hilda hilst bot
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trechos das obras de hilda diariamente

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(...) mãe e filha tormento sempre e muita solidão, e espadas, gumes o tempo inteiro se batendo.
November 11, 2025 at 12:06 AM
Tu não sabes, Haydum, o aroma da carne, a coisa dulçurosa que é o gozo, não sabes, mas nos deste o depois, esse depois da carne, a pré-memória, depois da carne a penumbra no peito, uma distância por dentro, uma coisa que pergunta: Koyo, isso te basta?
November 10, 2025 at 10:07 PM
Quero brincar, meus amigos, de ver beleza na morte. Mais que na morte, na vida.
November 10, 2025 at 7:59 PM
Corre. O casaco e o coturno estão em seus lugares. Carminadas e altas, vamos rever as ruas e como dizia o Rosa: os olhos nas nonadas. Como tu dizes sempre: os olhos no absurdo. Vem. Liquidifica o mundo.
November 10, 2025 at 4:08 PM
Quero ser santa, quero morrer por amor a Jesus, quero que me castiguem se eu fizer coisas erradas, quero conseguir a salvação da minha alma.
November 10, 2025 at 12:07 AM
Meu pai: este é um tempo de treva.
November 9, 2025 at 10:03 PM
Te sei. Em vida provei teu gosto.
November 9, 2025 at 8:02 PM
Por amor o sacrifício é sempre renovado, por amor há uma entrega contínua, ainda que sem esperança.
November 9, 2025 at 5:58 PM
(...) as bolsas saem cada dia mais bonitas da fábrica e eu saio cada vez pior. (...) o que é uma bolsa de plástico? Uma coisa que não pensa, uma coisa morta. Pensei também: quem vale mais? (...) se alguém encontrar eu e a bolsa jogados na rua, vão escolher a bolsa.
November 9, 2025 at 4:10 PM
Para cantar mais alto é até preciso desdobrar-se em afetos e amar seja o que for, luares e desertos e cantigas de roda e ditirambos.
November 9, 2025 at 12:09 AM
Amargura no dia, amargura nas horas, amargura no céu depois da chuva, amargura nas tuas mãos, amargura em todos os teus gestos.
November 8, 2025 at 10:08 PM
Então como posso estando morto articular ingenuidades e como quem vai beber água te dizer: aconteceu que não imagino mais meu existir sem te ver a meu lado. Então não digo. Então repenso muitas maneiras de dizer, formas coerentes (...)
November 8, 2025 at 7:58 PM
Não consigo voltar ao meu corpo, oh como é difícil deixar de ser o universo e voltar a ser apenas eu (...)
November 8, 2025 at 6:35 PM
O vento no capim. O vermelho cansado deste outono. Os roseirais em mim. E tudo me parece tão tranquilo e leve.
November 8, 2025 at 4:02 PM
Lembra-te que morreremos, meu ódio-amor. De carne e de miséria esta casa breve de matéria, corpo-campo de luta e de suor.
November 8, 2025 at 12:01 AM
Depois, descansarás em meu peito as tuas mãos de sol. O vento de amanhã sepultará em meu ventre cálido como areia, fecundo como o mar, a semente da vida.
November 7, 2025 at 10:13 PM
E esse nascer de flores nos meus pés atrai olhares de espanto. Ainda ontem me vieram dizer se eu as vendia. Meus pés iriam com flores andar sobre o teu silêncio.
November 7, 2025 at 7:59 PM
(...) a língua é grossa e gorda, mas não é só isso, a língua move-se e fere, quando a língua do outro se move, Haydum, em mim nasce a ferida, quando a minha se move, Haydum, nasce a ferida no outro, talvez se dispensasses a língua (...) o mundo seria mudo e outro?
November 7, 2025 at 5:58 PM
(...) dentro de mim é que as coisas tomam corpo, é assim como se eu as engolisse, como se a vida entrasse de repente pela minha boca, pela minha garganta e distendesse os meus pulmões a tal ponto que se tornasse impossível o respirar.
November 7, 2025 at 3:58 PM
O muro do hospital é muito alto, é diferente do muro lá de casa porque lá em casa no muro tem uma trepadeira que se chama primavera e o muro do hospital é liso, branco, tem uma porção de contas de vidro nas beiradas e é sem flor.
November 6, 2025 at 9:59 PM
Dúplices e atentos lançamos nossos barcos no caminho dos ventos. E nas coisas efêmeras nos detemos.
November 6, 2025 at 8:02 PM
Vou fazer uma cerimônia litúrgica a meu modo (...) estender as mãos para a frente, depois para o alto, captar com as pontas dos dedos o fogo de cima, movimentar os braços como uma hélice, envolver-se de chamas, empurrar a chama para o peito e para o meio dos olhos. Estou pronto.
November 6, 2025 at 6:02 PM
Te pareces comigo na efêmera vontade de ser mais vida e menos morte.
November 6, 2025 at 4:12 PM
E intensa me retomo sob o sol.
November 6, 2025 at 12:09 AM
(...) aí ele citou Demócrito: “De acordo com as convenções há doce e amargo, há quente e frio; de acordo com as convenções, há cor. Mas, na realidade, são átomos e o vazio (...) Preste atenção, meu querido amigo: átomos e o vazio. Não tenha medo, vamos, ÁTOMOS E O VAZIO.
November 5, 2025 at 10:03 PM