'Acordei com ele se masturbando', relata paciente dopada e estuprada em hospital público do Rio em depoimento
Jovem de 24 anos estava internada após acidente e diz ter sido dopada e ameaçada com seringa; técnico foi preso em flagrante por estupro de vulnerável Uma paciente de 24 anos denunciou ter sido dopada e abusada sexualmente por um técnico de enfermagem dentro do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio. O caso foi registrado nesta quinta-feira na 22ª DP (Penha), e segundo o depoimento ao qual O GLOBO teve acesso, a jovem relata que o agressor introduziu o dedo em suas partes íntimas, se masturbou diante dela e a obrigou a fazer sexo oral enquanto estava sob efeito de medicamentos.
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"Ele disse que todas dormiriam bem aquela noite, me deu dois comprimidos dizendo que era para pressão, retirou minha fralda e começou a fazer a limpeza. No momento de limpar meu ânus, ele enfiou o dedo”, declarou a vítima, que estava hospitalizada há cerca de dez dias após um acidente de trânsito e aguardava uma cirurgia no joelho e no tornozelo.
O acusado foi identificado como Joaquim Rodrigo Bandeira Portella, de 48 anos. Segundo o relato, ele teria retornado ao leito da vítima com uma seringa nas mãos e feito uma ameaça direta:
“Disse que era para eu ficar quieta, senão injetaria o líquido e eu morreria”.
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A jovem afirmou que, sonolenta, acabou adormecendo e acordou com o técnico à sua cabeceira.
“Ele puxou meu braço quebrado, e acordei de dor. Quando abri os olhos, ele estava com o pênis para fora da calça, se masturbando”, relatou.
“Mandou eu abrir a boca. Muito assustada e sonolenta, eu abri. Ele colocou o pênis na minha boca e mandou eu chupar. Depois de alguns minutos, ejaculou.”
Antes de sair da enfermaria, o agressor ainda teria ironizado a situação: “Deu um tapinha no meu rosto e disse: ‘Muito bem, mãezinha!’”.
Imagens do leito da vítima no Hospital Getúlio Vargas
Reprodução
Após o abuso, a jovem pegou um copo vazio e cuspiu o sêmen. Em seguida, ligou para familiares pedindo ajuda e chamou uma paciente do leito ao lado para buscar uma enfermeira. Ao contar o ocorrido, a profissional recolheu o material genético e o armazenou em uma garrafa com água mineral. Assistentes sociais foram acionadas e a Polícia Militar chegou pouco depois. O técnico de enfermagem foi preso em flagrante no hospital.
Levado à 22ª DP (Penha), Joaquim Portella permaneceu em silêncio durante o depoimento e se recusou a fornecer material biológico para exames. Ele foi autuado por estupro de vulnerável e encaminhado ao sistema prisional.
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A vítima, por sua vez, forneceu espontaneamente amostras de sangue e urina para exames toxicológicos.
A Polícia Civil informou que as investigações continuam em andamento. Já a Secretaria Estadual de Saúde disse em nota que Joaquim era funcionário terceirizado da Fundação Saúde e que ele foi desligado após o ocorrido.