Tom Cruise recebe Oscar honorário e é ovacionado em noite de gala em Hollywood
O ator norte-americano Tom Cruise recebeu uma ovação de pé da elite de Hollywood, que se reuniu na noite deste domingo para premiá-lo com um Oscar honorário — a primeira estatueta dourada de sua carreira.
“Escrever um discurso de quatro minutos para celebrar 45 anos de carreira é o que nesta cidade se conhece como uma missão impossível”, brincou o mexicano Alejandro González Iñárritu, que dirigiu Cruise no vindouro filme “Judy”.
Ao som da inconfundível trilha de “Missão Impossível”, saga que marcou sua trajetória, Cruise, de 63 anos, subiu ao palco do Dolby Hall, em Hollywood, cercado pelo reconhecimento efusivo de colegas como Colin Farrell e Emilio Estévez, com quem contracenou, além do lendário Steven Spielberg, que o dirigiu em “Minority Report” e “Guerra dos Mundos”.
Visivelmente emocionado e entre sucessivos agradecimentos, Cruise pegou o microfone.
“Meu amor pelo cinema começou muito jovem”, disse a estrela, que descreveu a telona como o espaço que lhe "abriu os olhos" e “despertou a fome por aventura, por conhecimento, por entender a humanidade, por criar personagens, contar histórias, ver o mundo”.
Um dos nomes mais lucrativos da indústria, com mais de 50 filmes no currículo e conhecido por realizar pessoalmente suas cenas de ação, Cruise foi indicado quatro vezes ao Oscar, mas jamais havia conquistado a estatueta.
Os Oscars honorários, entregues anualmente pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, celebram figuras essenciais da indústria por suas trajetórias e contribuições ao cinema.
“Esta noite não celebramos apenas uma filmografia, celebramos uma vida de trabalho”, afirmou Iñárritu, que arrancou risos ao dizer que, durante as filmagens, testemunhou Cruise executar “a manobra de ação mais perigosa possível”: “Este homem comeu mais pimenta do que qualquer mexicano”.
Cruise retribuiu os elogios ao diretor e aos colegas, além de prestar homenagens aos demais agraciados da noite, entre eles Dolly Parton, vencedora do prêmio Jean Hersholt por seu trabalho humanitário.
Parton, de 79 anos, havia informado que não compareceria por motivos de saúde e agradeceu à Academia por meio de um vídeo.
“Não tínhamos muito para compartilhar, mas minha mãe e meu pai me ensinaram que, quanto mais você dá, mais bênçãos recebe”, disse a lenda do country, que atua em projetos educacionais e outras causas sociais por meio de sua Fundação Dollywood.
Articulações para o Oscar
Sob chuva intensa em Los Angeles, estrelas compareceram à 16ª edição da gala, evento que também serve como ponto de partida para executivos e atores iniciarem suas campanhas rumo ao Oscar, que será entregue em março de 2026.
Na chegada, Ryan Coogler, diretor do filme de terror “Pecadores”, um dos favoritos da temporada, recebeu um caloroso cumprimento de Jacob Elordi, intérprete do “Frankenstein” de Guillermo del Toro.
O diretor-executivo da Netflix, Ted Sarandos, cumprimentou animadamente Wagner Moura, protagonista de “O Agente Secreto”, com o qual o Brasil busca disputar o Oscar de melhor filme internacional — categoria que o país venceu este ano pela primeira vez.
A poucos metros, Elle Fanning e Renate Reinsve, de “Valor Sentimental”, conversavam enquanto representavam a aposta norueguesa para a categoria de filme internacional.
Ariana Grande, Cynthia Erivo e Jonathan Bailey, protagonistas do aguardado “Wicked: For Good”, prestes a estrear nos cinemas, também circularam entre os colegas.
Erivo entregou o Oscar honorário a Debbie Allen, coreógrafa, atriz, dançarina e diretora, com créditos em produções como “Fama”, “Amor, Sublime Amor” e “Grey’s Anatomy”, além de ter dirigido a cerimônia do Oscar por uma década.
A Academia ainda homenageou Wynn Thomas, um dos mais influentes designers de produção de Hollywood.