Megaoperação para conter avanço do CV no Alemão e na Penha deixa mortos e feridos; saiba quem são
Os complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, são alvo de uma megaoperação nesta terça-feira que, ainda pela manhã, já deixou ao menos 20 mortos e 12 feridos, entre agentes, moradores e suspeitos. A ação mobiliza 2,5 mil homens das polícias Civil e Militar e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).
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A megaoperação tem sido marcada por intenso confronto desde o início da manhã. Em diferentes pontos dos dois complexos, foram ouvidas rajadas de tiros. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foram alvos de explosivos lançados por drones, operados por traficantes.
A ação já deixou:
Mortos
Marcos Vinicius Cardoso Carvalho: policial civil chefe da 53ª DP (Mesquita), era conhecido como Máskara. O agente foi baleado na cabeça, socorrido para o Hospital estadual Getúlio Vargas, onde morreu. Segundo relatos, ele era um policial experiente, com mais de 20 anos de carreira na corporação, atuando principalmente no enfrentamento ao crime organizado.
Policial civil da 39ª DP (Pavuna): foi baleado e socorrido, mas morreu a caminho do Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. A identidade ainda não foi confirmada.
18 suspeitos foram mortos, dois deles da Bahia. Até o momento, não há a identificação dos homens.
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Feridos
um homem em situação de rua, ainda sem identificação, foi o primeiro ferido confirmado. Ele foi atingido nas costas e socorrido para Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passou por cirurgia.
Kelma Rejane Magalhães, moradora atingida quando estava em uma academia no Complexo da Penha. Ela foi ferida no glúteo, socorrida para o hospital, onde já recebeu alta médica.
o morador Fernando Vinícius Lopes
o morador Daniel Mello dos Santos
um policial civil lotado na 38ª DP (Irajá). Ainda não há identificação.
um policial civil lotado na 26ª DP (Todos os Santos). Ainda não há identificação.
um policial civil lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ainda não há identificação.
um cabo do Bope. Ainda não há identificação.
um policial militar. Ainda não há identificação.
um policial militar. Ainda não há identificação.
um policial militar. Ainda não há identificação.
um policial militar. Ainda não há identificação.
Megaoperação nos complexos
O objetivo da megaoperação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV. Até o fim desta manhã, 56 pessoas foram presas e 32 fuzis foram apreendidos na ação.
Segundo o Ministério Público, o Complexo da Penha passou a desempenhar papel central na estratégia de expansão do Comando Vermelho por sua localização privilegiada, próxima a vias expressas que facilitam o transporte de armas, drogas e homens armados para outras regiões da cidade. O conjunto de favelas, formado por mais de dez comunidades, serve como corredor logístico e ponto de comando das operações da facção em áreas que vêm sendo disputadas com milícias, especialmente na Zona Oeste.
Ao todo, 67 denunciados foram acusados de associação para o tráfico, e três deles também responderão por tortura.