É legítimo perguntar a Ronaldo como se sente por ser um embaixador de regime ditatorial, que tem sangue nas mãos e nenhum respeito por direitos humanos. Podemos interrogar como se sente em ser um presente levado, a título individual (e não em visita institucional), pelos sauditas

Foi pena que perdesse tempo a tentar ser um voltista. Caso tivesse continuado a ser um caça-etapas, teria um palmarés ainda melhor. Ainda assim, retira-se com uma fantástica sala de troféus. O melhor corredor de sempre da seleção portuguesa.

Houve poucos com o seu instinto e sangue-frio para ganhar em dias específicos nas duas últimas décadas. Um assassino calculista e implacável, que ficaria em último numa votação para ciclista mais popular do pelotão, mas não se importava com isso.

Rui Costa é, para toda uma geração, uma espécie de muito aguardado cometa. Um corpo celeste que iluminou um deserto, que provou que era possível um português andar consistentemente entre os melhores. Deu confiança para quem chegaria depois.