No período de seca em 2023 e em 2024, as famílias de agricultores e produtores de farinha na região de Tefé (AM) ficaram sem água para deixar a mandioca de molho, técnica necessária à produção. Não há água também para o transporte. Os jovens precisam carregar sacos de até 80 kg até rio mais próximo.

A sequência de secas extremas impacta de forma decisiva a produção de farinha de mandioca e a pesca de pirarucu no médio rio Solimões, um dos lugares amazônicos onde mais se produz farinha e onde se consolidou o manejo sustentável do peixe gigante da Amazônia. A crise climática muda tudo @folha.com

Menos de 1 ano depois, o trecho do rio Solimões que banha área indígena na região de Tefé (AM) voltou a virar deserto. Eu e Lalo de Almeida estivemos na terra Porto Praia em 13.out.23. Voltamos agora, 18.set.24. O cenário é ainda pior, com bancos de areia mais extensos e menos navegação @folha.com

Já no sul do AM, o nível mínimo histórico do rio Madeira está provocando o desaparecimento do lago Carapanatuba. Em condições normais, o lago fica a 40 min do rio. Com a seca, a 4h. E são mais 3h até Humaitá. O igarapé que leva ao lago e o lago estão ficando intransitáveis. As pessoas estão ilhadas.

O fogo descontrolado na Soldado da Borracha, em Cujubim (RO), responde por boa parte das ondas de fumaça no estado. O governador revogou decreto que criava a unidade de conservação. Foi a senha para invasão de grileiros e gado. No mesmo lugar, estão pequenos posseiros, que acabam cercados pelo fogo.

Na fronteira da devastação, fogo sem controle cerca famílias e sumiço de lago deixa comunidades ilhadas. A Estação Ecológica Soldado da Borracha, que é responsabilidade do governo de RO, não para de pegar fogo. Em Humaitá (AM), vazante histórica do Madeira isola quem precisa dos lagos. Na @folha.com

Na @folha.com, o 3o capítulo da série de reportagens "Amazônia na rota do petróleo": novos blocos, leiloados em dezembro de 2023, interferem em terras indígenas e unidades de conservação. Nesses lugares estão comunidades que desconhecem a ofensiva do que pode ser uma nova fronteira de óleo e gás.

Num rio com menos de 1 m de fundura, dragas gigantes voltaram a explorar o ouro de forma ilegal. Em um trecho de 100 km na região de Humaitá (AM), mais de 100 dragas e balsas de menor porte operam no garimpo, 15 dias depois de uma operação da PF e do Ibama: www1.folha.uol.com.br/cotidiano/20...

O rio Madeira na região de Porto Velho secou de uma forma como nunca havia sido registrada, e isolou agricultores, especialmente quem planta banana. Esses trabalhadores se viram diante de enormes bancos de areia: www1.folha.uol.com.br/ambiente/202...

As ondas de fumaça que tomam conta de Rondônia, num nível perigoso à respiração, provêm de áreas de terra arrasada, tomadas por grileiros, posseiros e grandes invasores interessados na criação de gado, como mostrou esta reportagem: www1.folha.uol.com.br/ambiente/202...