Lollapalooza: Olivia Rodrigo mescla pop rock com 'sofrência' em show mais aguardado do dia
Atrasada em 45 minutos, apresentação encerrou primeiro dia de festival e marcou primeira passagem da norte-americana no Brasil Era o rosto dela o mais visto em camisetas por todo o Autódromo de Interlagos. Havia ainda uma legião de meninas vestidas como suas sósias, em trajes roxos e pretos, com meias-calças com decalques de estrelas brilhantes (como a cantora também já usou). Foi evidente que o primeiro dia do Lollapalooza — e talvez toda edição — tinha como figura mais esperada a cantora Olivia Rodrigo, uma jovem norte-americana de só 22 anos que subiu ao palco principal sob um atraso de cerca de 45 minutos, no efeito cascata causado pelo risco de uma tempestade de raios que botou o festival sobe alerta mais cedo.
Olivia abriu o show já entregando com seu tipo de pop rock em canções que falam, sobretudo, de relacionamentos afetivos na juventude e outras agruras do amadurecimento. É essa a tônica faixa “Obsessed”, retirada de seu álbum “Guts”, de 2023, que fala sobre uma jovem que está obcecada pela ex de seu namorado. Em tom engraçadinho ela sugere: “Eu sei o signo dela, o tipo sanguíneo, já vi todos os filmes que ela está e, meu Deus, ela é linda!”, confessa na letra.
Trajando um conjunto de top e short preto, coberto com um vestido transparente de glitter, a cantora chegou a se equilibrar sobre uma plataforma elevada revestida num material transparente —- por onde a câmera conseguiu filma-lá baixo pra cima, criando um interessante efeito nos telões. Na sequência, ela lançou mão de “Ballad of a homeschooled girl”, com esforço para cantar o refrão com a intensidade música pedia.
E, apesar da aposta roqueira, o momento de maior sintonia com o público se deu com a melancólica “Drivers license”, tocada ao piano. Trata-se da canção responsável por alçá-la à fama, num pandêmico ano de 2021. Da mesma época, a faixa “Traitor” surgiu na sequência, onde a voz da cantora brilhou um pouco mais.
Dali em diante a apresentação seguiu para a mais recente (e energizada) “Bad ideia, right?” — declamada sobre o som de uma guitarra um pouco mais pesada — e “Love is embarassing”, que afastou de vez a “sofrência” de Interlagos.
Olivia seguiu a receita dos shows apresentados recentemente nos Lollas da Argentina, Chile e na apresentação solo que fez esta semana em Curitiba, no que foi sua primeira passagem pela América do Sul.
Numa toada diversa, ela foi mesclando canções intensas e baladas até encaminhar para o final com o hit “Good for you” — que de tão parecida com o trabalho da banda de pop punk Paramore, passou a incluir os artistas em seus créditos de co-autoria, para afugentar problemas com a Justiça. O dia encerrou energizado com a divertida “Get him back!” — sob os olhos (e ouvidos) da multidão que começava a arredar o pé do campo de lama que o Autódromo se tornou.