Puma pode ser vendida para a chinesa Anta Sports, dona da marca de acessórios esportivos Fila
A empresa chinesa de roupas esportivas Anta Sports está entre as companhias que avaliam uma potencial aquisição da Puma, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Listada na Bolsa de Hong Kong, a empresa chinesa pode se unir a uma firma de private equity caso decida seguir em frente com uma proposta pela marca de tênis alemã, afirmaram fontes que pediram anonimato.
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Outros potenciais interessados podem incluir a empresa chinesa rival Li Ning Co, disseram as fontes. A Li Ning — batizada em homenagem ao lendário ginasta que fundou a companhia — tem discutido opções de financiamento com bancos enquanto avalia preliminarmente a Puma, que também pode atrair interesse de empresas de artigos esportivos como a japonesa Asics, segundo as mesmas fontes.
As ações da Puma chegaram a subir 14% nas negociações em Frankfurt, a maior alta desde setembro. Antes do salto desta quinta-feira, os papéis da Puma haviam caído 62% em Frankfurt neste ano, dando à empresa um valor de mercado de € 2,5 bilhões (US$ 2,9 bilhões).
Já as ações da Anta — que é dona de marcas como Fila e Jack Wolfskin — subiram 10% nas negociações em Hong Kong neste ano, alcançando um valor de mercado de US$ 31 bilhões. As ações da Li Ning avançaram cerca de 8% em 2025, para um valor de mercado de quase US$ 6 bilhões.
As discussões ainda são preliminares e não está claro quais pretendentes seguirão adiante com ofertas, disseram as pessoas. As expectativas de valuation da maior acionista da Puma, a bilionária família Pinault, da França, podem representar um grande obstáculo para qualquer transação, acrescentaram. A Artémis, holding da família Pinault, detinha 29% da Puma no fim do ano passado, de acordo com o relatório anual da empresa.
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Um consórcio liderado pela Anta, que também incluía a empresa asiática de private equity FountainVest Partners, pagou US$ 5,2 bilhões em 2019 para adquirir a Amer Sports, dona de marcas como Salomon e Arc’teryx. A Amer realizou uma oferta pública inicial em Nova York no ano passado, com a Anta permanecendo como sua maior investidora, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Tênis Puma Speedcat em exposição em uma loja da marca na Carnaby Street, em Londres,
Betty Laura Zapata/Bloomberg
Um representante da Anta não respondeu a pedidos de comentário, enquanto representantes da Artémis, Asics e Puma recusaram comentar. Em resposta a uma consulta da Bloomberg News, a Li Ning afirmou em comunicado que continua focada no crescimento de sua marca e não conduziu nenhuma negociação ou avaliação “substancial” relacionada à Puma.
Estratégia da Puma
François-Henri Pinault, sócio-gerente da Artémis, disse em setembro que a participação na Puma é “interessante”, mas “não estratégica”, e que as opções relativas ao investimento permaneciam abertas.
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A Puma vem tentando se reinventar sob o comando do novo CEO, Arthur Hoeld, após não conseguir gerar muito entusiasmo entre consumidores por seus produtos nos últimos anos. Em julho, a empresa alemã nomeou o ex-executivo da Adidas, Andreas Hubert, como diretor de operações. Hubert trabalhou 20 anos na Adidas e atuou nos últimos quatro anos como diretor de informações da empresa.
Nos últimos meses, a família Pinault vinha entrando em contato com potenciais compradores da Puma depois que a marca esportiva alemã perdeu cerca de metade de seu valor de mercado no último ano.
Fundada em 1948, a Puma registrou € 281,6 milhões em lucro líquido no ano passado e € 8,8 bilhões em vendas. Seus patrocínios incluem o Manchester City, da Premier League inglesa, a seleção de Portugal e a equipe masculina de handebol da Dinamarca.
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A Puma afirmou no mês passado que planeja cortar mais 900 empregos e focar mais intensamente em corrida, futebol e treinamento. A empresa também está reformulando seus esforços de marketing para criar histórias mais envolventes sobre os produtos enquanto eles são desenvolvidos, na esperança de tornar a marca mais desejável para os consumidores.
A meta da Puma é voltar a crescer até 2027, consolidar-se como uma das três principais marcas esportivas globais e alcançar “lucros saudáveis” no médio prazo.