Os melhores restaurantes brasileiros do Rio de Janeiro em 2025
Dois de Fevereiro foi eleito o melhor restaurante brasileiro do Rio de Janeiro pelo Prêmio Rio Show de Gastronomia 2024. Confira outros bons endereços na categoria.
2º lugar: SUD, O PÁSSARO VERDE
Há oito anos, a aclamada chef Roberta Sudbrack decidiu voar com as próprias asas — e, desde então, nunca mais esteve sozinha em sua revoada. Sem sócios ou o peso da chamada alta gastronomia, abriu seu restaurante em uma charmosa casa branca, sem placa na entrada, mas que se revela assim que se cruza o portão de madeira. O cheiro inconfundível de comida boa vem direto do forno de barro, a grande estrela do salão, ao lado da cozinha aberta e vibrante, onde pratos ganham os toques finais. Conectada há décadas a pequenos produtores de orgânicos e ingredientes artesanais, Roberta é uma artesã da gastronomia, sempre em busca de novas inspirações no que recebe da terra e do mar. Algumas receitas, no entanto, já se tornaram clássicas e não saem do cardápio, como a couve-flor orgânica assada com homus tahine feito na casa (R$ 67, foto) e a berinjela com missô de tucupi preto (R$ 75). Um de seus xodós, o franguinho caipira (R$ 185) chega à mesa acompanhado de vagens, minicenouras e batatinhas orgânicas. Difícil resistir à panqueca de doce de leite (R$ 55), servida ainda borbulhante. E uma boa notícia para os fãs: após alguns meses de reforma, a chef reabriu o Da Roberta, seu bar de comida de rua em Botafogo. Jardim Botânico: Rua Visconde de Carandaí 35 (3114-0464). Ter a qui, das 18h às 22h. Sex, das 12h às 15h e das 18h às 22h. Sáb, das 12h às 16h e das 18h às 22h. Dom, das 12h às 17h.
3º lugar: SOFIA
Eleito o melhor restaurante brasileiro na última edição do Prêmio Rio Show de Gastronomia, este é o atual reduto gastronômico de Kátia Barbosa. Ao entrar na simpática casa azul-turquesa, o cliente é transportado para um universo de sabores que evocam memórias da chef e frutos de cuidadosas pesquisas sobre ingredientes e hábitos que moldam a culinária brasileira. Aqui, comida de afeto está longe de ser apenas discurso: batizado em homenagem à matriarca da família Barbosa, o restaurante serve uma irresistível coxa de frango com purê de batata, cogumelos e bertalha (R$ 58, foto), um dos pratos preferidos de dona Sofia. Para começar bem, o salpicão de porco (R$ 42), único na cidade, é ótima pedida — e também aparece como entrada no menu executivo (R$ 75, três etapas). A famosa feijoada da Katita é servida sextas, sábados e domingos (R$ 61, individual; R$ 120, para dois). Aos domingos, a casa também oferece café da manhã em formato de bufê (R$ 75, por pessoa), das 9h às 12h, com mesa farta e preparos servidos na hora, como tapiocas e cuscuz. Para encerrar com um toque criativo, o tiramisù brasileiro (R$ 29,50) combina cupuaçu, tapioca, café, ganache de chocolate e nata, numa sobremesa que resume bem a proposta da casa — inventiva e cheia de identidade. Praça da Bandeira: Rua Barão de Iguatemi 257-C (3269-3716). Qua a sex, das 12h às 16h e das 18h às 23h. Sáb, das 12h às 23h. Dom e ter, das 12h às 16h.
Coxa de frango do Sofia, 3º lugar na categoria brasileiro
Rodrigo Azevedo
ACADEMIA DA CACHAÇA
Já são quarenta anos como uma das maiores referências de comida brasileira no Rio. Com dois endereços na cidade, a marca dedicada ao destilado nacional foi fundada em outubro de 1985, no Leblon, quando a cachaça estava longe da valorização que tem hoje. Atualmente, a carta conta com cerca de 80 rótulos produzidos em 13 estados. O carro-chefe é a famosa feijoada (R$ 179,90), feita com lombo, charque, paio, costelinha e linguiça fina. Arroz, couve, farofa, laranja e — claro! — uma dose de cachaça para completar o ritual. Um quitute conhecido por abrir bem os trabalhos são as empadas de queijo coalho com alecrim (R$ 19,90) ou de camarão (R$ 21,90). Para uma pedida individual, o picadinho de carne de sol com farofa de bacon, ovo frito, feijão-manteiga, arroz e banana frita (R$ 64,90) também é uma delícia. Vale explorar a criativa carta de caipirinhas, com destaque para a famosinha (R$ 27,90), uma das mais pedidas, preparada com a pinga mineira de mesmo nome, limão-siciliano, gengibre, mel e pimenta-biquinho. O sorvete de queijo minas com calda de goiabada (R$ 19,90) é o desfecho perfeito. Leblon: Rua Conde de Bernadotte 26 (2239-1542). Seg a qui, das 12h à meia-noite. Sex e sáb, das 12h à 1h. Dom, das 12h às 22h. Barra: Av. Armando Lombardi 800 (98450-1711). Ter a qui, das 12h às 23h. Sex e sáb, das 12h à meia-noite. Dom, das 12h às 19h.
ACONCHEGO CARIOCA
A casa onde nasceu o bolinho de feijoada — iguaria que é patrimônio cultural do Rio de Janeiro — continua encantando gerações com seus pratos para compartilhar. Kátia Barbosa, fundadora e criadora do petisco, segue como consultora, ditando o padrão da cozinha. Os imperdíveis bolinhos são servidos sob escolta de torresmo e batidinha de limão (R$ 44, quatro unidades). Outra entrada famosa é a porção de almofadinhas de tapioca e queijo coalho, recheadas com requeijão cremoso e ervas (R$ 55, seis unidades). Entre os principais, está um dos melhores bobós de camarão da cidade, que chega à mesa acompanhado por arroz e farofa de dendê (R$ 168, para duas pessoas). Para molhar a palavra, o chope Brahma (R$ 12,90), a clássica caipirinha (R$ 28) e as batidas, como a de maracujá com pimenta (R$ 10, 50ml), são escolhas populares. Ao lado da filha, Bianca Barbosa, Kátia assina ainda o cardápio de temperos nordestinos do Kalango, misto de bar e restaurante instalado em uma concorrida esquina de Botafogo. Praça da Bandeira: Rua Barão de Iguatemi 245 (2273-1035). Ter a sáb, das 12h às 23h. Dom, das 12h às 18h.
MARIA E O BOI
Inicialmente uma casa de carnes, o restaurante assumiu sua vocação brasileiríssima sob comando da chef Vanessa Rocha, eleita revelação no Prêmio Rio Show de Gastronomia 2024. O cardápio propõe um passeio por sabores de várias regiões do país, com receitas como o beijo mineiro (língua black angus com feijão-tropeiro e ovo frito, R$ 72), a costela de tambaqui com barbecue de açaí (R$ 92) e os camarões VM ao molho de moqueca com macarrão de arroz (R$ 98). Entre os pratos para compartilhar, destaque para a fraldinha de 550g (R$ 244), que pode vir com aipim crocante com aïoli e parmesão (R$ 42). A sobremesa fica por conta do manjar de coco com cocada de manga (R$ 37). Ipanema: Rua Maria Quitéria 111, Ipanema (3502-4634). Seg, das 12h às 16h e das 18h às 23h. Ter e qua, das 12h às 23h. Sex e sáb, das 12h à meia-noite. Qui e dom, das 12h às 22h.
MARINE RESTÔ
Radicado no Brasil desde 1995, o chef francês Jérôme Dardillac une sua longa experiência à paixão pelos sabores nacionais no menu do elegante restaurante do hotel Fairmont. A salada de queijo de cabra da serra carioca (R$ 75) ganha personalidade com vinagrete de açaí, tomate confitado, pé de moleque salgado e croûtons de pão de queijo. O peixe fresco vindo da colônia de pescadores do Posto 6 é a base de um prato saboroso, servido com purê de banana-da-terra assada, crocante de couve com laranja-baía e farofa de amendoim (R$ 165). Para compartilhar, destaque para as carnes preparadas no forno Josper, a carvão, como a barriga de pirarucu com emulsão de tucupi trazido do Pará (R$ 250, 500g) e a fraldinha angus com demi-glace de guaraná (R$ 450, 600g). O baião-de-dois vegetariano (R$ 55) acompanha bem ambos. As sobremesas, verdadeiras obras de arte, fazem jus às cinco estrelas do hotel — com destaque para a caju (R$ 65), feita com ganache de chocolate branco, limão-galego e crocante de castanha-de-caju, no formato da fruta. Copacabana: Fairmont. Av. Atlântica 4.240 (2525-1232). Diariamente, das 12h30 às 16h e das 19h às 23h.
PESCADOS NA BRASA
Depois de conquistar o público carioca com seus peixes amazônicos na brasa e rodas de carimbó (um domingo ao mês) no Riachuelo, a casa dos maranhenses Adriana Veloso — que recentemente participou do reality “Chef de alto nível”, da TV Globo — e José Maria, o Júnior, chegou à Zona Sul em março deste ano. A nova unidade no Leblon, com deque na calçada, traz pratos exclusivos, como o bolinho pororoca (R$ 42,90), feito com massa de piracuí com batata recheada com camarão, mais maionese de jambu; a costela de tambaqui no tucupi, acompanhada de legumes braseados e farofa de maracujá e castanha-do-Pará (R$ 109,90); e o filhote na crosta de castanha com purê de banana-da-terra e pesto de jambu (R$ 124,90). Os drinques do mixologista Thiago Teixeira ganham novas versões no Leblon: o égua do pará leva cachaça de jambu, limão, espuma de taperebá e raspas de castanha defumada (R$ 36,90). O já conhecido menu degustação (R$ 149,90) segue firme em ambos, com maniçoba, tacacá, costelinha de tambaqui e outros hits. Porém, para dançar o carimbó, é preciso rumar para a Zona Norte. Leblon: Rua João Lira 97 (97895-6221). Seg, das 11h às 16h. Ter a sáb, das 11h às 23h. Dom, das 11h às 18h. Riachuelo: Rua Vitor Meireles 92 (2239-9540). Ter a sáb, das 11h às 21h. Dom, das 11h às 18h.
QUITÉRIA
Não é preciso ser hóspede para desfrutar da boa mesa do restaurante que ocupa o térreo do hotel Ipanema Inn, sob o comando do chef David Cruz. Paulistano com ascendência mineira e recifense, o cozinheiro apresenta receitas que exalam brasilidade, fruto de exímias pesquisas pelos sabores regionais. Para começar o dia, nada melhor que o combo sertanejo (R$ 69): cuscuz com ovo, queijo coalho e banana-da-terra, cartola, suco do dia ou de laranja, chá ou café. Se ainda houver apetite, não dispense os ótimos pães de queijo (R$ 28, quatro unidades). No almoço, há menu executivo de R$ 49 (apenas o prato) a R$ 78 (com entrada e sobremesa). O cardápio principal está disponível das 12h às 22h30, com opções como os bolinhos de camarão com linguiça e gel de manga (R$ 25, três unidades). Um sucesso da casa, o filé-mignon de sol (R$ 99) com demi glace de rapadura, canjiquinha cremosa, picles de abóbora e quiabo tostado segue como ótima pedida. Para encerrar, a delicada tartelete de goiaba com crumble e sorvete de nata feito na casa (R$ 38) adoça a visita. Ipanema: Rua Maria Quitéria 27 (2267-4603). Diariamente, das 7h às 22h30.
RUDÄ
Desde 2023, o imóvel de dois andares da década de 1930, em uma das ruas mais badaladas do Rio, tornou-se um espaço de referência quando o assunto é comida brasileira contemporânea. Quem dá o tom é o carioca Danilo Parah, chef revelação no Prêmio Rio Show de Gastronomia 2023, que tem como trunfo suas memórias afetivas ao lado da mãe e da avó cozinheiras. Para começar, aposte no frescor da dupla de ostras (R$ 32), com sorbet de manga verde e vinagrete de caju. O bombom de queijo (R$ 65), com texturas de tomate, fonduta de queijo Pardinho, pesto e farelo de pão crocante, também tem seus fãs. Siga para a etapa principal com a versão do chef para o clássico camarão com chuchu (R$ 129), que traz os crustáceos grelhados com batata-baroa, fondant e picles de chuchu e molho bisque com tucupi. Já a paleta de boi curraleiro (R$ 92), raça brasileira com sabor marcante, é servida com batatas chamuscadas, agrião de rama e molho de legumes tostados. Termine com um afago do bolo de aipim (R$ 38), com sorvete de capuccino e calda toffee. Ipanema: Rua Garcia D’Ávila 118 (98385-7051). Dom a ter, das 12h às 23h. Qua a sáb, das 12h à meia-noite.
SABORES DE GABRIELA
Um pedacinho da Bahia no Jardim Botânico. Assim é o atual reduto da chef Ísis Rangel, que se consagrou à frente do extinto Siri Mole, em Copacabana, por mais de duas décadas. Desde 2018, ela divide o comando com a filha Erika, determinadas a manter vivo o legado de celebrar a culinária baiana em terras cariocas. A referência à obra de Jorge Amado — onde a comida é parte essencial das histórias — dá o tom da casa e aponta o caminho para um menu de raízes tradicionais. Ao chegar ao charmoso sobrado, comece pelo acarajé (R$ 39), receita emblemática da chef, nascida em Canavieiras e radicada no Rio há três décadas. O bolinho de feijão-fradinho com cebola, frito no dendê, chega como manda a tradição: com vatapá, caruru, camarões e salada de tomate. As moquecas são as estrelas do cardápio, com versões de peixe, siri ou camarão (R$ 119, individual; R$ 205, para duas pessoas) e também uma ótima opção vegana (R$ 71 ou R$ 121), feita com banana-da-terra, abobrinha, berinjela e manga. Para encerrar, escolha entre os doces caseiros de goiaba, banana ou cajá (R$ 21). Só vai faltar mesmo a vista do Farol da Barra. Jardim Botânico: Rua Maria Angélica 197 (3796-0905). Ter a sáb, das 12h às 23h. Dom, das 12h às 21h.
TERRITÓRIO APRAZÍVEL
Com uma vista privilegiada do Rio, esse restaurante é um dos encantos de Santa Teresa e, há quase três décadas, atrai cariocas e turistas em busca de boa comida e paisagens inesquecíveis. A cada visita, surgem novos ângulos para admirar a cidade — seja nos jardins com gazebos de madeira, seja na varanda da casa principal. Entre um suspiro e outro, vale provar as delícias da chef Ana Castilho, que trabalha majoritariamente com ingredientes orgânicos. É o caso da casquinha de caranguejo (R$ 58), inspirada na culinária amazônica, com farinha d’água e caranguejo de Bragança, no nordeste do Pará. Suas raízes mineiras brilham no pão de queijo da Serra da Canastra e grana padano, recheado com copa lombo ou linguiça de Tiradentes (R$ 62, seis unidades), um clássico da casa. O polvo carnaval (R$ 190), com batatas e ratatouille, também é uma boa tradicional, enquanto o baião com tucupi (R$ 75) oferece uma saborosa opção vegetariana. Para encerrar, a manga maravilha (R$ 48), em infusão de capim-limão com sorbet de tucumã, é leve e refrescante. A carta de bebidas impressiona com mais de cem rótulos de cachaça e uma seleção de vinhos naturais. O serviço de café também merece destaque. Em tempo: o Secreto, espaço onde a chef serve um menu degustação para até dez pessoas, está disponível sob reserva. Santa Teresa: Rua Aprazível 62 (96741-3850). Ter a sáb, das 12h às 23h. Dom, das 12h às 18h.
YAYÁ COMIDARIA POP
É nesta casa no Leme que a chef Andressa Cabral celebra sua ancestralidade com pratos brasileiros de raízes africanas. Um bom começo é a patota de cosme (R$ 38), um combo de petiscos que faz um passeio gustativo pelos sabores típicos das festas de Ibeji, reunindo vatapá, caruru, omolokum, acaçá e miniacarajé. Outro combo apetitoso traz pastel de polvo com vatapá, croqueta de moqueca e bolinho de jiló com linguiça ou de banana com carne-seca (R$ 38). A versão de frango com quiabo da casa vem acompanhada de cuscuz cítrico (R$ 56). Para compartilhar, vale experimentar o arrumadão de picanha de carne de sol com pirão de queijo (R$ 172), servido com arroz e farofa à escolha. O prato especial das sextas-feiras é a feijoada individual (R$ 65), acompanhada de arroz, couve, farofa e torresmo. Para beber, destaque para a limonada de coco (R$ 18), difícil de encontrar por aqui. E para adoçar, o acaçá (R$ 20), sobremesa feita com angu de milho branco, leite de coco e calda de melado. Em breve, a casa ganhará mais uma operação: o bar Yayá Biritaria, em Ipanema. Leme: Rua Gustavo Sampaio 361 (3496-7754). Seg a sáb, das 12h às 23h. Dom, das 12h às 20h.