1 Coríntios 13:4-7
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria; o amor não se porta inconvenientemente; o amor não busca seus próprios interesses.

O amor é inalcançável. Machuca e cura, destrói e reconstrói.
O amor não é invejoso. Minha inveja me corrói.

Eu não mereço um relacionamento com uma pessoa boa. Porque eu jamais poderei proporcionar algo de bom a essa pessoa.
Pessoas ruins, merecem pessoas ruins.

Eu só quero ser concursada, namorar e casar, ter uma casa com um quintal grande e com plantas, ter vários gatinhos, um carro e ser feliz na medida do possível. Esse é o meu maior sonho agora.

Encerrar ciclos de amizade ou namoro é muito difícil pra mim, porque quando a pessoa se vai, ela leva o que eu construí de mim a partir da vivência que tive com ela. E então eu volto a ser vazia, sem personalidade e fico perdida tentando me reencontrar.
Isso acontece desde a minha adolescência.

Preciso constantemente ficar me reafirmando e me lembrando de quem sou, pra não me esquecer e me perder nessa bagunça de sentimentos.

Parece que todo mundo tem algo que eu não tenho.
Parece que falta algo em mim, mas eu não seu dizer o que é.
Me assombra pensar que nunca vou me sentir completa na vida. Esse sentimento de falta me consome porque dói no fundo da minha alma. Eu não sei mais o que fazer.
Deus, não me abandone aqui.

Toda religião é uma forma de se conectar com Deus, porque Deus não possui um lado.

Ele é tão insensível, e eu sou muito sensível. Como posso ser tão parecida com algo que odeio tanto?
Tô tão cansada. É um ciclo sem fim, eu o amo e o odeio na mesma medida. Basta uma frase ou comportamento dele pra fazer a minha cabeça e o meu coração pesarem.

Eu só quero poder viver a minha vida a dois. Amar e ser amada. Mas é algo impossível, porque eu sou eu, e eu destruo tudo o que toco.
Nunca vou viver um amor gentil e tranquilo, porque eu sou instável e intensa, 8 ou 80.
Eu só quero me sentir completa e repleta de amor.

Quinta e sexta, foram dois dias que eu apenas sobrevivi. Não sei como ainda estou aqui, apenas agradeço a minha mãe por todo o cuidado com a minha pessoa.
Ainda estou tentando raciocinar o que aconteceu nesses dias. Mas agradeço por estar viva e sem aquele peso nas minhas costas.
Um recomeço?

Não importa o que eu faça
Não importa o quanto eu me ocupe com os estudos, afazeres domésticos, hobbie, redes sociais.
Nada disso importa. É como se o meu esforço não fosse o suficiente pra minha própria cabeça.
No fim eu me encontro em desespero por estar me afogando nessa falta. Falta de que?

É como se eu fosse descendo de tobogã pro quinto dos infernos de tanta dor e sofrimento que me atinge, e em questão de horas ou dias eu fosse de foguete pra estratosfera de tão feliz e eufórica.

Eu sou a amarra que prende esses dois a ficarem juntos e fingirem esse teatro de ser uma família. Se eu morresse será que as coisas seriam melhores?
Tô cansada de me sentir culpada por algo que eu não tive escolha, é literalmente odiar a minha existência mais do que tudo nesse mundo.

A relação dos meus pais me afeta tanto, que dói na minha alma saber que sou fruto do que um dia deveria ter sido amor.
É como se eu fosse um erro, feito de um molde quebrado. Nasci com inúmeras rachaduras que não tem concerto.
O que eu deveria ser ou me tornar?

Me sinto um fardo na vida deles. É como se eu me culpasse por ter nascido, mas a escolha não foi minha, não tinha como ser. Porém, as consequências recairam sobre mim de uma forma ou de outra.

Sinto que meu pai e Deus me abandonaram, que fui jogada no abismo e que estou me rastejando pelo limbo que é estar dentro da minha cabeça. Meu único abrigo é esse lugar vasto e vazio. Não tenho mais pra onde ir, o que eu faço agora? Estou sendo atormentada pelo fardo da minha existência.

Me afastei do meu pai como forma de preservar as boas lembranças que tenho dele na minha infância, e não deixá-las serem apagadas pelo que ele se tornou. Ainda tenho alguns momentos bons com ele, mas se tornaram raros e rápidos.
Ele mudou tanto, será que se arrepende de ter formado uma família?

Deus, eu estou tão cansada.
Minha cabeça dói, meu peito sangra.
É tão ruim se sentir insignificante pra pessoa que deveria ter como propósito de vida te cuidar.
Eu quero tanto sumir, sumir dessa casa, dessa vida, do meu ser.
Só quero poder chorar nos braços de alguém, não suporto mais nada.

Me irrita o fato dele ficar longe
Me irrita o fato dele estar perto
Me irrita tudo que envolva ele
Me entristece o fato de me recordar dele com os meus olhos de criança
Cresci e me tornei uma jovem adulta, que chora com saudades do papito atencioso, presente e brincalhão
O que aconteceu com ele?