Jorge Valpaços
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valpacosjorge.bsky.social
Jorge Valpaços
@valpacosjorge.bsky.social
Escrevo brinquedos de jogar histórias.
🎲 linktr.ee/lampiaogamestudio 🎲
Obrigado! :)
November 10, 2025 at 3:21 PM
Ofereci café, como mamãe ensinou. Ele, pura pressa cardíaca, disse que não tinha tempo e foi-se embora. Que possa encontrá-lo em outras manhãs manhosas.
November 10, 2025 at 10:53 AM
Daí, dobraram a semana e o Bri (já sou íntimo), decidiu dar um bom dia. Ouvi seu vuruuuuum avoado e, quando notei, sua cauda tesoura já cortava o céu do quarto-sala.
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November 10, 2025 at 10:53 AM
Mas talvez, se não rolasse a troca com os alunos, se não rolasse a troca com quem lê o que escrevo, se não rolasse a troca com quem brinca com meus brinquedos, não estaria aqui.
November 8, 2025 at 11:30 PM
Sei lá porque isso aqui aconteceu. Meio vômito. Meio grito. Sei lá. Tô desgostoso da vida. Tô realmente muito cansado de, pelo menos 2 vezes por ano eu ter de morrer e renascer. De chegar nas salas com tesão e inflamar a galera.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Geral vivendo "o normal" dias depois. Mas não tá nada normal. Tá todo mundo com o olho piscando, mão tremendo, sono quebrado. Aí a aluna fica com o olhar vago. E o espetáculo gera votos.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Papo reto: superação é o cacete. Eu não tenho de seguir, não "vou conseguir". Acontece que geral aqui não tem a escolha de desistir. Dizer que nos orgulhamos do perrengue pra pincelarem exceções e nos colocarem como exemplos dói muito. E sei que vai acontecer.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Aí vem aquele papo de "ser herói", de seguir em frente. Um amigo refletiu recentemente: professor não tem de ser herói, não o é. Galera que trampa com cultura não tem de ser herói de coisa nenhuma. Além de ignorar saberes e técnicas, esse papo naturaliza a "superação".
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Talvez a maior parte de tudo vá pra gaveta. Talvez, não. Eu tô conseguindo escrever agora, né? O copo meio cheio sempre me serve o entorpecente de gosto bom que rega o meu jardim de amanhãs. Ainda que enxergue cada vez menos verde nele.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Livros pela metade, projetos em desenvolvimento que pararam. Ideias para conversas que não qurro mais ter. Projetos. Sonhos. Tudo pro ar. Apenas tô querendo não deixar de querer.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Tô com uns jogos engatilhados que, na moral, não sei se vão rolar porque eu tô mais do que exausto. Eu tô de saco cheio. Magoado demais pra sentir qualquer coisa além de revolta. São 40 anos de cerol cantando. E cada vez mais, geral batendo palma.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Não compareci a eventos incríveis. Não consegui desenvolver uma série de questões. Lecionei de uma forma muito aquém do que poderia, justo nas vésperas do Enem. Tudo porque não tinha cabeça. Não dá pra "separar as coisas".
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Não consegui encerrar a campanha de financiamento coletivo do meu último título, apesar do sucesso e tantas coisas boas que rolaram. O texto foi quase protocolar.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Eu já tô de saco cheio de tudo isso.
Eu não quero ser "o coitado que mora lá".

Eu tinha tanta coisa pra dizer.
Tinha tantas coisas a dividir.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Sei que há preocupação legítima. Agradeci individualmente cada mensagem sincera. Mas, na real, meu santo tá cansado. Quase não respondi. Quase não falei nada. Quase larguei tudo pro alto.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Aí, tudo outra vez. Lentes viram para cá. Certo exotismo caricato se veste de preocupação. "Como é viver no meio da guerra?", quando não, pior.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
E a vida é muito mais que bater em cordas simples, isoladas, secas. Faltam acordes. Faltam harmonias. E o ritmo da rajada do fuzil é distante demais dos 150 bpm, apesar de estar ali, do ladinho do 16° BPM.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Sorrio ao me lembrar que ainda saio quebrado, destruído, depois de mais um morticínio. Ainda sinto. Ainda dói. E a mão testemunha. Nem consigo fazer uma pestana. Todo som sai choroso, doído. Quando sai.
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November 8, 2025 at 11:30 PM
Carne viva de mão ralada na parede de chapisco da brutalidade normalizada. Minha mão, sangue na parede, corpos no chão. Parei de tremer uma semana depois da chacina. Mas a mão, nada de responder.
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November 8, 2025 at 11:30 PM