O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, neste sábado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar afirmou que "nunca existiu uma pessoa tão perseguida" quanto o ex-presidente e que sua prisão "não é um ato jurídico", mas um sintoma político de algo "muito mais grave". Além disso, Nikolas definiu a decisão de Moraes como sendo parte da "mente doentia" do magistrado. Bolsonaro preso: de tornozeleira violada a proximidade de embaixadas, leia 9 trechos principais do pedido de prisão assinado por Moraes Ao vivo: Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso pela PF após ordem de Moraes A prisão foi ordenada porque Moraes considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar de Bolsonaro. Além disso, o ex-presidente reconheceu ter usado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que utilizava como medida cautelar por determinação do STF. No despacho, Moraes afirmou que o ato revela a intenção de Bolsonaro de romper o equipamento para facilitar uma possível fuga, em meio à mobilização de apoiadores convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em um vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar convocou uma "vigilía" de oração em frente ao condomínio onde mora seu pai. — Imagina você ser preso porque seu filho chamou uma vigília para você? Ontem, eu disse que Bolsonaro poderia ser preso hoje (sábado), e isso não era nenhuma profecia. Era apenas uma constatação da mente doentia do Moraes, que transformou o sistema de justiça do país em um instrumento de perseguição ideológica — questionou Nikolas. O deputado também utilizou como argumento contra Moraes o fato da prisão ocorrer no dia 22, número de Bolsonaro nas últimas eleições. O magistrado também aplicou uma multa de R$ 22 milhões ao PL, nas eleições de 2022, por litigância de má-fé ao pedir a anulação de parte dos votos. "Isso está longe de ser o mais bizarro dessa história", afirmou Nikolas. — O que está em jogo não é um político. É a fronteira entre a civilização e a tirania — afirmou o deputado, que ainda direcionou uma mensagem aos apoiadores: — Eu preciso te lembrar do slogan de Bolsonaro, "Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos". Deus vai fazer com que a gente não retroceda nem um milímetro — completou. A prisão de Bolsonaro é preventiva e não está relacionada com a execução condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, em que Bolsonaro foi condenado a 27 de prisão, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos. Visita de Nikolas Bolsonaro recebeu a visita de Nikolas, nesta sexta-feira, onde cumpria prisão domiciliar em sua casa no Jardim Botânico, em Brasília. À imprensa, após visitar Bolsonaro, Nikolas afirmou que "alguém quer ver" o ex-presidente morto, já que ele teria dificuldade de "permanecer vivo" se fosse para a cadeia. — Talvez algo que eu vou falar aqui possa ser pesado, mas é verdade: alguém quer ver o Bolsonaro morto. Essa é a realidade. Não vou dar nomes aqui, porque se não eu posso ser preso também — afirmou. O deputado Nikolas Ferreira visita o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro que está em prisão domicilar por tentativa de golpe de Estado Brenno Carvalho / Agência O Globo Onde Bolsonaro está preso A sala para onde Bolsonaro foi levado neste sábado tem cama de solteiro, ar-condicionado e frigobar. O espaço, usualmente destinado a custodiados sob responsabilidade direta da PF, passou por uma reforma recente, diante da possibilidade de Bolsonaro ser preso em função dos processos a que responde. Com a reforma, o local passou a contar com banheiro privado, cama, cadeira, armário, escrivaninha, televisão, frigobar e ar-condicionado. As características são similares ao espaço onde Lula ficou preso, também sob responsabilidade da PF, mas com uma diferença de três metros quadrados. Gráfico mostra a sala da Polícia Federal, em Brasília, onde Jaire Bolsonaro está preso Arte O Globo Em meio à prisão, a defesa do ex-presidente alega que Bolsonaro deve ficar detido de forma domiciliar por conta de sua idade e do quadro de saúde. Aos 70 anos de idade, ele passou por uma série de cirurgias ao longo dos últimos anos e, atualmente, enfrenta crises de soluços.