Num país sério, RFK Jr. e o chernobyl do Trump seriam condenados por crimes contra a humanidade.

Por isso, o argumento antivegano de que plantas são "tão inteligentes quanto os animais" e podem, por exemplo, "falar", "gritar" e "sofrer" é uma extrapolação falaciosa das reais capacidades biológicas que elas têm, com a má intenção de tentar tornar o veganismo algo eticamente sem sentido.

As capacidades que as plantas já têm, da autodefesa à produção dos próprios nutrientes, tornam desnecessária a hipotética presença da senciência e da consciência neurológica. Estas duas são necessárias especificamente pros animais, que precisam se alimentar do que vem de fora e fugir de ameaças.

Eu compartilho do seu desejo, mesmo estando aqui em São Paulo, plena capital do veganismo brasileiro 🙁 Meu trabalho, mesmo sendo home-office, tem me inibido de sair pra curtir os restaurantes e eventos veganos da cidade 🙁

Em que momento o medo da extrema-direita e da Covid fizeram essas pessoas, antes (supostamente) tão apoiadoras da libertação animal, "aprender" que os animais não humanos deveriam permanecer inferiores aos humanos e que "não há" violência e abate de animais na produção de leite e ovos?

Entendo, de certa forma, quem deixou o ciberativismo e teve que voltar a consumir, por um ou outro motivo de força maior, marcas que testam em animais, ou pausou o vegetarianismo estrito querendo voltar depois. Mas não entendo quem abandonou a ética animal e retomou conscientemente o especismo.

Tudo bem que cada vez mais pessoas serem veganas ou vegetarianas é excelente pros animais. Mas ficar falando da exploração animal em tom de julgamento moral é uma despolitização e individualização de algo que tem raízes claramente políticas, econômicas e sociais e é associado a outras opressões.

Parece falar que a "solução" pra exploração animal é a simples não compactuação individual, ou seja, julgar individualmente o especismo como algo tão moralmente errado quanto religiões monoteístas assim consideram a "idolatria". E não a luta política contra o especismo estrutural.

Só que o autismo não é algo que "temos" e podemos deixar de ter um dia. Não é um "corpo estranho" metafórico no nosso cérebro. É parte de nós, molda muito do que pensamos, sentimos e gostamos e como interagimos com o mundo. Não é apenas "prejuízos" e sofrimento, é algo muito mais abrangente.

Ou seja, dá "razão" pros bullies que a usam como insulto.
Considerar "autista" uma palavra ruim e evitável é meio que deixar subentendido que o atributo de ser autista, como algo permanente e inerente à pessoa, é algo ruim, e que "ter autismo" é "melhor" por dar uma falsa esperança de "cura" futura.

Por isso, é importante ter cuidado pra não cair na falácia de equívoco de que "não existe produto/empresa vegano, apenas pessoas veganas".