É evidente a inutilidade desses negacionistas "clássicos" para a indústria de combustíveis fósseis, exceto como animadores da bolha extremista. Para outros setores da sociedade, minimamente antenados com os fatos, é preciso chegar com um negacionismo refinado, "soft".
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No Brasil, Luis Carlos Molion, em 2008: "é muito provável que ocorra um resfriamento global nos próximos 20 anos ao invés de um aquecimento"
O mundo, de 2008 até 2023, aquecendo a uma taxa de quase 4 décimos de grau por década:

A entrevista foi concedida ao quadro "Estúdio JT" do Jornal da Tarde da TV Cultura.
www.youtube.com/live/7IJ1Zj4...

Claro, o enrosco representado pela indústria de combustíveis fósseis e pelo agronegócio é bem maior, mas pq não falarmos de proibição de desmatamento e prazo para banimento da queima uso de carvão, petróleo e gás fóssil? Sobre isso, vejam entrevista do @profalexandrecosta.bsky.social (link a seguir)

Não foi um "mercado de O₃" que evitou o colapso da camada de ozônio. Não foi esperando que voluntariamente os países cortassem suas emissões de CFCs que resolvermos o problema. Tampouco foi com um "consumo consciente de geladeiras"...

Primeiro, a ciência precisa ser ouvida.
Segundo, o negacionismo a serviço de interesses econômicos precisa ser enfrentado (sim, a indústria química de início resistiu ao Protocolo de Montreal que impunha o banimento dos CFCs)
Terceiro, não são meias-medidas que nos livram de catástrofes.

Infelizmente, a recuperação da camada de ozônio é um processo lento, bem mais lento que as perdas sofridas nas décadas passadas. Mas talvez algumas lições devam realmente ser aprendidas...

Se vocês olharem os gráficos anteriores, verão que a produção dessas substâncias praticamente caiu a zero (no caso dos CFCs, estes foram efetivamente proibidos) e que o ozônio total parou de cair. Além disso, a área do "buraco" está dando alguns sinais de tendência de diminuição.

Como foi que evitamos uma catástrofe? Com uma medida forte: banindo os CFCs e outras substâncias defletoras de ozônio através do Protocolo de Montreal!

Ah! Mas você deve estar se perguntando... Como é que essas moléculas vão parar lá? A ciência mostrou que certos poluentes podem ser transportados por longas distâncias. James Lovelock (o mesmo da Teoria de Gaia), já em 1971, sabia que os CFCs poderiam viajar pelo mundo e chegar à estratosfera.

Ou seja, por causa desse processo que "recicla" o átomo de cloro liberado inicialmente, uma única molécula de CFC pode levar à destruição de dezenas de milhares de moléculas de ozônio!

Os átomos de cloro liberados desequilibram a reação reversível que converte oxigênio e ozônio e vice-versa. O átomo de Cl ataca o O₃ formando ClO e O₂. O problema é maior porque o próprio ClO se desintegra, liberando o átomo de Cl para atacar outra molécula de ozônio e assim sucessivamente.

Durante os anos 1970-1990 produzimos grandes quantidades dessas substâncias depletoras, em especial os CFCs, na época amplamente adotados para refrigeração (mais de um milhão de toneladas por ano). Esses gases são inertes em condições normais, mas sob ação da radiação UV liberam átomos de cloro.

Até que se percebeu que o ozônio estava ficado bastante reduzido e constatou-se que a produção de substâncias depletoras de ozônio poderia estar colocando em risco essa barreira de proteção essencial à vida! De 1979 a 1994, a média caiu de 225 DU para 94 DU. O mínimo diário caiu ainda mais!

Durante o inverno e primavera do hemisfério sul, a concentração de ozônio na estratosfera sobre a Antártica tende a cair, mas não havia registro de ozônio total abaixo de 220 DU até que...

A região da estratosfera em que a concentração de ozônio é máxima é que é denominada de "camada de ozônio". Por ser um "gás-traço", o ozônio total na coluna atmosférica é medido em Unidades de Dobson (DU). Um valor de 300 DU equivale a uma camada de 3mm desse gás na pressão da superfície

Mas essa reação é reversível, também envolvendo a radiação UV. Ao absorver um fóton de UV, a molécula de ozônio se rompe, restituindo o O₂ e liberando um átomo de oxigênio livre. É aí que a grande maioria da radiação UV é bloqueada na estratosfera, evitando que chegue à superfície.

Em concentrações iguais a essa (ou maiores, como hoje em que o oxigênio corresponde a 21% da nossa atmosfera), moléculas de O₂ são quebradas em quantidade suficiente para que átomos de oxigênio livres (O) se combinem com outras moléculas (O₂) para formar o ozônio (O₃).