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2025 está perto de ser o ano mais quente já registrado no Reino Unido
O ano de 2025 está a caminho de ser o mais quente já registado no Reino Unido, de acordo com o acompanhamento do Met Office, órgão oficial de meteorologia local. Especialistas afirmam que a temperatura média dos últimos 12 meses nas nações britânicas deverá ser de 10,05 °C . Se confirmada, esta previsão significaria que 2025 ultrapassaria o recorde atual de 10,03 °C, de 2022. O verão de 2025 foi oficialmente o mais quente já registrado no Reino Unido, com a temperatura média em todo o país atingindo 16,10°C. O que ainda impede a confirmação do fato é a previsão de uma onda de frio entre o Natal e o Ano Novo na região, aponta o Daily Mail. "Se confirmado até ao final do ano, este será o segundo recorde anual de temperatura no Reino Unido nesta década, sendo o anterior registrado em 2022", afirmou Mike Kendon, cientista sénior da equipa de informação climática do Met Office. "Isto não deve ser uma surpresa. Nas últimas quatro décadas, vimos um aumento da temperatura anual no Reino Unido de cerca de 1,0 °C." O especialista afirma que, neste momento, parece mais provável que 2025 seja confirmado como o ano mais quente já registrado no Reino Unido. No entanto, só com o encerramento do ano será possível a confirmação. Caso se confirme a previsão, Kendon ainda alerta que "não demorará muito para que esse recorde seja quebrado novamente". Segundo o Met Office, quatro dos últimos cinco anos no Reino Unido figurarão entre os cinco anos mais quentes de uma série histórica que começou em 1884 – um indicativo da rapidez com que o clima está mudando, alerta a instituição. Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:47 AM
Sono extremo: como dormem animais em ambientes severos e cercados de predadores
Os pinguins-de-barbicha da Antártida compartilham tarefas parentais: um deles cuida do ovo ou do pequeno filhote para mantê-lo aquecido e seguro, enquanto o outro nada para pescar e garantir a refeição da família. Depois, eles trocam de papéis, mantendo esse trabalho ininterrupto por semanas. Esses pais pinguins enfrentam um desafio comum: como dormir o suficiente enquanto ficam de olho nos recém-nascidos? Cientistas descobriram que a espécie sobrevive tirando milhares de cochilos por dia, cada um com duração média de apenas quatro segundos, mostra reportagem da agência AP. É o “microssono”. O sono é universal, “apesar de ser muito arriscado”, afirma Paul-Antoine Libourel, pesquisador do Centro de Pesquisa em Neurociências de Lyon, na França. É durante o sono que os animais ficam mais vulneráveis ​​a predadores, mas, apesar dos riscos, nenhuma criatura consegue evitar o sono completamente, mesmo quando é extremamente inconveniente. Das baleias às águas-vivas, todos dormem. Mas há uma turma de “sono extremo”. Elefantes-marinhos conseguem dormir em mergulhos profundos, afastados de predadores. Em terra, estes animais aumentam sua média de sono. Steve Gibbs/BAS Nos últimos anos, minúsculos rastreadores e capacetes que medem ondas cerebrais permitiram que pesquisadores vislumbrassem, pela primeira vez, as maneiras variadas e por vezes espetaculares que animais selvagens dormem. Animais que enfrentam condições e ambientes severos evoluíram para dormir de maneiras extremas, como por exemplo, aproveitando cada segundo durante o cuidado constante com os filhos, cochilando em pleno voo durante longas migrações e até mesmo dormindo enquanto nadam, revela a reportagem. No caso dos pinguins, os cochilos se acumulam num total de 11 horas por dia, apontam cientistas após medir a atividade cerebral de 14 adultos durante 11 dias na Ilha Rei George, na Antártida. Já as fragatas conseguem dormir com apenas metade do cérebro funcionando durante seus longos voos. A outra metade permanece semi-alerta, de modo que um dos olhos continua atento a possíveis obstáculos em sua rota. Isso permite que as aves planem por semanas a fio, sem tocar em terra ou água, o que danificaria suas delicadas penas não impermeáveis. Em voo, a espécie evoluiu para dormir enquanto plana em círculos para cima, aproveitando correntes de ar quente que os mantêm no ar com o mínimo esforço. As fragatas conseguem se deslocar 410 quilômetros por dia durante mais de 40 dias antes de pousar, segundo pesquisadores, algo impossível sem a capacidade de dormir em pleno voo. Sono profundo Mas e embaixo d’água? Cientistas monitoraram elefantes-marinhos que dormem enquanto nadam. Não é uma tarefa trivial para alguém que vive na mira de tubarões e orcas. A espécie tende a dormir durante as partes mais profundas de seus mergulhos, abaixo das profundidades normalmente patrulhadas pelos predadores. Esse sono consistia em sono de ondas lentas e sono REM. Durante o sono REM, ou sono de movimento rápido dos olhos, os elefantes-marinhos ficavam temporariamente paralisados — assim como os humanos durante esse estágio de sono profundo — e seu movimento de mergulho mudava. Em vez de um movimento descendente controlado, eles às vezes viravam de cabeça para baixo e giravam no que os pesquisadores chamaram de "espiral do sono" durante o sono REM. Em um período de 24 horas de monitoramento no mar, os elefantes-marinhos dormiram por cerca de duas horas no total. Em terra, essa média de sono aumenta para cerca de dez horas. Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:47 AM
'Rio de Janeiro está um massacre com esse calor', diz entregador de água e gelo
Sintomas e quadros de saúde ligados ao calor provocaram quase 450 atendimentos por dia nas unidades públicas de saúde do Rio de Janeiro nos últimos três dias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Nos dias 23, 24 e 25 a rede de urgência registrou 1.347 atendimentos. Os casos mais comuns de atendimentos possivelmente relacionados ao calor são tontura, fraqueza e desmaios, além de queimaduras solares. Desde a tarde da véspera de Natal (24), a cidade está no Estágio 3 de calor, em uma escala que vai até 5. No nível 3, há registro de índices de calor alto (36°C a 40°C), com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias seguidos. De acordo com o Alerta Rio, sistema de meteorologia da prefeitura do Rio de Janeiro, a temperatura máxima na sexta-feira será de 40°C. Se confirmada a previsão, será o terceiro dia com temperatura de ao menos 40°C, em um intervalo de quatro dias na capital fluminense. No âmbito estadual, o governo fluminense alertou todos os 92 municípios para os perigos do calor excessivo. De 20 a 25 de dezembro, as unidades de pronto atendimento (UPA) do estado atenderam 942 pessoas com sintomas ligados ao calor. A previsão é de mais dias quentes, podendo chegar aos 41°C no domingo. Apenas a partir de terça-feira pode haver chuva fraca a moderada isolada. Jornal Nacional: Veja a previsão do tempo para este sábado (27) Trabalho no calor Nesses dias de calor intenso, uma das principais orientações das autoridades à população é beber bastante água. Diante dessa necessidade, trabalhadores como José Otávio do Amaral Furtado buscam o sustento com a venda e entrega de garrafinhas de água mineral e sacos de gelo para comerciantes na região da Central do Brasil, uma das mais movimentadas do Centro do Rio de Janeiro. “É muito cansativo trabalhar em um sol desses, de 40° Celsius (C), enfrentar o sol do dia todo”, disse à Agência Brasil, nesta sexta-feira (26). “Não dá, o Rio de Janeiro está um massacre com esse calor”, completa, ao lado do triciclo com os sacos de gelo derretendo. Sob um céu sem nuvens e nenhuma chance de chuva, a aposentada Luiza Helena da Cruz, de 69 anos, enfrenta a caminhada com a sombrinha aberta, estratégia para se proteger dos raios solares. “Eu passo bastante protetor solar, tomo bastante líquido e evito andar muito no sol. Fico mais em casa, só saio para ir à igreja ou comprar alguma coisa e volto logo para casa”, explica ela sobre seus cuidados. Em outra parte da cidade, na zona sul, famosa pelas praias, o cenário da última sexta-feira do ano é de calçadão, areia e mar lotados. Dezenas de milhares de pessoas aproveitam para se refrescar nesse período espremido entre Natal e ano-novo. A movimentação intensa é sinônimo de renda para a vendedora Emily Vieira Freire, que há quatro meses trabalha em uma barraquinha de açaí na orla da praia do Arpoador. “Vende bastante”, conta ela, que não esconde os lados negativos do calor. “Dá muita sede, o sol está demais, está muito calor”. Recomendações A prefeitura do Rio lista uma série de recomendações para diminuir o risco de problemas de saúde em dias muito quentes: Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede Consuma alimentos leves como frutas e saladas Utilize roupas leves e frescas Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar Evite a exposição direta ao sol, em especial, das 10h às 16h Em caso de mal-estar, tontura ou demais sintomas provocados em decorrência do estresse térmico, procure uma unidade de saúde Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:47 AM
Com calor, governo de São Paulo emite alerta para economia de água
O governo do estado de São Paulo emitiu alerta para que a população economize água. A medida foi tomada porque as altas temperaturas dos últimos dias provocaram um aumento de até 60% do consumo de água no estado, o que tem pressionado o sistema de distribuição, causando interrupção do fornecimento. O pedido é de uso “consciente da água", banhos mais rápidos e evitar desperdícios e o uso para fins não essenciais, como encher piscinas ou lavar calçadas e carros. "O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento", diz o alerta. A temperatura medida nesta sexta-feira (26) na base do Mirante de Santana, na zona norte de São Paulo, registrou novo recorde para o mês de dezembro. Com 36,2°C, às 15h, foi registrada a maior temperatura no mês desde o início das medições, em 1961. A estimativa é de que a onda de calor se mantenha até o dia 29 de dezembro, com previsão de tempestades já neste final de semana. Nas redes sociais da Sabesp, há reclamações sobre a escassez de água. No perfil da Sabesp no X, por exemplo, há notificações de usuários afirmando que não recebem água em suas residências. Segundo os relatos, há problemas em todas as zonas da capital paulista e até em outras regiões do estado, como no Vale do Paraíba. A Sabesp se manifestou através de nota. A empresa diz que vem registrando um expressivo aumento no consumo de água em dias de temperaturas elevadas, "o que provoca oscilações pontuais no fornecimento e exige ajustes operacionais constantes na distribuição para garantir o atendimento à população”. Segundo a companhia, as áreas altas são as mais afetadas na região metropolitana, já que a pressão da rede é menor. As regiões mais baixas, informa a Sabesp, “seguem sendo abastecidas normalmente”. Num dia de temperatura considerada “normal”, como os da semana passada, a Sabesp produz cerca de 66 mil litros de água por segundo. Nestes últimos dias, diz a empresa, teve de produzir cerca de 72 mil litros por segundo. Além do calor, o estado de São Paulo passa também por uma crise hídrica em seus mananciais causada pela pouca chuva dos últimos meses. Mudança climática X abastecimento de água Crises hídricas, como a que afeta o Sistema Cantareira, em São Paulo, estão se tornando mais graves na medida em que a população cresce e as temperaturas sobem, afirma Jose Marengo, coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), que monitora as secas no Brasil. “As crises hídricas não são apenas crises de falta de chuva, mas de temperaturas muito altas”, afirma. Anos como o de 2025, considerado pelo Governo de São Paulo como um dos piores em uma década em relação à pouca chuva, podem impactar os reservatórios por dois anos, afirma o pesquisador. “Não estamos no volume morto [níveis negativos, como em 2015], mas é perigoso. Quando temos mudança climática com secura do ar e aumento de temperatura, podemos ver esses reservatórios caírem mais rápido”, afirma Marengo. O Sistema Cantareira, que leva água potável a metade da região metropolitana de São Paulo, atingiu no começo deste mês seu nível mais baixo nos reservatórios desde a crise hídrica de 2015. Em 2025, apenas em abril o volume de chuvas esteve acima da média, de acordo com registros da Sabesp, que opera o sistema. Com informações da Agência Brasil. Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:48 AM
Calor extremo: veja dicas para proteger o celular em altas temperaturas
Além de manter a própria hidratação, outro cuidado essencial no verão é proteger o celular das altas temperaturas. O calor extremo que se estende por uma ampla faixa do Centro-Sul do Brasil nesta semana pode causar desde perda de desempenho até problemas mais graves, como o superaquecimento da bateria, com risco de danos permanentes ao aparelho. Evitar a exposição prolongada ao sol e reduzir o uso de aplicativos e jogos que exigem muito do processador são medidas simples que ajudam a controlar a temperatura interna do dispositivo. De modo geral, os smartphones são projetados para operar com segurança em temperaturas entre 0 °C e 35 °C. Na onda de calor que acontece desde o início da semana, os termômetros de estados como o Rio de Janeiro ultrapassaram os 40 °C, o que exige cuidados adicionais. “Deixar o celular exposto à luz solar direta ou em ambientes abafados, como o interior de carros, pode comprometer seriamente o equipamento”, afirma o CEO da Casa do Celular, site especializado na venda de smartphones e acessórios, Hugo Casassanta. Entre as recomendações do executivo estão evitar o uso do aparelho sob sol intenso, especialmente em locais como praia e piscina, e não deixá-lo carregando em ambientes quentes. O processo de carregamento, por si só, já eleva a temperatura da bateria, o que pode agravar o problema. Em períodos de calor extremo, cada vez mais frequentes, também é aconselhável evitar tarefas que demandem alto desempenho do processador, como jogos pesados, gravação de vídeos ou streaming por longos períodos. Fechar aplicativos em segundo plano e desativar processos desnecessários ajuda a reduzir a carga sobre o sistema e o aquecimento dos componentes. Casassanta lembra ainda que o mercado oferece acessórios que podem ajudar na proteção térmica do aparelho. “Existem capinhas e películas desenvolvidas para suportar altas temperaturas. Um bom case térmico pode ser um aliado importante para prolongar a vida útil do celular”, diz. O que a Samsung recomenda Além das orientações acima, a Samsung publicou em seu blog oficial uma série de dicas para reduzir a temperatura interna dos smartphones. Uma delas é desativar o recurso de “brilho adaptável”, que aumenta automaticamente a luminosidade da tela em ambientes claros. Embora melhore a visibilidade, o brilho elevado consome mais bateria e pode contribuir para o aquecimento excessivo do aparelho. A fabricante também sugere reduzir a resolução da tela, ativar o modo avião ou o modo de economia de energia e, em alguns casos, remover a capinha para facilitar a dissipação de calor. Não é necessário adotar todas as medidas ao mesmo tempo: o ideal é testá-las gradualmente e observar se a temperatura do celular retorna a níveis normais. Se o celular continuar superaquecendo com frequência, mesmo após essas precauções, vale reiniciar ou desligar o aparelho por alguns minutos para permitir que ele esfrie adequadamente. Com informações de PCMag, Samsung e G1. Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:48 AM
Novas espécies estão sendo descobertas em um ritmo mais acelerado do que nunca, aponta estudo
Cientistas estão descobrindo espécies mais rapidamente do que nunca, com mais de 16 mil novas identificadas a cada ano, de acordo com um estudo liderado pela Universidade do Arizona, dos Estados Unidos, e publicado na revista Science Advances. “Alguns cientistas sugeriram que o ritmo de descrição de novas espécies diminuiu e que isso indicaria que estamos ficando sem novas espécies para descobrir, mas nossos resultados mostram exatamente o oposto”, afirmou o autor sênior John Wiens, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade do Arizona, em comunicado. A equipe de pesquisa analisou os históricos taxonômicos - termo ligado à taxonomia, a área da biologia responsável por identificar, descrever, nomear e classificar os seres vivos - de cerca de 2 milhões de espécies, abrangendo todos os grupos de organismos vivos. Entre 2015 e 2020, o período mais recente com dados abrangentes,, foram documentadas uma média de mais de 16 mil novas espécies por ano, incluindo mais de 10 mil animais (predominantemente artrópodes e insetos), 2,5 mil plantas e 2 mil fungos. “A boa notícia é que essa taxa de descoberta de novas espécies supera em muito a taxa de extinção, que calculamos em cerca de 10 por ano”, salientou Wiens. “Essas milhares de espécies descobertas anualmente não são apenas organismos microscópicos, mas incluem insetos, plantas, fungos e até centenas de novos vertebrados.” No estudo, também foram analisadas as taxas de descrição de novas espécies ao longo do tempo para projetar quantas ainda poderão ser descobertas no futuro. Foram estimadas que possam existir até 115 mil espécies de peixes e 41 mil de anfíbios - atualmente, cerca de 42 mil peixes e 9 mil anfíbios estão oficialmente descritos - e que o número final de espécies de plantas pode ultrapassar meio milhão. Em média, mais de 100 novas espécies de répteis são descritas a cada ano. John Wiens fotografou este lagarto-de-capacete na Costa Rica. John J. Wiens “Como disse o famoso ecólogo Robert May, se alienígenas visitantes nos perguntassem quantas espécies vivem em nosso planeta, não teríamos uma resposta definitiva”, observou Wiens. “Hoje, conhecemos cerca de 2,5 milhões de espécies, mas o número real pode estar na casa das dezenas ou centenas de milhões, ou até mesmo em alguns bilhões.” Os autores do trabalho ainda preveem que o ritmo de descoberta de novos seres vivos continuará aumentando. E a tecnologia deverá contribuir bastante para isso. “No momento, a maioria das novas espécies é identificada por características visíveis. Mas, à medida que as ferramentas moleculares avançam, vamos revelar ainda mais espécies crípticas — organismos que só podem ser distinguidos em nível genético. Isso é especialmente promissor para descobrir mais bactérias e fungos únicos”, apontou o professor da Universidade do Arizona. E ele completou: “Descobrir novas espécies é importante porque elas não podem ser protegidas até que sejam descritas cientificamente. A documentação é o primeiro passo para a conservação — não podemos proteger uma espécie da extinção se não soubermos que ela existe.” O próximo passo dos pesquisadores é mapear onde a maioria das novas espécies costuma ser encontrada, a fim de identificar hotspots geográficos de biodiversidade ainda desconhecida, e, também, analisar quem está fazendo essas descobertas e verificar se houve uma mudança de um cenário dominado por cientistas europeus para pesquisadores descrevendo novas espécies em seus próprios países. Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:48 AM
Corpo humano não funciona como deveria em temperatura acima de 35°C
A onda de calor que elevou as temperaturas na semana do Natal, no Rio de Janeiro, São Paulo e em outros seis estados ao redor, no Sudeste, Centro-Oeste e Sul, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deve se estender até a próxima segunda-feira (29). Para essas áreas, o órgão emitiu aviso vermelho, de grande perigo, o que significa temperaturas 5º C acima da média por mais de 5 dias e alta probabilidade de risco à vida, danos e acidentes. Com aumento do calor extremo, resultado especialmente das mudanças climáticas induzidas pelo homem, uma série de medidas são necessárias para diminuir o impacto na saúde. De acordo com o clínico geral e coordenador do Pronto Atendimento dos Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Luiz Fernando Penna, esse quadro tem potencial de gerar a falência térmica do corpo. "Essa é uma emergência médica caracterizada pela confusão mental, pele quente e seca e temperatura corporal acima de 40º C", explicou o profissional de saúde. Se o corpo apresentar esses sinais e sintomas, é necessário buscar atendimento médico de imediato, advertiu o médico. Na avaliação do médico do Sírio, o impacto do calor na saúde é subestimado. "Muitas pessoas acreditam que causa apenas mal-estar, mas estamos falando de riscos reais, que incluem desde quedas de pressão até falência térmica", alertou. Quando está muito quente, Penna explica que o corpo humano trabalha no limite. O organismo aumenta a sudorese, o que faz acelerar os batimentos cardíacos e dilata os vasos sanguíneos. "Esses mecanismos, porém, têm limite. E, quando falham, instala-se a falência térmica", explicou. O calor extremo também agrava o quadro de quem convive com doenças crônicas, tais como hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc) e doença renal crônica. Pessoas que fazem uso de diuréticos, anti-hipertensivos, antidepressivos, anticolinérgicos e antipsicóticos também precisam redobrar a atenção. Os medicamentos podem aumentar a dilatação ou descontrolar a regulação térmica natural do corpo. "Para quem já tem uma condição de base, o calor impõe uma sobrecarga perigosa", acrescentou o médico. As altas temperaturas interferem ainda no sono, prejudicando o humor, aumentando a irritabilidade e reduzindo a produtividade, já que afetam o tempo de descanso, a memória e a tomada rápida de decisões. Evite situações de risco Para essas situações, não basta se hidratar, é preciso se proteger, evitar a exposição entre 10h e 16h, usar roupas leves e claras, priorizar ambientes ventilados e não fazer exercícios físicos. Aqueles trabalhadores que não podem evitar sair no calor extremo, como profissionais da construção civil, de entregas e da coleta de lixo, devem fazer pausas frequentes nas horas mais quentes, recomenda. "Não existe adaptação completa para ondas de calor extremas e repetidas", explica Fernando Penna. "Acima de 35°C com alta umidade, o corpo humano simplesmente não consegue funcionar como deveria". A recomendação do coordenador de pronto-socorro é evitar situações de riscos e reconhecer sinais precoces de falência térmica para evitar o colapso. No Rio de Janeiro, já foi comprovado por pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, de fevereiro de 2025, que as altas temperaturas estão relacionadas ao aumento da mortalidade. O risco é maior para idosos e pessoas com alguma doença, como diabetes e hipertensão, além de Alzheimer, insuficiência renal e infecções urinárias. O trabalho da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) analisou mais de 800 mil mortes entre 2012 e 2024. "A maioria dos estudos sobre calor e mortalidade concentra suas análises em doenças cardiovasculares e respiratórias", disse, em nota, o pesquisador João Henrique de Araujo. "Todavia, há estudos que relatam esses efeitos também para doenças metabólicas, do trato urinário e doenças como Alzheimer, sobre as quais dissertamos", acrescenta. O que fazer em casos de calor Antes de planejar suas atividades, procure saber quão quente e úmido será o dia saiba como obter ajuda, anote telefones e informações sobre o serviço de saúde ou de ambulância - para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ligue 192 Mantenha sua casa fresca Sempre que possível, proteja a casa da entrada de calor, feche portas, janelas e cortinas durante as horas mais quentes e abra de noite para refrescar use ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, se disponíveis; mas sem exagerar na regulagem do frio para não causar choque térmico Proteja-se do calor Não saia durante os horários mais quentes; Quando estiver ao livre, use protetor solar, chapéus e guarda-chuvas; Evite permanecer em ambientes fechados e sem circulação de ar, onde o calor se acumula e pode ser mais intenso do que ao ar livre Mantenha-se fresco e hidratado Beba mais água, recuse bebidas alcoólicas acreditando que vai relaxar, o álcool acelera a desidratação Use tecidos respiráveis, roupas escuras e pesadas retêm calor e dificultam a ventilação; Cuidado com banhos gelados, que provocam efeito rebote e fazem o corpo aumentar a produção de calor * Fonte: Unicef e Hospital Sírio-Libanês Mais Lidas
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December 28, 2025 at 8:48 AM
Bloqueio atmosférico causa alerta de calor em oito estados
Um bloqueio atmosférico é a causa da forte onda de calor que afeta vários estados do Brasil neste final de ano. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo para todo o estado de São Paulo, Rio de Janeiro e partes de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. O fenômeno faz com que as temperaturas fiquem até cinco graus acima do normal para esta época do ano em todas estas áreas. Veja as previsões para cada estado afetado São Paulo: Todo o estado de São Paulo está sob alerta de grande perigo. A capital paulista, o interior e o litoral devem ter temperaturas entre os 34ºC e 35ºC. À tarde, a capital tem muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Rio de Janeiro: Todo o estado do Rio de Janeiro também está sob alerta de grande perigo. A onda de calor atinge a capital do estado, toda a região metropolitana, litoral e interior. A temperatura deve chegar aos 39ºC. Há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas à tarde. Espírito Santo: A parte sul do estado está sob alerta vermelho. Temperatura em Cachoeiro do Itapemirim chega aos 34ºC. Sem possibilidade de chuva. Goiás: Sul de Goiás nas proximidades das fronteiras de Minas e de Mato Grosso do Sul tem forte calor. Itumbiara terá calor de 34ºC. Sem possibilidade de chuva. Minas Gerais: Calor intenso na região do Triângulo Mineiro. Temperatura em Uberlândia chega aos 33ºC. Sem chuva. Mato Grosso do Sul: Calor atinge o leste do estado. Temperatura em Três Lagoas chega aos 36ºC. Sem possibilidade de chuva. Paraná: As áreas noroeste e central do estado recebem forte calor. A temperatura em Curitiba, capital, chega aos 31ºC. Há possibilidade de chuva isolada na parte da tarde. Londrina terá 34ºC e possibilidade de chuva e trovoadas. Santa Catarina: O alerta de grande perigo do Inmet também vale para o norte de Santa Catarina, atingindo a cidade de Joinville, onde a temperatura pode chegar aos 32ºC. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:47 AM
Calor nos oceanos alimenta furacões cada vez mais extremos que superaram escala atual, alertam cientistas
O aquecimento dos oceanos está tornando furacões e tufões mais intensos, com tempestades que já ultrapassam os limites da atual escala de classificação, segundo pesquisas apresentadas na reunião anual de 2025 da União Geofísica Americana (AGU), em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Regiões oceânicas que alimentam os ciclones mais fortes do planeta estão se expandindo no Atlântico Norte e no Pacífico Ocidental. Além do aumento da temperatura na superfície do mar, o calor agora se estende a camadas mais profundas do oceano, fornecendo mais energia para a formação e o fortalecimento das tempestades. De acordo com os pesquisadores, a mudança está associada principalmente às emissões humanas de gases de efeito estufa, que podem responder por até 70% da expansão dessas áreas quentes. Com isso, cresce o risco de ciclones extremamente intensos atingirem áreas costeiras densamente povoadas. “Essas regiões de calor aumentaram de tamanho”, afirmou I-I Lin, professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade Nacional de Taiwan, durante apresentação sobre ciclones tropicais no evento da AGU. Lin estuda há mais de uma década os ciclones mais extremos. Após o tufão Haiyan atingir as Filipinas em 2013, causando milhares de mortes, ela passou a defender, junto com outros cientistas, a criação de uma nova classificação para tempestades excepcionais. A proposta é a criação da categoria 6, que incluiria ciclones com ventos acima de 160 nós (cerca de 296 km/h). Atualmente, a categoria 5 engloba todas as tempestades com ventos superiores a 137 nós, sem distinção entre níveis de intensidade extrema. Segundo Lin, a mudança tornaria a escala mais coerente, já que as demais categorias cobrem intervalos de cerca de 20 nós. A categoria 4, por exemplo, inclui ventos entre 114 e 137 nós. Alguns dos ciclones mais intensos já registrados se enquadrariam nessa nova classificação. O furacão Wilma, em 2005, segue como o mais forte do Atlântico. O tufão Haiyan e o tufão Hagibis, que atingiu o Japão em 2019, também ultrapassaram o limite proposto para a categoria 6. Outro caso extremo foi o furacão Patricia, no Pacífico, próximo à costa do México. Com ventos de até 185 nós, ele é considerado o ciclone tropical mais intenso já observado, superando inclusive o patamar sugerido para a nova categoria. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:47 AM
Todo o estado de São Paulo terá sexta-feira de muito calor
A cidade de São Paulo bateu recorde de temperatura nesta quinta-feira (25) com 35,9ºC, a mais alta já registrada para um mês de dezembro. E nesta sexta (26), não será muito diferente. Para a capital paulista é esperada uma temperatura máxima de 34ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. A mínima é 22ºC. Já pela manhã, haverá muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas. À tarde, o cenário é o mesmo. À noite, os paulistanos terão também muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Os ventos são fracos ao longo de todo o dia e durante a noite. Interior Todo o interior paulista também sofre com o forte calor, já que a temperatura está 5ºC acima da média para o mês de dezembro. Bauru tem 35ºC, possibilidade de chuva e vento fracos. Ribeirão Preto tem previsão de temperatura também para 35ºC, chuva e vento fracos. Previsão do tempo: alerta para as altas temperaturas continua Para São José do Rio Preto e região a previsão é 34ºC, sem possibilidade de chuva e vento fraco. Litoral Santos tem máxima de 31ºC, sem possibilidade de chuva e vento fraco. Para Guarujá e Praia Grande, a previsão é 29ºC de máxima, sem possibilidade de chuva e vento fraco. Ubatuba tem máxima de 30ºC e chance de chuva fraca e vento fraco. Recorde também no Rio No Rio de Janeiro, o tempo no Natal também impôs um calorão severo aos frequentadores da cidade maravilhosa, sendo que a máxima de 40,1 °C registrada nesta quinta-feira (25) foi a mais alta para um dia de Natal desde 2014, segundo o sistema Alerta Rio. Nos dias 23 e 24 de dezembro, a capital fluminense registrou 973 atendimentos possivelmente relacionados ao calor, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O balanço foi registrado após a cidade atingir o nível 3 do Protocolo de Calor, de uma escala de cinco níveis que serve de referência para monitoramento de risco relacionado à temperatura. *Com informações da Agência Brasil. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:47 AM
Calor no Rio bate recorde no Natal e gera quase mil ocorrências em dois dias
O clima no Natal do Rio de Janeiro impôs um calorão severo aos frequentadores da cidade maravilhosa, sendo que a máxima de 40,1 °C registrada nesta quinta-feira (25) foi a mais alta para um dia de Natal desde 2014, segundo o sistema Alerta Rio. Nos dias 23 e 24 de dezembro, a capital fluminense registrou 973 atendimentos possivelmente relacionados ao calor, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O balanço foi registrado após a cidade atingir o nível 3 do Protocolo de Calor, de uma escala de cinco níveis que serve de referência para monitoramento de risco relacionado à temperatura. Mesmo com a temperatura elevada ao longo de todo o dia, praias da cidade permaneceram movimentadas até o fim da tarde. Na zona sul, pontos como Ipanema ainda estavam cheios por volta das 18h, com banhistas em busca de alívio para o abafamento, observou reportagem da Folha de S.Paulo. Com a cidade em Calor 3, a prefeitura reforçou orientações de cuidados como hidratação frequente, uso de protetor solar, roupas leves e evitar exposição direta ao sol entre 10h e 16h. Em caso de sintomas como tontura, mal-estar ou sinais de estresse térmico, a recomendação é procurar uma unidade de saúde. Previsão do tempo: alerta para as altas temperaturas continua “Queimaduras solares também tiveram aumento comparado com a média em dias de nível calor 1 – quando o município mantém sua rotina normal e não tem previsão de altos índices de temperatura”, afirmou a SMS, reportou o Estadão. Entre os principais sintomas relatados nos quase mil atendimentos entre segunda e terça-feira, estavam queixas como tontura, fraqueza e desmaios, que são sinais comuns do estresse térmico. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, o tempo segue estável entre sexta-feira (26) e segunda-feira (29), com céu claro a parcialmente nublado, sem chuva e temperaturas elevadas em todos os dias do período. As máximas ficam entre 38 °C e 40 °C. No domingo (28) a previsão do Alerta Rio é de que a máxima suba para 41ºC. Initial plugin text O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) elevou na manhã desta sexta-feira o alerta de "Perigo" que havia emitido para a onda de calor, que atinge Rio de Janeiro, São Paulo e outros seis estados no Sudeste, Centro-Oeste e Sul, para "Grande Perigo". O período de atuação do fenômeno, que se encerrava hoje, foi estendido para até às 18h do dia 29. Segundo o Inmet, as temperaturas podem ficar 5°C acima da média, informou O Globo. Essas situações de temperatura muito acima da média configura uma onda de calor, destacou o g1. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:47 AM
Peixe raro é redescoberto na Bolívia após duas décadas
O Moema claudiae, espécie rara de peixe-rei sazonal da Bolívia, não era avistado há mais de 20 anos e, por isso, foi classificado como “criticamente ameaçado” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Mas isso pode mudar, já que, durante uma expedição de campo recente, os pesquisadores Heinz Arno Drawert e Thomas Otto Litz encontraram uma população viva deste peixe. "Para mim, é algo especial ter redescoberto a Moema claudiae. Isso demonstra que agora temos a oportunidade de preservar essa espécie na natureza”, disse Litz, em comunicado. O peixe foi encontrado em um pequeno lago temporário localizado em um onde a floresta amazônica encontra a savana dos Llanos de Moxos, na Bolívia. Lá, os cientistas também observaram outras seis espécies de peixes-do-fundo sazonais. Isso o torna o conjunto geneticamente mais diverso de peixes-do-fundo sazonais já documentado em qualquer lugar do mundo. Após a descoberta, relatada na revista Nature Conservation, a equipe envolvida enfatizou a necessidade de ações de conservação imediatas. Importante salientar que, nos últimos 25 anos, a Bolívia perdeu quase 10 milhões de hectares de floresta, incluindo áreas úmidas de importância crucial. "Sem uma ação rápida e eficaz para conter a expansão irracional da fronteira agrícola nas terras baixas da Bolívia, corremos o risco de perder alguns dos ecossistemas terrestres e aquáticos mais importantes do mundo e, com eles, os bens e serviços insubstituíveis que eles fornecem", disse o coautor Heinz Drawert. E ele finalizou: “Não podemos esperar alcançar o verdadeiro bem-estar social e econômico a menos que também mantenhamos a funcionalidade dos ecossistemas que o sustentam". Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
Duas pesquisadoras da Uerj participam do seleto grupo do IPCC da ONU
Duas pesquisadoras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj foram selecionadas para participar do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para atuar como autoras do relatório do 7º Ciclo de Avaliação. Elas integram um seleto grupo de 664 especialistas de 111 países escolhidos pelo IPCC. Segundo a Uerj, apenas 18 pesquisadores brasileiros compõem o novo ciclo do IPCC, e a universidade estadual é a única instituição brasileira a participar com duas mulheres, “evidenciando tanto a excelência científica da universidade quanto a importância da presença feminina em espaços estratégicos de formulação de políticas globais baseadas em evidências científicas”. O relatório do IPCC é uma das principais referências internacionais sobre a crise climática, sendo referendado por todos os países signatários da ONU e utilizado para orientar decisões governamentais, acordos internacionais e estratégias de adaptação e mitigação. O documento recomenda políticas públicas e ações, mas não obriga as nações a adotar as medidas nele contidas. A cada ciclo de avaliação, os especialistas selecionados analisam os conhecimentos científicos mais recentes sobre temas como os indicadores físicos das mudanças climáticas, seus impactos e riscos associados, além das possibilidades de respostas por meio de adaptação e mitigação. A primeira reunião dos autores-líderes e coordenadores dos três grupos de trabalho do 7º Ciclo ocorreu na primeira semana de dezembro, em Paris. Os três grupos de trabalho do IPCC abordam dimensões centrais das mudanças climáticas. O Grupo de Trabalho 1 dedica-se às bases físicas do clima; o Grupo 2 analisa impactos, vulnerabilidades e adaptação; e o Grupo de Trabalho 3 trata da mitigação de gases de efeito estufa. O 7º Ciclo de Avaliação será concluído em 2028 com o lançamento do Relatório Síntese. Por ser signatário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o Brasil pode indicar cientistas para compor o painel, cabendo ao IPCC a seleção com base na área de atuação, especialidades e produção científica. As professoras Letícia Cotrim e Luciana Prado, ambas da Faculdade de Oceanografia da Uerj, foram escolhidas, respectivamente, como autora-coordenadora e autora-líder do Grupo de Trabalho 1. Letícia Cotrim, do Departamento de Oceanografia Química, já atuou como autora-líder no 6º Ciclo de Avaliação (2018-2021). Ela está participando como um dos três autores coordenadores do capítulo 4: avanços no entendimento de processos no sistema terrestre e mudanças associadas ao clima. “Dentro do escopo delineado pelo IPCC para este capítulo, entram aspectos do funcionamento de ecossistemas terrestres, marinhos e costeiros, e suas interações com a atmosfera e a criosfera (polos e regiões de alta montanha com geleiras)”, explica a professora. Para Luciana Prado, do Departamento de Oceanografia Física e Meteorologia, ser selecionada para integrar o IPCC representa um marco importante na carreira já que houve muitas inscrições no mundo inteiro para participar do 7º Ciclo. A professa explica que vai participar do Capítulo 2, que vai descrever as mudanças climáticas observadas nas últimas décadas do ponto de vista global, uma espécie de diagnóstico global. “A minha parte está relacionada a compilar os estudos que foram feitos para climas passados, é a paleoclimatologia. Olhando para essas situações, a gente consegue entender melhor como o sistema climático funciona para fazer melhores projeções futuras”, completa Luciana. Grupo de Trabalho 1 Os temas analisados pelo Grupo de Trabalho 1 incluem gases de efeito estufa e aerossóis na atmosfera; mudanças de temperatura do ar, da terra e dos oceanos; ciclo hidrológico e alterações nos padrões de precipitação; eventos climáticos extremos; geleiras e calotas polares; oceanos e elevação do nível do mar; biogeoquímica e o ciclo do carbono; além da sensibilidade climática. A avaliação científica combina observações, dados de paleoclima, estudos de processos, teoria e modelagem, oferecendo uma visão abrangente do sistema climático, de sua evolução e das causas das mudanças observadas. O processo de elaboração dos relatórios prevê ainda rodadas de revisão por cientistas e governos signatários, antes da aprovação do sumário final, que orienta compromissos internacionais. O próximo encontro dos autores do IPCC está previsto para abril de 2026, em Santiago, no Chile. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
Programa Eco Invest Brasil encerra 2025 com R$ 14 bi em financiamentos
O programa Eco Invest Brasil encerra 2025 com mais de R$ 14 bilhões em financiamentos para projetos sustentáveis e com a previsão de novos leilões em 2026, segundo o Tesouro Nacional. Liderada pelo Governo Federal, a iniciativa se consolida como o maior programa de finanças verdes do país e um dos principais instrumentos globais de financiamento voltados à transição ecológica. Os R$ 14 bilhões vêm do primeiro leilão do programa, realizado em outubro de 2024. Mais da metade dos recursos já contratados está destinada a projetos de transição energética, com destaque para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e de combustíveis renováveis. Apenas com os projetos do primeiro leilão, o Eco Invest soma 14 empreendimentos financiados, nos eixos de economia circular, infraestrutura verde, adaptação climática, bioeconomia e energia limpa. Coordenado pelos Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o programa integra o Plano de Transformação Ecológica – Novo Brasil e realizou, em apenas um ano, três leilões com inovações financeiras consideradas inéditas no mercado nacional. Um dos principais mecanismos foi a introdução do hedge (proteção) cambial, que reduziu riscos para investidores e ampliou a participação de capital estrangeiro. Capital misto O principal instrumento do Eco Invest Brasil é a combinação de recursos públicos e privados num modelo de financiamento misto (blended finance). Por meio do capital catalítico, o governo e instituições financeiras privadas aportam recursos de forma filantrópica, com maior tolerância a riscos de mercado. Nesse sistema, o capital catalítico considera não apenas o retorno de mercado, mas o retorno social dos projetos. Esse dinheiro consegue alavancar recursos para investimentos convencionais. Em nota, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o Eco Invest reposicionou o Brasil no centro das decisões globais sobre financiamento climático. Segundo ele, o programa mostrou que o país tem escala, projetos e capacidade institucional para transformar capital em impacto real. Saneamento e energia limpa Na área de economia circular, cinco projetos concentram investimentos estimados em R$ 2,7 bilhões, com foco na ampliação da coleta e do tratamento de esgoto. As iniciativas têm potencial de impactar positivamente mais de 2 milhões de pessoas nas Regiões Nordeste, Sudeste e Sul. No eixo de transição energética, os investimentos superam R$ 7 bilhões, impulsionando a descarbonização da economia. Entre os projetos está a construção de uma biorrefinaria no interior da Bahia, com capacidade para produzir mais de 20 mil barris de óleo vegetal destinados à produção de SAF e diesel renovável, compatíveis com a frota aérea atual. O programa também passou a financiar projetos de adaptação climática, incluindo a modernização da infraestrutura elétrica em estados como Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A iniciativa prevê o aterramento de linhas vulneráveis a eventos extremos, como chuvas intensas e ventos fortes, para reduzir interrupções no fornecimento de energia. Leilões ampliam alcance do programa No início de 2025, o segundo leilão do Eco Invest foi voltado à recuperação de terras degradadas. Em parceria com o Ministério da Agricultura, a iniciativa mobilizou R$ 31,4 bilhões para restaurar 1,4 milhão de hectares em todos os biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado. No segundo semestre, outros dois leilões foram lançados. O terceiro leilão teve foco na atração de investimentos em investimentos de participação societária (equity) para startups e empresas em expansão ligadas à economia verde. Anunciada durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a quarta edição prioriza projetos de bioeconomia e turismo sustentável, especialmente na Região Amazônica. Ambos seguem abertos, com recebimento de propostas até janeiro e fevereiro de 2026. Transparência e projeção internacional Ao considerar os três leilões realizados até agora, o Eco Invest levantou mais de R$ 75 bilhões em capitais, dos quais R$ 46 bilhões captados no exterior. Segundo o Tesouro, isso reforça a confiança internacional no mecanismo. Atualmente, o programa conta com 12 bancos credenciados, entre instituições públicas e privadas. Durante a COP30, o Tesouro Nacional lançou o Monitor Eco Invest Brasil, plataforma pública que reúne dados sobre os projetos financiados, incluindo localização, volume de recursos e estágio de execução. Com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, o Eco Invest Brasil segue como uma das principais apostas do país para acelerar a transição ecológica e ampliar o financiamento sustentável nos próximos anos. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
As 10 maiores descobertas sobre dinossauros feitas em 2025
O ano de 2025 foi particularmente fértil para os estudos sobre dinossauros, com pesquisas que revisitaram fósseis conhecidos, apresentaram novas espécies e reacenderam debates antigos. Em um ritmo intenso de publicações, muitas das descobertas mais relevantes só vieram a público nas últimas semanas, reforçando a ideia de que nossa compreensão desses animais pré-históricos está longe de ser definitiva. Confira a seguir os 10 maiores achados sobre dinossauros em 2025, de acordo com a Smithsonian Magazine. 1- Embate entre Nanotyrannus e T. rex juvenil chega ao fim Desde 1988, paleontólogos têm debatido se os fósseis de tiranossauros de tamanho médio encontrados nas mesmas rochas que o Tyrannosaurus rex eram de T. rex juvenis ou de um predador único e distinto, o Nanotyrannus. Nos últimos anos, as evidências indicavam se tratar do T. rex juvenil, mas, em outubro, uma análise publicada na revista Nature e, logo depois, outra publicada na Science, chegaram à conclusão que se trata de um Nanotyrannus lancensis. Segundo os especialistas, o Nanotyrannus é diferente do T. rex. Por exemplo, o primeiro tem menos vértebras na cauda e mais dentes, além de antebraços mais longos e fortes. Dinossauros. Anthony Hutchings. Friends of the North Carolina Museum of Natural Sciences 2- Padrões de cores na pele dos saurópodes A Smithsonian Magazine pontua que impressões de pele e fósseis de tecidos moles dos dinossauros saurópodes são muito raros. Mas, nas rochas jurássicas da pedreira Mother's Day, em Montana, nos Estados Unidos, paleontólogos descobriram fósseis de pele de saurópode tão preservados que incluem impressões de estruturas produtoras de pigmento chamadas melanossomas. A descoberta, publicada em dezembro na revista Royal Society Open Science, sugere que os dinossauros saurópodes não eram uniformemente cinzas ou marrons, mas possuíam padrões de cores complexos, como outros dinossauros, aves e répteis. 3- Nova maneira de datar restos mortais Determinar a idade dos fósseis de dinossauros sempre foi um desafio na paleontologia. Se eles são encontrados em uma camada geológica adjacente a um depósito de cinzas ou outra fonte de rocha vulcânica, data-se o material circundante para estimar, por associação, a idade dos fósseis. Caso sejam encontrados em camadas rochosas que não podem ser datadas diretamente, então suas idades são estimadas por outros meios. Agora, duas equipes de especialistas podem ter encontrado uma nova maneira de datar essas camadas complexa: obtendo pistas a partir de ovos de dinossauro. Em artigo publicado em setembro na revista Frontiers in Earth Science, uma das equipes relatou que datou minerais preservados no interior da casca de um ovo fossilizado de dinossauro para obter uma idade precisa. A outra, em artigo publicado em novembro na revista Communications Earth & Environment, informou que analisou isótopos radioativos preservados na própria casca do ovo, que podem ser datados de forma semelhante a uma camada de cinzas vulcânicas. 4- Fósseis de vasos sanguíneos preservados em uma costela de T. rex. Pesquisadores encontraram minúsculas estruturas dentro de uma das costelas fossilizadas de Scott, um dos maiores esqueletos de T. rex já encontrados. Publicado na revista Scientific Reports em julho, o novo estudo relatou a descoberta de remanescentes de vasos sanguíneos dentro da costela do esqueleto. Os vasos não eram os tecidos moles originais. Em vez disso, minerais formaram moldes naturais dos vasos sanguíneos, permitindo que fossem preservados e posteriormente visualizados. Scott Muhsatteb via Wikimedia Commons under CC BY-SA 4.0 5- Dinossauros prosperaram até o impacto Por muito tempo, a ciência debateu se os dinossauros não-aviários ainda estavam em plena atividade no final do período Cretáceo ou se já estavam em declínio antes do impacto do asteroide que os dizimou, ocorrido há 66 milhões de anos. Um número crescente de pesquisas indica que o mundo ainda vivia uma era de ouro para os dinossauros antes da repentina extinção em massa. Um estudo publicado na revista Science em outubro reforça essa interpretação ao reavaliar fósseis encontrados no Novo México. O trabalho revelou que uma variedade de dinossauros encontrados na região viveu dentro de um período de 400.000 anos antes do impacto, e não de milhões de anos, como se acreditava anteriormente. Paleontólogos examinaram essa comunidade e constataram que ela era composta por espécies diferentes e até mesmo por grupos distintos de comunidades equivalentes encontradas mais ao norte, em Montana, Colorado e outros locais. 6- Novo megaraptor A maioria dos megaraptores encontrados têm apenas fragmentos. Não é o caso de Joaquinraptor, anunciado em setembro na revista Nature Communications. Este possui um esqueleto parcial que inclui porções significativas do crânio, braços e pernas, além de outras partes. O novo espécime foi encontrado em rochas datadas do final do Cretáceo. A sua localização temporal, na América do Sul pré-histórica, indica que os megaraptores eram predadores de topo na Patagônia. Joaquinraptor Andrew McAfee, Carnegie Museum of Natural History via Facebook 7- Paquicefalossauros são mais antigos do que se pensava O recém-nomeado Zavacephale, espécime de paquicefalossauro (dinossauro com cabeça em forma de cúpula) foi encontrado em rochas de 110 milhões de anos na Mongólia. Isso significa que ele é o paquicefalossauro mais antigo já descoberto - além de ser o mais completo. O fóssi já possuía um crânio em forma de cúpula 14 milhões de anos antes do que se acreditava que esses dinossauros tivessem desenvolvido essa característica. 8- A última refeição de um dinossauro Para descobrir o que uma determinada espécie ou indivíduo de dinossauro comia, os paleontólogos precisam se basear em evidências diretas de alimentação, como o conteúdo estomacal fossilizado (ou colólitos). Um estudo publicado na revista Current Biology em junho revelou qual foi a última refeição de um dinossauro saurópode chamado Diamantinasaurus. O conteúdo fossilizado continha pinhas, folhas de plantas com flores e frutos de samambaias com sementes. Os pedaços não haviam sido mastigados, mas sim colhidos e quebrados, e tanto do solo quanto do alto da floresta. 9- Alteração na história do T. rex. Este ano, foi descoberto um novo tiranossauro primitivo na Mongólia. Batizado de Khankhuuluu, ele viveu há cerca de 86 milhões de anos no que hoje é o Deserto de Gobi. O estudo do espécime, publicado em junho na Nature, detalha múltiplas migrações de tiranossauros, com milhões de anos de intervalo. A Smithsonian Magazine explica que ele fez parte de uma explosão evolutiva dos tiranossauros que levou criaturas esguias e ágeis a cruzarem para a América do Norte pré-histórica há cerca de 85 milhões de anos e proliferarem por lá. Alguns desses tiranossauros então retornaram à Ásia, evoluindo para novas formas e eventualmente levando uma grande linhagem de predadores poderosos a entrar na América do Norte mais uma vez e dar origem ao icônico T. rex. 10- Análise mais detalhada do Spicomellus Em 2021, paleontólogos nomearam um novo dinossauro blindado com base em uma costela espinhosa. O Spicomellus representava o anquilossauro mais antigo já encontrado e apresentava uma fixação incomum de espinho ao osso, nunca antes vista em um dinossauro. Mas a aparência do restante do animal permanecia um mistério. Em agosto, no entanto, paleontólogos publicaram uma análise mais completa dele na Nature, baseada principalmente em outro espécime desenterrado em 2022 e 2023. Ele tinha mais de 165 milhões de anos e possuía grandes espinhos e uma clava na cauda normalmente associados a anquilossauros que viveram dezenas de milhões de anos depois. A anatomia do dinossauro, completou a Smithsonian Magazine, demonstrou que os anquilossauros desenvolveram uma armadura extremamente espinhosa muito cedo em sua história, que aparentemente foi perdida ou modificada apenas para convergir posteriormente para uma armadura semelhante no Cretáceo. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
'Talk' climático de Al Gore está entre os 10 TEDs mais vistos de 2025 — e essas 6 lições explicam por quê
Em 2025, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, Nobel da Paz e uma das figuras mais influentes da agenda climática global nas últimas duas décadas, voltou ao palco do TED, a maior plataforma de palestras de alcance mundial, conhecida por condensar grandes ideias em apresentações curtas e amplamente compartilhadas. Mesmo quem nunca o acompanhou antes ou não está familiarizado com o formato do TED percebe, logo nos primeiros minutos, que não se trata de um discurso técnico ou diplomático, pelo contrário. A ideia é transmitir temas considerados complexos da forma mais clara e simples possível. Ao subir no palco do TED Countdown Summit 2025 em junho, evento voltado para alertar o público sobre a emergência climática mundial, Al Gore não poupou ninguém. Nem governos, nem empresas, nem nós, cidadãos. Ele fez uma palestra quase incômoda e desmontou o conceito de "realismo climático", que vem sendo defendido e difundido por grupos corporativos ligados à indústria de petróleo, gás e carvão, principais vilões do aquecimento da Terra. A seguir, as seis grandes lições do discurso que se tornou um dos 10 TEDs mais vistos de 2025 — e por que essa conversa importa para qualquer pessoa que não quer assistir ao futuro entrar em colapso em câmera lenta. 1. O “realismo climático” é uma fantasia perigosa Sob a bandeira do "realismo climático", a indústria do petróleo apregoa a narrativa de que já não vale a pena tentar reduzir emissões de gases de efeito estufa, liberadas pela queima dos combustíveis fósseis e que a única saída “prática” seria apenas se adaptar aos impactos, uma ideia que parece pragmática, mas na prática normaliza a inação e favorece quem lucra com a crise. É, nas palavras de Al Gore, “uma fraude com consequências existenciais”. Ele vai direto ao ponto e acusa a indústria fóssil de vender pragmatismo de fachada para manter tudo como está. “De acordo com o realismo climático, devemos abandonar os esforços para lidar com a principal causa da crise, continuar usando o céu como esgoto aberto para gases da queima de combustíveis fósseis, e focar quase exclusivamente na adaptação. Eles dizem que não é prático parar de destruir a atmosfera. Mas é realista ignorar bilhões de refugiados climáticos até 2050? É realista ignorar que regiões inteiras do mundo estão se tornando inabitáveis?” A crítica é lógica: adaptação é fundamental, mas sem cortes profundos na origem do problema é empurrar bilhões para o sofrimento. 2. As previsões científicas estão se cumprindo e de forma acelerada Al Gore retoma dados que a ciência vem reiterando há décadas para mostrar que as previsões não só se confirmaram, como vêm avançando em ritmo acelerado. Os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados, 2024 quebrou recordes sucessivos de temperatura média global, e algumas regiões, como o Golfo Pérsico, já atingem índices de calor próximos ao limite fisiológico seguro. Ao mesmo tempo, eventos extremos antes excepcionais se tornam recorrentes. Ondas de calor prolongadas na Europa, incêndios de grande escala no Canadá e perdas agrícolas crescentes em países tropicais são exemplos. “Os dez anos mais quentes foram os últimos dez. O ano passado foi o mais quente da história. Partes do Golfo Pérsico já registraram 52,6ºC", disse. Ele alerta para os impactos econômicos, como seguros mais caros e até regiões ficando “inseguráveis”, na saúde pública, com picos de internação por calor, e na geopolítica, com fluxos migratórios ligados à escassez hídrica e redução da produtividade agrícola. Ou seja, o que antes era projeção científica agora está ocorrendo em tempo real. 3. A transição já começou, e é mais rápida do que dizem Contra a narrativa de que o mundo estaria condenado por falta de tempo ou escala tecnológica, Al Gore recorre a dados para mostrar que a transição energética vem avançando de forma estrutural, ainda que muitas vezes subestimada por governos, consultorias e pela própria indústria fóssil. Ele lembra que a queda contínua no custo da energia solar e das baterias empurrou o setor para um ponto de virada. Em grande parte do planeta, atualmente construir novas fontes renováveis já é mais barato do que operar usinas fósseis existentes. Isso explica por que investimentos globais em energia limpa vêm superando os direcionados a combustíveis fósseis ano após ano. No palco, ele detalha essa transformação com números que chamam atenção. “Desde 2015, instalamos globalmente duas vezes mais energia solar do que todos os combustíveis fósseis combinados. As vendas de veículos elétricos cresceram 34 vezes. A China instalou, em um único mês, o equivalente a 45 reatores nucleares em energia solar. E eles [indústria fóssil] ainda querem que acreditemos que isso não é real?” A leitura de Al Gore é que essa virada tecnológica já está reorganizando mercados, cadeias de produção e fluxos globais de investimento, e que insistir na tese do "realismo climático" de que “não dá tempo” atende mais aos interesses de quem quer prolongar a dependência de fósseis do que à realidade dos dados. Assista ao TED aqui: 4. A captura de carbono virou distração política Al Gore dedica parte significativa da palestra no TED para criticar a dependência crescente de soluções tecnológicas apresentadas como “caminho do meio”, mas que, segundo ele, funcionam sobretudo como justificativa para adiar cortes profundos nas emissões danosas. Apesar de promessas ambiciosas, ele aponta por exemplo que a captura e armazenamento de carbono ainda opera em escala mínima, muito distante do necessário para compensar o volume de CO₂ produzido globalmente. Ao mesmo tempo, a maior parte dos projetos existentes recebe subsídios públicos enquanto falha em cumprir metas técnicas básicas. Essa dissociação entre discurso e realidade leva a uma das suas falas mais críticas: “Eles são muito melhores em capturar políticos do que capturar emissões. A captura de carbono é uma fraude. Uma enganação para mudar a política e evitar que mexamos no cerne do problema.” O ex-vie-presidente dos EUA ressalta que tecnologia não é irrelevante, mas que transformá-la em solução central serve aos interesses de quem pretende manter a produção fóssil por mais tempo. Para ele, a verdadeira função dessa agenda é criar a impressão de que há uma saída tecnicamente viável para evitar mexer na causa raiz do problema, que é a queima massiva de combustíveis fósseis. 5. A desigualdade climática é fabricada e lucrativa para alguns Ao tratar de desigualdade, Al Gore usa números que evidenciam a distorção estrutural no financiamento global da transição. Destaca, por exemplo, que o continente africano tem o maior potencial solar do mundo, mas recebe apenas uma fração mínima dos recursos internacionais para energia renovável. Enquanto isso, países desenvolvidos continuam investindo em infraestrutura para importação e exportação de gás e petróleo, reforçando um modelo que mantém regiões inteiras dependentes e vulneráveis. “A África tem 60% do melhor potencial solar do mundo e recebe apenas 1,6% do financiamento em energia renovável. Só o estado da Flórida tem mais painéis solares que todo o continente africano. Ao invés de financiar acesso à energia, estão financiando infraestrutura para exportar combustíveis fósseis dali", resume. Para ele, esse padrão não é uma falha do sistema financeiro, mas decisão política que perpetua desigualdades históricas. O resultado é um cenário em que os impactos da crise recaem sobre populações que menos contribuíram para ela, enquanto os benefícios da energia limpa se concentram em países que já possuem infraestrutura e capital. 6. O maior recurso renovável não é tecnológico, mas sim político A última lição do discurso funciona como um contraponto às anteriores. Depois de expor distorções de financiamento, interesses econômicos e narrativas produzidas pela indústria fóssil, Al Gore volta ao elemento-chave: vontade política. Ele lembra que as tecnologias necessárias já existem, que o dinheiro também existe e que muitos países mostraram capacidade de acelerar mudanças quando há pressão pública clara. “Eles dizem que a única coisa que pode se tornar escassa é vontade política. Mas a vontade política é, em si, um recurso renovável. Precisamos apenas renová-la", sintetiza. Resumo da ópera: a barreira à transição energética não é técnica, mas institucional. E, para Al Gore, essa é justamente a boa notícia, já que vontade política pode ser reconstruída e estimulada por meio de mobilização pública enérgica. A pergunta que permanece, segundo ele, é se isso acontecerá no ritmo que a crise climática exige. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
Tímidos, ousados, ansiosos… os peixes também têm personalidade
Há anos, ou mesmo séculos, a personalidade tem sido estudada em humanos. Em 1990, cinco temperamentos (abertura, conscienciosidade, extroversão, amabilidade e neuroticismo) foram definidos e agora são usados para descrever a personalidade humana. Essas características também foram identificadas em muitos animais terrestres, especialmente em ambientes de criação, como fazendas de gado bovino ou suíno, a fim de obter indicadores de desempenho ou bem-estar dos animais. Nos animais, a personalidade foi dividida em cinco traços: timidez e ousadia (em resposta a situações de alto risco), exploração (em resposta a novas situações), nível de atividade, agressividade e sociabilidade. Essas características estão frequentemente relacionadas, sendo então referidas como tipologias comportamentais. São dois tipos extremos de respostas, e os indivíduos dentro de uma população se distribuem entre esses dois extremos ao longo de um espectro. Existem os indivíduos mais proativos que exibem uma resposta de luta ou fuga e, no extremo oposto do espectro, os indivíduos predominantemente reativos que exibem uma resposta de congelamento e demonstram timidez significativa. Demonstradas inicialmente em aves ou mamíferos, essas respostas levam à observação, por exemplo, de que um porco mais proativo explora seu ambiente rapidamente e forma rotinas (ele sempre se move muito rapidamente no mesmo corredor para procurar comida), enquanto um indivíduo mais reativo fará uma exploração meticulosa do ambiente, tenderá a mudar de direção com mais frequência e encontrará comida mais rapidamente se mudar de corredor em um labirinto. Este peixe é tímido ou ousado? Observo peixes há mais de trinta anos, e mais especificamente suas respostas comportamentais e capacidade de adaptação a diversos ambientes. Também no caso deles, trabalhos realizados em laboratório ou no ambiente natural há mais de duas décadas contribuíram para demonstrar que, como todos os animais, os peixes são dotados de capacidades cognitivas complexas, de aprendizagem e de memória: competências fundamentais para a sua inteligência. Essas habilidades permitem que eles resolvam os problemas que encontram para sobreviver em seu ambiente natural e social e, como todos os animais, a maneira como resolvem esses problemas varia de acordo com sua personalidade, seja ela mais tímida ou ousada. A existência de padrões comportamentais correspondentes às duas tipologias proativa/reativa foi amplamente demonstrada em peixes, seja em um contexto de criação ou em um contexto ecológico. Um pré-requisito para esta pesquisa em geral, e para a pesquisa que realizei especificamente, foi o desenvolvimento de configurações experimentais para medir esses traços de personalidade que fossem adequadas para animais sociais como peixes, o ambiente aquático e os métodos disponíveis. Em particular, é importante projetar cuidadosamente a configuração e o procedimento do teste para evitar ambiguidades. Em alguns casos, por exemplo, queremos medir padrões comportamentais ou o nível de ansiedade em resposta a um fator estressante, e existem testes para isso, como colocar o indivíduo em um novo ambiente e medir imediatamente sua resposta (atividade de natação). Tanque de experimentação e esquema da experiência. Fornecido pela autora. Labirintos e arenas para observar os peixes Em outros casos, quando queremos medir uma característica diferente da resposta a um fator estressante, o método mais simples é adicionar um período de aclimatação que não seja usado para medir a característica comportamental de interesse. No meu laboratório, temos vários dispositivos para medir as capacidades comportamentais de peixes (como o medaka, o zebrafish ou o robalo) durante desafios ou após a exposição a moléculas químicas ou situações que simulam mudanças climáticas ou globais. Esses dispositivos incluem labirintos, dispositivos de preferência de lugar (em que os peixes podem escolher entre um fundo claro ou escuro em seu aquário) e arenas de observação (grandes aquários adaptados para pequenos grupos de peixes), nas quais filmamos os peixes e depois analisamos seus movimentos usando um software especializado. Assim, para caracterizar traços de personalidade, ou seja, características individuais, os experimentos eram inicialmente conduzidos geralmente com indivíduos testados isoladamente. Adaptando testes desenvolvidos para roedores, estamos estudando, por exemplo, a exploração de um labirinto em Z por peixes marinhos (medaka, robalo) utilizando gravações de vídeo 2D de seus movimentos. Um indivíduo é colocado em uma área inicial sombreada e, após alguns minutos de aclimatação, um portão é aberto remotamente, permitindo a exploração de quatro corredores contínuos sem qualquer recompensa específica. Este teste avalia tanto a ousadia por meio da tomada de riscos (sair da área protegida) quanto a exploração de um novo ambiente. Isso nos permitiu, por exemplo, mostrar que a experiência de vida anterior do peixe (ser alimentado em horários fixos ou imprevisíveis) influenciava o nível de ousadia: ser alimentado em horários fixos tornava os indivíduos menos ousados. Em outro contexto, o da ecotoxicologia, isso também nos permitiu demonstrar que os poluentes podiam alterar a ousadia, a atividade e as capacidades exploratórias dos peixes expostos a certos poluentes ou de sua descendência. Contudo, o manuseio de cada indivíduo testado constitui uma fonte de estresse que pode revelar e alterar respostas comportamentais e habilidades cognitivas. Para mitigar isso, também registramos a atividade de natação em pequenos grupos de 6 a 10 indivíduos. Isso nos permite medir a resposta comportamental dos indivíduos dentro do grupo. Além da intensidade da atividade, as distâncias entre os peixes e seu uso do espaço nesse novo ambiente são indicadores de estresse e ansiedade. Com essa abordagem, avaliamos a atividade, a tigmotaxia (movimentos repetidos de um indivíduo que segue as paredes e evita o centro do aquário) e a coesão do grupo. Nesse teste, a zona central também é uma área mais exposta, preferida por peixes ousados _ e evitada por peixes tímidos ou ansiosos. Para diferenciar entre várias características comportamentais em um único teste, pode ser necessário realizar múltiplos testes e garantir a consistência das respostas. Por exemplo, uma diminuição na disponibilidade de oxigênio aumenta a tigmotaxia, ao mesmo tempo que reduz a atividade e a coesão do grupo. Esses indicadores, combinados com medidas sanguíneas de marcadores de estresse, como o cortisol, permitem qualificar o nível de bem-estar dos animais. Conhecimentos indispensáveis para o bem-estar Sempre em grupos, fomos dos primeiros a medir a audácia e a atividade individual em grupos muito grandes, de 500 a 1500 barras. Para isso, instalamos nos tanques de criação de 5 m³ um separador com uma passagem circular de 10 cm de diâmetro no meio. Cada peixe equipado com um chip eletrônico tem sua identidade lida por uma antena quando sai do grupo na área sombreada e se arrisca a ir para o outro lado da divisória. Ao repetir o mesmo teste três vezes, com intervalos de várias semanas, esta pesquisa demonstrou que houve aprendizado — memorização — de que os traços de personalidade se mantiveram estáveis ao longo do tempo e que os indivíduos mais tímidos apresentaram melhor desempenho nas condições da nossa piscicultura. De fato, o bem-estar animal é definido pela Agência Francesa de Segurança Alimentar, Ambiental e do Trabalho (ANSES) como um estado mental e físico positivo, ligado à satisfação de suas necessidades fisiológicas e comportamentais, bem como de suas expectativas. Esse estado varia de acordo com a percepção que o animal tem da situação. Esses diversos exemplos mostram como, ao desenvolver métodos de observação adequados, a mensuração das respostas comportamentais nos permite enxergar os peixes de forma diferente, revelar e demonstrar suas necessidades e expectativas, sua sensibilidade e habilidades cognitivas, e superar a “memória de peixinho dourado”. Repensar o lugar dos animais e dos peixes em nossas sociedades é um dos passos essenciais para compreender e preservar os peixes em toda a sua biodiversidade, incluindo seus comportamentos, dentro de um contexto de mudanças globais comprovadas. *Marie-Laure Bégout é pesquisadora. Artigo originalmente publicado no site de divulgação científica The Conversation. Mais Lidas
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December 27, 2025 at 6:48 AM
Refeições escolares saudáveis podem reduzir subnutrição e emissões poluentes, aponta estudo
Refeições escolares saudáveis e sustentáveis podem se tornar uma das ferramentas mais eficazes para enfrentar, ao mesmo tempo, a crise alimentar e a crise climática. É o que indica um novo estudo de modelagem liderado por um pesquisador da University College London (UCL) e publicado na revista Lancet Planetary Health. O trabalho integra uma coletânea de seis artigos assinados por pesquisadores do Research Consortium for School Health and Nutrition, iniciativa independente da School Meals Coalition. Em conjunto, os estudos concluem que programas de alimentação escolar bem estruturados representam um investimento estratégico em um futuro mais saudável e sustentável. Os autores destacam que os sistemas alimentares globais respondem por cerca de um terço das emissões de gases de efeito estufa de origem humana e, ao mesmo tempo, contribuem para o avanço da desnutrição e das doenças relacionadas à alimentação. Nesse contexto, os programas nacionais de refeições escolares ganham relevância: hoje, eles atendem diariamente 466 milhões de crianças, o equivalente a 70% do sistema público global de alimentação, conferindo aos governos uma capacidade única de induzir mudanças em larga escala. A pesquisa de modelagem global, liderada pelo professor Marco Springmann, do Instituto de Saúde Global da UCL, indica que oferecer uma refeição saudável e sustentável a todas as crianças até 2030 poderia reduzir a subnutrição global em 24%, com impactos especialmente expressivos em regiões em situação de insegurança alimentar. Na prática, isso significaria 120 milhões de pessoas a menos sem acesso adequado a vitaminas, minerais e energia provenientes da alimentação. O estudo também aponta que a ampliação desses programas poderia evitar mais de 1 milhão de mortes por ano associadas a doenças relacionadas à dieta, como diabetes e doenças coronarianas, caso as preferências por alimentos saudáveis adquiridas na infância sejam mantidas, ao menos em parte, ao longo da vida adulta. Do ponto de vista ambiental, a adoção de cardápios alinhados a padrões alimentares saudáveis — com maior presença de vegetais e menor consumo de carne e laticínios — poderia reduzir pela metade impactos como emissões de gases de efeito estufa e uso da terra. Além disso, os autores destacam que os ganhos em saúde pública e clima teriam potencial para compensar de forma significativa os custos de expansão dos programas. Atualmente, apenas uma em cada cinco crianças no mundo recebe uma refeição escolar. Segundo Springmann, a modelagem mostra que refeições escolares saudáveis e sustentáveis podem gerar ganhos substanciais para a saúde e o meio ambiente em todas as regiões do mundo. "De forma significativa, as economias em clima e saúde resultantes de dietas mais saudáveis e de menores emissões podem ajudar a compensar os custos da expansão dos programas de alimentação escolar. As evidências são claras: investir em refeições escolares é eficaz e economicamente sensato.” Para apoiar governos na transição para modelos mais sustentáveis, a coletânea apresenta um marco conceitual que posiciona as refeições escolares como um vetor de transformação dos sistemas alimentares. A proposta se estrutura em quatro pilares: cardápios saudáveis, diversos e culturalmente relevantes; métodos de preparo limpos e modernos; redução de perdas e desperdício de alimentos; e educação alimentar integrada, conectando crianças, famílias e comunidades. De acordo com os pesquisadores, esses pilares podem contribuir para melhorar a saúde e a alfabetização alimentar das crianças, fortalecer a agrobiodiversidade, estimular a produção local de base ecológica e aumentar a resiliência dos sistemas alimentares diante das mudanças climáticas. Para que isso ocorra, no entanto, eles ressaltam que as diretrizes precisam estar incorporadas às regras de compras públicas, aos padrões nutricionais e às políticas públicas. Para a pesquisadora Silvia Pastorino, da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), líder da área de Dietas e Saúde Planetária do Research Consortium, “esse marco destaca como as refeições escolares não são apenas um programa de nutrição — elas são uma poderosa alavanca para transformar os sistemas alimentares. "Quando as refeições são saudáveis, sustentáveis e associadas à educação alimentar, melhoram o bem-estar das crianças hoje e estimulam hábitos sustentáveis de longo prazo, ao mesmo tempo em que ajudam os países a proteger a biodiversidade, reduzir emissões e construir comunidades resilientes. Poucas intervenções oferecem benefícios tão amplos e duradouros", aponta Silvia. A coletânea se apoia em trabalhos anteriores do Research Consortium, incluindo um white paper publicado em 2023 que reuniu 164 autores de 87 organizações em todo o mundo. Como próximo passo, o grupo desenvolve o Planet-Friendly School Meals Toolkit, uma ferramenta criada em parceria com governos e organizações internacionais para ajudar países a avaliar custos, impactos ambientais e benefícios à saúde na transição para modelos sustentáveis de alimentação escolar. Os primeiros resultados, desenvolvidos em colaboração com Quênia e Ruanda, estão previstos para 2026.
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December 25, 2025 at 4:47 AM
Tornado destelha escola e residências no Rio Grande do Sul
Um tornado passou pela cidade de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, na tarde desta terça-feira (23) e trouxe muita chuva e ventos, causando estragos por toda a região. Não houve feridos, e as famílias que tiveram suas casas comprometidas buscaram ajuda de parentes e amigos. A prefeitura informou que não há registro de desabrigados ou desalojados até esta manhã. Segundo a Defesa Civil local, a comunidade de Vila Rica foi a que sofreu os maiores danos, com destelhamento de uma escola municipal e também cerca de 20 casas. Houve também a queda de duas árvores, uma na Rua Pedro Antonello e outra na comunidade de São Luiz. No bairro Imigrante, o Corpo de Bombeiros atendeu casos de destelhamento em uma casa e em um prédio residencial. Tornado passou pela cidade de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, na tarde desta terça-feira (23). Defesa Civil-RS A Defesa Civil recomenda à população de Farroupilha que evite ir até as áreas atingidas pelo tornado e que também não faça manutenção por conta própria nos imóveis atingidos. Também é preciso tomar cuidado com a rede elétrica, porque há fios e cabos caídos na rua e que podem estar energizados. A previsão para o estado do Rio Grande do Sul nesta quarta (24), véspera de Natal, é de chuva moderada a pontualmente forte. Tornado A confirmação de que o evento climático foi um tornado se deu após análise técnica do Centro de Monitoramento da Defesa Civil do Rio Grande do Sul. O órgão observou os destroços e notou que houve o lançamento de materiais em múltiplas direções, o que é uma característica de tornados. Os ventos ultrapassaram os 100 km/h. Mais Lidas
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December 25, 2025 at 4:47 AM
Japão endurece regras para projetos solares de grande escala para proteger natureza
O governo japonês vai endurecer regulamentações e encerrar apoio financeiro para projetos solares de grande escala para proteger o meio ambiente natural, garantir segurança e preservar paisagens, anunciaram autoridades governamentais nesta terça-feira, 24. A medida faz parte de um pacote de contramedidas direcionadas a fazendas solares de grande porte e alinha-se à posição da primeira-ministra Sanae Takaichi, que defende limites para grandes projetos solares. Ela argumenta que muitos painéis são fabricados no exterior, principalmente na China, e que instalações mega-solares correm o risco de danificar a paisagem e o meio ambiente natural do Japão. Combinado com a crescente incerteza em torno de projetos eólicos offshore devido ao aumento de custos e retirada de desenvolvedores, uma potencial desaceleração no desenvolvimento de fazendas solares pode diminuir ainda mais o ritmo de crescimento de energia renovável no Japão, o quinto maior emissor mundial de dióxido de carbono. O governo está considerando descontinuar o apoio por meio dos esquemas de tarifa feed-in (FIT) e prêmio feed-in (FIP) para geração solar comercial de grande escala instalada no solo a partir do ano fiscal que começa em abril de 2027, disse um funcionário do ministério da indústria. Sob esses esquemas, produtores de energia renovável têm garantido um preço fixo de compra de eletricidade por um período determinado ou vendem energia no mercado enquanto recebem um prêmio sobre o preço de mercado. Detalhes, como o limite exato de tamanho de projeto para encerrar o apoio, serão finalizados posteriormente. O apoio para instalações existentes e residenciais continuará, enquanto o suporte para o desenvolvimento de células solares de perovskita será fortalecido. As células solares de perovskita são uma tecnologia solar de próxima geração desenvolvida pelo Japão, e o governo pretende promover seu desenvolvimento. O governo também considerará expandir o escopo das avaliações ambientais. Atualmente, projetos solares abaixo de 30 megawatts não estão sujeitos a avaliações nacionais, mas ele considerará ampliar esse requisito, disse outro funcionário do ministério do meio ambiente. As discussões seguem uma série de disputas sobre projetos de desenvolvimento mega-solar perto do Parque Nacional Kushiro Wetland, na ilha setentrional de Hokkaido, e outras áreas. O governo, liderado pelos ministérios da indústria e meio ambiente, começou conversas sobre o fortalecimento das regulamentações em setembro. Mais Lidas
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December 25, 2025 at 4:47 AM
Califórnia entra em alerta para larva que 'come gado vivo' e investe R$ 2,7 bi
O estado da Califórnia, nos Estados Unidos (EUA), está em alerta para a possibilidade do retorno de um velho conhecido dos criadores de gado: a bicheira-do-Novo-Mundo, doença similar ao berne, em que larvas de mosca se alimentam da carne de animais vivos. Os EUA já vêm se preparando após detectarem o aumento da incidência da mosca Cochliomyia hominivorax em seu território este ano. A peste entrou no país pelo México e, desde 2023 vem afetando a produção de gado na América Central, em países como Panamá, Costa Rica e Honduras, segundo a CNN. No Texas, o USDA (Departamento de Agricultura estadunidense) anunciou em agosto investimentos de US$ 750 milhões (R$ 4 bilhões) para construir uma instalação que produz insetos estéreis, uma medida para diminuir a população da mosca. A técnica foi usada no último grande surto, registrado há cerca de 20 anos. Como as moscas fêmeas acasalam uma única vez, ao liberar machos estéreis na natureza, a reprodução da espécie fica comprometida. Na Califórnia a abordagem pode acabar sendo a mesma, mas no momento um programa de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) gerido pela Universidade California Riversdale (UCR) está focado em monitoramento e informação para criadores e veterinários, geralmente os primeiros a detectar a presença da peste. Armadilhas com iscas que imitam o cheiro de carne podre também estão sendo colocadas para controlar as espécies de moscas-varejeiras na região. "Nem todas as moscas-varejeiras são dessa espécie. Não precisamos ter medo de todas as moscas", disse Amy Murillo, professora assistente de entomologia da UCR e investigadora principal do projeto, ao portal Science Daily. "Mas essa espécie em particular não é uma que queremos por aqui." A indústria de laticínios é uma locomotiva agrícola do estado, que também é grande produtor de frutas. Portanto, o controle de pragas sobre o rebanho bovino, especialmente, é crucial para a economia da Califórnia, daí o investimento pesado na prevenção. "Ainda não foi encontrado na Califórnia, mas está a menos de 110 quilômetros da fronteira com o Texas", disse Murillo. "Precisamos estar preparados." Em agosto, os Estados Unidos registraram seu primeiro caso de bicheira do Novo Mundo em humanos. O caso, conforme revelado pela Reuters, foi confirmado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) do país e envolve um paciente que retornou de uma viagem a El Salvador. Mais Lidas
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December 25, 2025 at 4:47 AM
Cientistas descobrem no Ártico profundo vazamento de metano e vida em condições extremas
Cientistas descobriram o ecossistema marinho mais profundo já associado a vazamentos de gás no planeta, um achado que ajuda a entender como o carbono circula no oceano e seu papel no clima da Terra. A quase 4 mil metros abaixo da superfície, no Ártico, pesquisadores encontraram liberação ativa de metano, petróleo e formas de vida altamente adaptadas a um dos ambientes mais extremos do planeta. A descoberta foi feita por uma equipe internacional liderada pela Universidade Ártica da Noruega (UiT), durante uma expedição científica no Mar da Groenlândia. O local, batizado de Freya Hydrate Mounds, fica a 3.640 metros de profundidade e teve seus resultados publicados na revista Nature Communications. As imagens do fundo do oceano mostram colunas de gás metano subindo por mais de 3.300 metros na água, uma das maiores já registradas no mundo. O metano é um gás de efeito estufa muito mais potente que o dióxido de carbono no curto prazo. Mesmo sob pressão extrema e temperaturas próximas de zero, o ambiente abriga vermes, moluscos e pequenos crustáceos que sobrevivem graças à quimiossíntese, um processo em que organismos produzem energia sem depender da luz do Sol. O achado surpreendeu os cientistas porque amplia em cerca de 1.800 metros o limite de profundidade conhecido para esse tipo de formação geológica. Além disso, revelou conexões inesperadas entre a vida desses vazamentos frios e organismos encontrados em fontes hidrotermais do Ártico, sugerindo que os ecossistemas das profundezas são mais conectados do que se imaginava. Fauna associada aos montes de hidrato. Divulgação Os pesquisadores também identificaram petróleo e gás com origem em sedimentos formados há milhões de anos, indicando um histórico complexo de movimentação de fluidos sob o leito marinho. As estruturas observadas não são estáticas. Elas se formam, se tornam instáveis e podem colapsar ao longo do tempo. Além de ampliar o conhecimento científico, a descoberta acende um alerta. Esses ecossistemas extremos ficam em áreas cada vez mais visadas para exploração de recursos naturais no Ártico. Para os pesquisadores, entender como eles funcionam é essencial para proteger a biodiversidade e evitar impactos irreversíveis em uma região já fortemente afetada pelas mudanças climáticas. Mais Lidas
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December 25, 2025 at 4:48 AM
COP30 e a descolonização do futuro: o poder da favela na justiça climática
A realização da COP30, em Belém do Pará, no coração da Amazônia, traz luz a uma verdade inegável: a crise climática é um desafio complexo, com raízes em um modelo de organização da sociedade política e econômica, que insiste em marginalizar determinados grupos e territórios. Ao sediar o evento na capital brasileira com maior índice de "favelização", segundo o Censo 2022 do IBGE, o Brasil coloca no centro do debate a mesma divisão geopolítica que Frantz Fanon, um século atrás, denunciava: a segregação baseada em acesso a recursos. São as populações periféricas, majoritariamente negras e indígenas, que vivem nas zonas de sacrifício e maiores impactos sobre a crise ambiental, arcando com a falta de saneamento, a moradia insegura e a exposição a desastres como inundações e deslizamentos. A sobrevivência se torna, para esses grupos, um desafio permanente. A discussão sobre justiça climática precisa incorporar de maneira abrangente a perspectiva descolonial. Fanon, em “Os Condenados da Terra”, nos ensina que a luta pela dignidade começa com a desalienação e a tomada de palavra. A crise climática representa um desafio que limita o desenvolvimento social, humano e econômico além da autonomia e segurança desses povos. Portanto, a solução começa com o protagonismo e escuta das comunidades. Precisamos destacar o poder de invenção e reexistência que reside na favela. É desse lugar que emerge a imaginação necessária para construir alternativas e resgatar modos de enfrentamento às mazelas e a todos os impactos que já existem, na perspectiva de garantir outros futuros. E essa imaginação se materializa nas soluções que as comunidades desenvolvem por necessidade. É a força da “sevirologia”, mais conhecida como a arte de se virar, que transforma a urgência em tecnologia social. Estamos falando de economias de solidariedade, de sistemas de cuidado mútuo mais resilientes e colaborativos do que o individualismo que está forjado em grandes conexões que cada vez mais estão a serviço dos isolamentos e privilégios sem considerar os seus impactos ambientais. A verdadeira inovação para a emergência climática que vivemos hoje não virá dos centros de alta tecnologia ou das cúpulas diplomáticas. Ela emergirá do esforço conjunto de reconhecimento ao essencial à vida que reconheça a diversidade de territórios, de povos, de identidades de cidades, de tecnologias de papéis e de canetas. O conhecimento construído pela experiência e das práticas de autogestão que vêm dos territórios periféricos precisa ter espaço para compartilhamento e capacidade para afetar os demais de modo que seja reconhecido como parte da solução para um futuro sustentável. É tempo de mudar para mudar. *Natália Cunha é Diretora do Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
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December 25, 2025 at 4:48 AM
Plásticos não recicláveis geram perdas e sobrecarga a catadores no Rio
Pesquisa divulgada na segunda-feira (22) mostra que a baixa reciclabilidade de embalagens plásticas gera perdas econômicas e sobrecarga de trabalho para cooperativas e associações de catadores no estado do Rio de Janeiro. O estudo, realizado entre julho e dezembro deste ano, analisou o impacto direto dos plásticos sem valor de mercado sobre a rotina e a renda desses trabalhadores. Foram analisadas 20 organizações de catadores, sendo dez da capital fluminense e dez das regiões sul, centro-sul e Costa Verde. Segundo os pesquisadores, quase 16 horas por mês, em média, são perdidas na triagem de plásticos que não geram retorno financeiro. Isso equivale a cerca de 9,4% do tempo mensal de trabalho, aproximadamente 2 dias por mês. Os catadores trabalham, em média, 7 horas e meia por dia e 22 dias por mês. A maioria dos catadores identificados na pesquisa é mulher (68,56%). Em relação à divisão por raça/cor, a maioria das pessoas é parda (58,75%); seguida por preta (30,82%) e branca (9,43%). A pesquisa foi feita pelo Instituto de Direito Coletivo (IDC) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos de Economia Solidária do Médio Paraíba (InTECSOL). Os recursos financeiros foram do edital Fondos para implementación de proyectos en América Latina y el Caribe, promovido pela organização internacional Gaia (Aliança Global por Alternativas à Incineração). Catadores Os pesquisadores também calcularam a perda financeira das cooperativas em razão da não comercialização de todos os tipos de rejeitos plásticos. Muitos desses materiais poderiam ser reciclados, mas acabam indo para aterros por falta de mercado, logística ou valorização econômica. A estimativa é de que as organizações incluídas no cálculo deixam de arrecadar mensalmente valores que variam entre R$ 1.179,03 e R$ 3.771,72 apenas com esses rejeitos plásticos que poderiam ser comercializados. A presidente do IDC, Tatiana Bastos, chama atenção para o papel central dos catadores no sistema de reciclagem brasileiro e para a precariedade da remuneração desses trabalhadores. “Os catadores são uma categoria profissional essencial para o meio ambiente. O que acontece em termos de coleta seletiva no país passa pela mão do catador. A sociedade deve muito a esse serviço”, afirma Tatiana. “Para fortalecer a categoria, eles precisam receber pelo serviço ambiental prestado e não só pelo peso do resíduo. O peso da tonelada do papel e do vidro, por exemplo, é muito baixo. E o que é o serviço ambiental? O pet reciclado não está indo para o rio. O papelão que está sendo aproveitado não está derrubando mais uma árvore”, explica. Recicláveis e rejeitos Do total de resíduos analisados na pesquisa, a maioria era composta por plásticos (28,19%) e papel (26,16%). Na sequência, veio a categoria “outros” (21,23%), que inclui eletrônicos, vidro e tetra pak (tipo de embalagem multicamada, que mistura papel, plástico e alumínio). Rejeitos (19,14%) e metal (5,28%) completam a lista. O foco da pesquisa é a categoria rejeitos. Segundo a Lei 12.305/2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, rejeito é o sólido que, “esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”. Do total de rejeitos, 44,83% eram compostos por plásticos, 40% por orgânicos, 14,36% se enquadravam na categoria “outros” (lacres de alumínio, papel misto de batata frita, bandeja de ovo, borracha, vidro, etc.) e 0,80% eram eletrônicos (fios, cabos, pilhas e baterias). Os pesquisadores auditaram 533 embalagens plásticas classificadas como rejeito. A maior parte (82%) é oriunda da indústria alimentícia. Também aparecem, em proporções menores, embalagens de higiene, alimentação animal, medicamentos e cosméticos. Os dados mostram que as embalagens metalizadas do tipo Bopp representam 36,59% dos rejeitos plásticos analisados. Esse tipo de material é um filme plástico fino e resistente, muito usado para snacks, biscoitos, doces e picolés. Um dado que chama atenção é a ausência do código de identificação de reciclagem em 33,40% das embalagens, classificadas como “não especificadas”. Indústria Entre as 533 embalagens avaliadas, foram identificados 199 grupos empresariais, sendo que seis concentram quase 30% de todas as embalagens rejeitadas: Mondelez International, M. Dias Branco, Pepsico, Nestlé, Bimbo e Capricche. Em contrapartida, 122 grupos apareceram apenas uma única vez na amostra. O estudo reforça a necessidade de responsabilização da indústria, especialmente do setor alimentício, pela adoção de embalagens mais ecoeficientes. Pesquisadores apontam a urgência de investimentos em design circular, substituição de materiais de baixa reciclabilidade e fortalecimento da logística reversa, como forma de reduzir danos ambientais e garantir renda digna aos catadores. “Será que essas empresas não poderiam usar um plástico com durabilidade maior, que pudesse ser descartado e reciclado? Ou outro tipo de material, como vidro e papelão? As empresas precisam repensar o que estão colocando no mercado e o impacto que causam no meio ambiente”, defende Tatiana. A presidente do IDC também critica a distância entre a legislação ambiental existente e a aplicação prática no país. “O poder público tem instrumentos normativos para atuar, seja a nível federal, estadual ou municipal. É preciso fiscalizar melhor o mercado, cobrar das empresas que colocam essas embalagens em circulação e cobrar dos municípios que também são os responsáveis pela coleta seletiva”, disse Tatiana. Mais Lidas
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December 25, 2025 at 4:48 AM