A vida de um emigrante é cheia de peripécias. A vida bastante preenchida que levo permite-me abdicar do Bluesky e deixar o Dorean feliz. Espero, portanto, que a minha saída possa representar um pequeno contributo para a melhoria da sua saúde mental.

Abraços,

Francisco

Agora, os espanhóis, como se o “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento” fosse transversal. Não lhe apraz dizer nada acerca dos alentejanos do Torrão e de Odemira, dos alemães de Heinsberg e dos “retornados” de Moçambique? É que assim fica já resolvida a questão familiar.

Já numa das primeiras vezes que falámos fiquei muito mal impressionado pela forma como se referiu aos militantes do PCP. Na altura o Dorean não sabia que eu tinha familiares no Partido, e por isso deixei passar em claro (embora também tenha tomado boa nota que não pediu desculpas).

Alguém que dá erros destes e é corrigido com delicadeza, sendo que depois não aproveita o bom exemplo para o replicar no trato com os outros.

Que porra vem a ser "porra"? Pensa mesmo que eu tenho de aturar a forma desabrida como se dirige a mim? Bem sei que há qualquer coisa em mim (e em mais duas ou três pessoas nesta rede) que o irrita, mas há limites.

Sim, ofender de forma gratuita os antepassados dos espanhóis é que é uma opinião escorada em argumentos sólidos e nas regras mais elementares da boa educação - tal como responder de modo desagradável a um mero chiste sobre a Invencível Armada ter sido vingada (ou apodar-me de Vasconcelos).

Esse argumento é de uma enorme condescendência. "Tens mesmo de ir ler", como se a leitura não permitisse interpretações diferentes. Eu tenho é de ir dormir, que aqui já é uma da manhã e ainda gostaria de ver a 2ª parte da Argentina. Boa noite

A União Ibérica não fez nada que Portugal já não tivesse feito a si mesmo, o desastre de Alcácer-Quibir foi bem pior e não foi por falta de aviso dos espanhóis, tendo até o duque de Alba tentado convencer D. Sebastião a não se arriscar em tão temerária aventura.

Éramos chamados, existia uma união na altura. De resto, sou português e sou ibérico, os espanhóis são nossos irmãos.

A Invencível Armada foi vingada 😌

Depois havia situações que, em termos pedagógicos, sim senhora. Este Manucho apareceu na minha turma no 9º ano. Nós, putos de 14 anos. Ele, prestes a fazer 18. Sendo uma escola do 7º ao 12º, era comum ver no recreio miúdos de 12 anos lado a lado com marmanjões de 21/22 anos (os crónicos repetentes).

Juntou-se então na ESA a fina flor dos futuros gangsters. Tínhamos os mais mauzões da Quinta da Princesa, de Vale de Chícharos (Bairro da Jamaica) e até da Cucena. O Manucho fez voar uma mesa do 1º andar e meteu a prof de baixa com um esgotamento.

Este Euclides, como está bom de ver, nada tinha a ver com o matemático grego. Era só o mais bera de uma constelação de mânfios que, em 2001, a minha escola foi obrigada a aceitar porque as outras decidiram expulsá-los dos seus estabelecimentos.

Os gloriosos Jogos de Praia, organizados anualmente no final do ano lectivo, acabavam em festivais de pancadaria ou numa onda de assaltos. Lembro-me até de um ano em que um colega da minha turma teve de sair da Fonte da Telha sob escolta policial. O crime? Ter olhado de esguelha para o Euclides.

Entrei na ESA com 12 anos. A primeira vez que fui à casa-de-banho vi uma seringa no lavatório e um preservativo na sanita. Ainda nesse primeiro dia, fomos jogar à bola e uns gajos mais velhos apareceram e disseram para sairmos dali. Nós, claro, recusámos. Um deles sacou da naifa e furou-nos a bola.