Assessor de Kassab é alvo de operação da PF por contratos de kits de robótica e pede demissão
A Operação "Coffee Break", deflagrada pela Policia Federal nesta quarta-feira, 12, a partir de suspeitas de fraude em licitações públicas em três estados, tem entre os alvos um assessor da Secretaria de Governo, chefiada por Gilberto Kassab (PSD). Mario Celso Botion, ex-prefeito de Limeira, estava há três meses como responsável pelos convênios com as prefeituras na região de Campinas. Ele será exonerado a pedido, segundo a pasta.
A informação foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e confirmada pelo GLOBO.
De acordo com informações da EPTV, afiliada da TV Globo, as suspeitas da PF recaem sobre a compra de kits de robótica, livros didáticos e licenças de tecnologia de uma empresa acusada de superfaturamento, a Life Educacional. Foram gastos R$ 10,7 milhões quando Botion ainda era prefeito do município. Os agentes cumpriram mandados de busca tanto na casa e numa empresa dele.
Botion divulgou nota à imprensa em que alega que a contratação da empresa "transcorreu de forma regular e transparente, observando todos os princípios legais que referem a administração pública, em especial os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência".
O ex-prefeito assumiu o cargo no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em agosto. À época, ele divulgou um vídeo nas redes sociais, ao lado de Kassab, afirmando que passaria a cuidar de 90 cidades, incluindo Limeira, na função de diretor de convênios do escritório regional da pasta.
O secretário faz elogios ao novo contratado e diz que "não é qualquer governo que pode ter um Mário Botion na sua equipe, com a sua experiência, a sua credibilidade e a sua capacidade de trabalho". O assessor pretende concorrer a deputado estadual em 2026 pelo PSD.
Segundo a PF, a ação cumpriu 50 mandados de busca e apreensão ao todo e seis mandados de prisão preventiva, por determinação da 1ª Vara Federal de Campinas. Além de São Paulo, agentes foram deslocados no Distrito Federal e no Paraná. A investigação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
"Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa", afirma a corporação.