Ato da esquerda na avenida Paulista reúne 15,1 mil e supera manifestação bolsonarista de junho
Cálculo foi informado ao GLOBO por Pablo Ortellado, que coordena as estimativas feitas pelo 'Monitor do debate político' do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) A manifestação de lideranças da esquerda chegou a reunir aproximadamente 15,1 mil pessoas na avenida Paulista, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (10). O cálculo foi informado ao GLOBO pelo pesquisador Pablo Ortellado, que coordena as estimativas feitas pelo 'Monitor do debate político', do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Ato na Paulista: Cartazes e slogans anti-Trump marcam manifestação de esquerda
O número indica que o público é maior que o da manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 29 de junho, que teve 12,4 mil pessoas no horário de pico, segundo o grupo coordenado por Ortellado.
O ato é organizado pela Frente Povo Sem Medo e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e tem como principais pautas a taxação dos super-ricos, a crítica ao Congresso e o repúdio à taxação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros.
Imagem da TV Globo mostra vista aérea do ato na Paulista
Reprodução / TV Globo
A manifestação teve a presença de lideranças como a deputada federal Erika Hilton (PSOL), a vereadora Amanda Paschoal (PSOL), o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que mencionou a boa presença de público em sua fala no trio elétrico:
— Nós estamos dando um recado. Aqui está acontecendo a maior manifestação de rua no brasil em 2025. Aqui estão os verdadeiros patriotas, não quem é traidor da pátria, não quem usa símbolo nacional para conspirar contra o país. É um ato em defesa do Brasil, do povo brasileiro — disse. — Tenho três recados. O primeiro, para a Faria Lima e para a direita: o jogo está virando. Acabou o tempo em que a gente apanhava calado. O segundo recado é para o governador Tarcísio de Freitas: ano que vem, que ele vá pedir voto em Miami. O terceiro recado é para o Donald Trump: o Brasil não é república das bananas. Trump, que você vá contar de galo lá pros outros lados — falou Boulos.
Nas redes sociais, o governo Lula (PT) também conseguiu mobilizar a base de apoiadores. A postagem do Lula sobre o tema teve o triplo de engajamento em comparação com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A equipe de comunicação do governo captou a fragilidade, explicada pela proximidade do bolsonarismo com Trump. Como mostrou a coluna de Lauro Jardim, Sidônio Palmeira, responsável pela comunicação do governo, tenta emplacar o slogan “Lula quer taxar os bilionários; Bolsonaro quer taxar o Brasil”.