Museu do Louvre anuncia reforço e modernização na segurança
A direção do Museu do Louvre, em Paris, apresentou nesta sexta-feira várias medidas para reforçar sua segurança e se modernizar após o espetacular roubo de joias ocorrido há três semanas. No entanto, sem qualquer reforço em seu quadro de vigilância, o que desagradou aos sindicatos.
Na manhã de 19 de outubro, quatro indivíduos instalaram um guindaste aos pés do museu e invadiram a Galeria de Apolo. Em apenas alguns minutos, levaram oito joias da Coroa, avaliadas em mais de 100 milhões de dólares.
Des Cars reconheceu que o museu, que recebeu nove milhões de visitantes em 2024, “precisa mais do que nunca de uma transformação, uma modernização, para se tornar plenamente um museu do século XXI”. Em comunicado, a direção do Louvre também anunciou nesta sexta a criação “imediata” de um cargo de “coordenador de segurança”, responsável por atuar como elo entre todos os departamentos.
A presidente do Louvre, Laurence des Cars, afirmou nesta sexta à rádio France Info que está “ciente” dos problemas de segurança do museu mais visitado do mundo e insistiu na necessidade de sua “modernização”.
Durante uma reunião extraordinária do conselho de administração, os responsáveis pelo museu anunciaram ainda o lançamento, “nas próximas semanas”, de equipes nas imediações e a instalação, “nos próximos meses”, de câmeras de vigilância adicionais.
A reunião de sexta-feira ocorreu em um contexto de grande agitação para o museu, após a publicação de um relatório do Tribunal de Contas, segundo o qual o centro cultural privilegiou “operações visíveis” em detrimento de melhorias nas medidas de segurança.
Várias das medidas emergenciais vão “na direção correta”, mas “lamentavelmente” estão sendo implementadas com os mesmos recursos humanos, advertiu à AFP Bibata Ouedraogo, do sindicato SUD.
Gary Guillaud, secretário da seção CGT-Louvre, celebrou a criação do cargo de coordenador, mas também lamentou a falta de novos “recursos humanos”.
Há vários meses, as organizações sindicais denunciam a falta de pessoal, o que dificulta as tarefas de vigilância do museu, que ocupa uma área de 73 mil m² e abriga cerca de 35 mil obras — entre elas a Mona Lisa e as estátuas que representam a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia. Enquanto isso, a investigação para encontrar as joias roubadas continua. Quatro suspeitos foram indiciados e presos.