O número de camas na enfermaria é o mesmo: número excessivo de internos, menos doentes por interno, menos exposição a doentes; incapacidade de acompanhar consultas por serem demasiadas pessoas num consultório, etc.

É difícil fazer esse tipo de comparativos. É importante que o número de vagas seja adequado às verdadeiras capacidades. Não adianta formar mais se depois isso implica diminuição da autonomia porque existem demasiados internos, incapacidade de fazer consulta pq não há gabinetes suficientes

Só a partir de 2015 é que houve o insólito de não existirem vagas de formação especializada para todos os candidatos, situação que se manteve durante alguns anos, mas que agora já está novamente invertida, com várias especialidades a ficarem com vagas por preencher, por falta de atractividade

Para exemplo, em 2018, o serviço de Otorrino do Hospital de Santa Maria perdeu idoneidade formativa, por deliberação da Ordem dos Médicos - a decisão foi tomada pelo Colégio da Especialidade, que é o órgão regulador referente a cada especialidade.

Novamente, eu sei o que são critérios de idoneidade. E também sei o que são visitas para aferição de idoneidade, já as tive no meu serviço, a minha mulher já participou em visitas dessas, e não estão envolvidas pessoas da ACSS.

A leitura da discrepância entre o número de vagas pedidas e o número de vagas efectivas é curiosa, até porque na altura, nem haveria capacidade formativa pré-graduada em Portugal para conseguir corresponder às necessidades identificadas pelos directores de serviço.

Obrigado. Uma leitura rápida destaca a presença de processos pouco padronizados, coisa expectável para o Portugal do início do século XXI.

Aliás, essa parte do texto é, ipsis verbis, o que está escrito na Lei de 2015 e na Lei de 2004, que definiam previamente o regime jurídico do internato médico.

Homologadas, por proposta da Ordem dos Médicos e do Conselho Nacional do Internato Médico. Da mesma forma, as notas do exame final de especialidade são homologadas pela ACSS, mas a mesma não está envolvida em nenhum passo do processo de avaliação formal.

Eu não sei de que relatório está a falar, mas sei bem o que são visitas de idoneidade e não estão representantes da ACSS envolvidos.

Tanto quanto sei, a atribuição de idoneidade é uma competência exclusiva da Ordem dos Médicos, de acordo com a Portaria que estabelece o Regulamento do Internato Médico.

O paradigma actual também é bastante diferente - há já uma franja significativa de médicos que prefere não ter especialidade e apenas estar a fazer prestação de serviços médicos em serviços de urgência, sem diferenciação, porque é mais bem pago e com muito menores responsabilidades.

Por outro lado, os registos da Ordem poderão não ser fidedignos, já que existem inúmeros médicos que se inscrevem apenas para realização de exame de acesso à prova de seriação e ao Internato de Ano Comum, que poderão depois já nem estar a exercer no país e continuar nas estatísticas.

O facto de o médico aparecer sem especialidade atribuída não quer dizer que o mesmo não a tenha feito, já que basta que não se tenha inscrito no Colégio da Ordem para que este apareça nas estatísticas como não especialista.

Relativamente à atribuição de idoneidade formativa e ao número de vagas abertas para formação especializada, a ACSS atribui, por regra, números de formação que são abaixo do número de vagas estabelecido pela Ordem dos Médicos.

Esta é a realidade há já vários anos, o número de médicos a entrar na formação especializada e a sair da mesma é sempre superior, em larga escala, ao número de médicos a atingir a idade da reforma.

Estes números ainda seriam mais expressivos caso todas as vagas de formação fossem ocupadas - o mapa total de formação era de 2167 vagas!

Os números não são bem esses; actualmente temos um número de internos de formação especializada que suplanta claramente o número de reformados - em 2025, iniciaram a formação especializada 1851 novos médicos; os médicos a atingir a idade da reforma são 1426