Em processo, Emicida diz que irmão transferiu R$ 6 milhões da empresa 'sem autorização': 'Tristeza'
Cantor e Fióti romperam parceria profissional de quase 15 anos O rompimento profissional de mais de 15 anos entre Emicida e o irmão, Fióti, pegou o mercado musical de surpresa. A relação da dupla estava desgastada e o motivo, aparentemente, era divergências na gestão das empresas. Mas o buraco é mais embaixo. E os dois agora se enfrentam no Tribunal de Justiça de São Paulo. No processo, que o EXTRA teve acesso, o rapper diz que o irmão transferiu R$ 6 milhões da empresa para uma conta pessoal sem ter autorização.
Gominho atinge 'meta' ao perder 50 quilos e repensa cirurgia plástica: 'Medo de anestesia'
César na primeira 'Vale tudo', Carlos Alberto Riccelli deu conselho a Cauã Reymond: 'Faça do seu jeito'
"Lamentavelmente, o requerido Leandro (nome de batismo de Emicida) foi surpreendido em janeiro de 2025 com a transferência de R$ 1.000.000,00 (um milhão) da pessoa jurídica Laboratório Fantasma Produções, em favor do requerido Evandro (nome de batismo de Fióti) sem que houvesse qualquer autorização de Leandro neste sentido, e sem qualquer razão jurídica, circunstância que o levou a cassar as procurações anteriormente concedidas ao requerente Evandro. Novo saque em igual montante foi realizado em fevereiro de 2025, também sem a expressa autorização de Leandro", diz um trecho assinado pelos advogados de Emicida.
Fióti e Emicida, em 2017, dias antes de estrearem na SPFW
Edilson Dantas / Agência O Globo
Depois de estranharem o saque de R$ 2 milhões, uma investigação foi feita de contas anteriores e encontraram mais R$ 4 milhões em saque, o que fez com que Emicida solicitasse o bloqueio do acesso de Fióti às contas da empresa.
"Não bastasse, após pesquisa, o requerido Leandro (Emicida) descobriu uma série de transferências bancárias em favor do requerente Evandro (Fióti) entre os meses de junho e julho de 2024 que somam a importância de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões), não restando alternativa, senão cancelar o acesso as contas do Requerente, sob pena de dilapidação do patrimônio da sociedade. Antes de adentrar ao mérito da presente manifestação, é importante destacar que estes fatos relacionados aos saques, além de graves, e reveladores de uma quebra de confiança, causam ao Requerido tristeza ao ver o seu irmão adotar tais medidas, sem qualquer explicação, não tendo restando outra alternativa que não adotar as medidas de cassar os poderes outorgados por procuração", continua o texto.
Initial plugin text
Os advogados de Emicida questionaram o pedido de Fióti para bloqueio das contas da Lab Fantasma. E relembraram ainda o início da divergência entre os irmãos: Fióti achava pouco o salário recebido para o cargo administrativo que ocupada.
"Fato é que o requerente Evandro (Fióti) e o requerido Leandro (Emicida) possuem, hoje, divergências empresariais fundadas especialmente na ausência de prestação de contas referente à carreira artística de Leandro por um longo período, assim como quanto à remuneração que lhe é devida, enquanto artista".
Fióti diz que saque foi 'adiantamento de lucro'
A defesa de Fióti rebateu as acusações dos advogados de Emicida sobre o possível desvio financeiro. Ao exibir uma troca de e-mails de janeiro deste ano, o empresário alega que teria R$ 2 milhões de lucro para retirar para ambos. Um extrato é ainda adicionado para mostrar que Fióti encaminhou metade do valor para Emicida.
"A acusação de que Evandro teria 'esvaziado' contas da empresa é completamente infundada. As planilhas financeiras que ora se anexa, demonstram que Leandro, na condição de artista e sócio, foi beneficiário de valores significativamente superiores aos recebidos por Evandro. Constam lançamentos recorrentes e vultosos a favor de Leandro, inclusive a título de cachês, retiradas, transferências e repasses diretos. Em contraponto, Evandro recebeu valores compatíveis com sua posição de gestor, e dentro dos parâmetros acordados entre as partes. Ademais, em email corporativo de 20/01/2025, está documentada a proposta de distribuição de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a Evandro como adiantamento de lucros, visando equalizar a disparidade histórica nas retiradas feitas exclusivamente por Leandro", diz o texto do advogado de Fióti.
O advogado de Emicida explica que a parte do cantor ser maior no repasse de lucros se deve à porcentagem que cada um tem na empresa (sendo 90% a Emicida e 10% a Fióti). Além disso, a Laboratório Fantasma gere também o faturamento de Emicida enquanto artista.
"Reafirma-se o fato de que a Requerida Laboratório Fantasma Produções Ltda. é a titular de fonogramas e direitos intelectuais de artistas, sendo sua responsabilidade arrecadar os valores referentes aos seus ativos e trabalho de seus talentos e, após o decote de um comissionamento variável, repassar a importância liquida a seus artistas. Mais de 80% (oitenta por cento) dos ativos intelectuais e do faturamento da Laboratório Fantasmas provêm da carreira artística do Requerido Leandro (Emicida). Além disso, como sócio majoritário da Laboratório Fantasma, e por mera liberalidade, por se tratar de direitos individuais, o Requerente Leandro manteve expressiva parte do faturamento de sua carreira nas contas da Laboratório Fantasma Produções Ltda., deixando assim de receber a sua remuneração enquanto artista, compositor e intérprete, a fim de viabilizar os investimentos em sua própria carreira e o subsídio da carreira de artistas como Drik Barbosa, Fióti e Rael, havendo neste sentido um débito artístico relevante entre os Requeridos".