de mídia. O processo, parado desde julho, voltou a ter andamento no último dia 30, quando Sakalem, após afirmar não ser possível concretizar a redução das tarifas de metrô e trem, afirmou ser "necessário suspender o planejamento de divulgação da ação publicitária". A Subsecretaria de Comunicação Social e Publicidade, então, foi acionada para adotar as "medidas adequadas".
Neste ano, as barcas tiveram redução da tarifa, a partir de um convênio entre Barcas Rio e a prefeitura de Niterói. O valor da linha de Charitas deixou de ser de R$ 21, para R$ 7,70, enquanto as linhas Arariboia, Cocotá e Paquetá, que antes tinham tarifa de R$ 7,70, atualmente custam R$ 4,70.
Em nota, o governo do estado informou que "não desistiu da política pública de redução das tarifas dos transportes", mas afirmou que a decisão "precisa levar em consideração a responsabilidade com as contas públicas diante de uma previsão de déficit orçamentário para 2026". Segundo a nota, "foi solicitado à Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana que realize estudos sobre como viabilizar a nova tarifa, avaliando o impacto sobre a atual realidade financeira do estado e projeções futuras". Quanto à campanha publicitária, o governo informou que "os recursos não utilizados foram devolvidos e poderão ser utilizados em outras ações".
O MetrôRio também se pronunciou sobre a decisão, afirmando que "considera fundamental a implementação de política tarifária que torne os modais sobre trilhos mais acessíveis à população fluminense". A concessionária reforçou que o Rio tem a tarifa mais cara do Brasil, "justamente por ser o único sistema do país sem subsídio universal para seus passageiros". Segundo a empresa, em outras cidades, o subsídio é superior a 50% do valor da tarifa técnica (custo da operação): "Caso no Rio de Janeiro fosse implementada semelhante medida, a tarifa pública seria inferior a R$ 4,00". Por fim, o MetrôRio informou que "seguirá em contato com o governo estadual para a análise das melhores práticas e políticas com o intuito de contribuir para se alcançar uma solução de política tarifária que incentive o uso do transporte de alta capacidade".