Estar aqui é tão acolhedor. É como se, sendo da cidade grande, eu tivesse me mudado para o interior, onde ouço o som da natureza, contemplo um céu azul livre de poluição e, principalmente, desfruto de um silêncio tranquilo com uma xícara de chá, numa cadeira de balanço na varanda, observando a vida.

Que o fim do X marque uma nova fase para as redes sociais: que resgatemos o prazer da escrita, os blogs e até o espírito do Orkut. É hora de nos desprendermos dos espaços caóticos e apressados, desacelerar e buscar uma internet mais serena, respeitosa e livre de ruídos. Estou exausta do barulho.

O X é como lembrar de relação abusiva e codependente, que você sabia que precisava terminar por ser insalubre e tóxico mas não conseguia. O Blue Sky representa o momento em que finalmente rompe esse ciclo, busca um novo começo em um espaço no mato e encontra uma pessoa leve, interessante e discreta.

O fim do X me remete à frase de Dark: "O fim é o começo e o começo é o fim." Às vezes, alguns fins são indispensáveis para novos — e melhores — começos. Nem todo término é necessariamente negativo; pode ser a chave para revolução, aprimoramento e novos caminhos, lugares e pessoas.

É reconfortante encontrar um novo espaço, e ainda inexplorado. Meus pés descalços apreciam a sensação do solo e as novas impressões que um ambiente inédito proporciona. A experiência de buscar familiaridade, tocando a terra com sutileza e absorvendo seu aroma, é sensorial. Vou falar mais por aqui.

Nunca fui um usuária proativa no Twitter/X — minha inclinação sempre foi a de observadora, em consonância com minha natureza introspectiva. Contudo, há um consolo em ver que todos aqui estão recomeçando. Sinto mais à vontade em um ambiente onde todos estão no mesmo patamar de incerteza e igualdade.