O @felipeneto.com.br já deve ter gastado mais que isso com a campanha #apostasmatam

O botão “soneca” sabendo que vai ser acionado muitas vezes

A carta de despedida do Vargas entra em quarto lugar.

Principalmente desenho. Não tem condições de assistir um desenho com áudio original e legendado. Vi um vídeo do Wendel Bezerra com o dublador original do Bob Esponja e o BR é 1000x melhor haha

Não imaginem que, após oito anos, o adolescente sairá da internação amando o mundo e distribuindo flores.

A adolescência é a fase mais importante na formação das convicções de uma pessoa. Internar um adolescente por oito anos é o mesmo que privá-lo por completo de uma fase tão essencial para qualquer pessoa.

Sei que essa é uma solução (temporária) que deve ser amplamente discutida pela sociedade, não podendo ser aprovada a toque de caixa pelo Congresso, mas que tem certo mérito. Porém, como eu disse acima, o assunto não se resolve com maniqueísmo.

Entendo que a discussão da redução da maioridade penal deve ser superada. A inimputabilidade dos menores de 18a é cláusula pétrea, não admitindo regressão. O limite do tempo máximo de internação, contudo, pode ser alterado pela legislação ordinária, acompanhando as necessidades do contexto social

A população, por outro lado, tem ainda mais medo de ser vítima de um roubo praticado por um adolescente.

Já atuei em casos em que um único adolescente era autor de ao menos quatro latrocínios. Já ouvi adolescentes dizerem que vão continuar roubando até os 18 anos, porque sabem que em alguns meses suas internações vão chegar ao fim.

Adolescentes em conflito com a lei, com a certeza de que as consequências aos seus atos são curtas e passageiras, demonstram cada vez mais que não têm "nada a perder".

Tem crescido demais o número de adolescentes agenciados por organizações criminosas para a prática de atos infracionais com violência ou grave ameaça.

Da década de 1930 até as décadas de 1980 e 1990, muita coisa mudou em relação à proteção de adolescentes em conflito com a lei. Não podemos esquecer, contudo, que de 1990 a 2024 muitas outras coisas mudaram (e as mudanças sociais são cada vez mais exponenciais).

Estou lendo Capitães da Areia atualmente, após muitos anos da primeira leitura, e hoje tenho um pouco mais de conhecimento para analisar a obra de forma crítica. Jorge Amado já apontava, com vanguardismo, a necessidade de um olhar que foi incorporado na doutrina da proteção integral.

Sim, eu sei que o problema da criminalidade no Brasil é muito mais profundo, tem sua base em políticas públicas e até mesmo modelos econômicos que ultrapassam as discussões do direito penal. É sim necessário adotar medidas de longo prazo, mas também é necessário fazer algo agora.