As estrelas do céu correm
Todas numa carreirinha
E assim correm os amores
Da tua mão para a minha

Da tua mão para a minha
Olalalarilolela

A roseira lá do alto
Deixa-te estar que estás bem
Debaixo ninguém te chega
E acima não vai ninguém

E acima não vai ninguém
Olalalarilolela

Menina, que está à janela
A comer trigo com queijo
Faça da boca pistola
Atire pra cá um beijo

Atire pra cá um beijo
Olalalarilolela

Do outro lado do rio
Tem meu pai um castanheiro
Dá castanhas em agosto
Uvas brancas em janeiro

Uvas brancas em janeiro
Olalalarilolela

Do outro lado do rio
Do outro lado de lá
Tem meu pai um castanheiro
Que tantas castanhas dá

Que tantas castanhas dá
Olalalarilolela

As flores do meu jardim
De encarnadas, aborrecem
Não se dão a quem as pede
Só, sim, a quem as merece

Amar por vício é delírio
Por interesse é vileza
Por correspondência é dúvida
Por afeto é firmeza

Eu hei de amar o meu bem
Diga o mundo o que quiser
Quem ama não quer conselhos
Quer só tudo o que o amor quer

Chamaste-me moreninha
Por isso não me zanguei
Moreninha é a pimenta
E vai à mesa do rei

A primeira quadra é típica do canto ao desafio, quando um cantador, ou cantadeira, "mata" o verso do outro, e este espera que alguém o ajude no verso. As canções do folclore português têm esse aspecto de jogo e desafio, de um cantador e uma cantadeira disputarem pra ver quem sabe mais versos.

A moda do carvoeiro
Não tem nada que saber
É andar com um pé no ar
E outro no chão a bater

Carvoeiro, carvoeiro
Despedida te hei de dar
Não hei de casar contigo
Nem te hei de deixar casar

Esse é um típico batuque do folclore galego, tocado nos entroidos, o carnaval galego. É cantado em galego-português, e tocado com enxadas e latões, instrumentos típicos do folclore galego.

De Linhares a Baíste
De Baíste a Rubilhom
Passeiam os meus amores
Ainda que digam que não

A foliadinha de ontem
De manhã será soada
E ela quer soe quer não
Ela vai de foliada

Heime de sentar aqui
E heime de deixar estar
Até que venha a lua
Até que venha o luar

Esse é o típico batuque do folclore galego, feito com enxadas e latões, tocado nos entroidos, o carnaval galego. Esse batuque provavelmente chegou à Bahia na época colonial e influenciou o que viria a ser a típica batucada baiana, comum nas ruas do Pelourinho.

Tenho um amor que me fia
Outro que me dá dinheiro
Outro que me desengana
Esse é o mais verdadeiro

Vou a dar a despedida
Por riba duma cereija
Vou a dar a despedida
O coração não me deixa

As maravilhas do céu
Eu quero poder encontrar
Ó, andorinha ligeira
Ensina-me o teu voar

Ó, andorinha ligeira
Ó, andorinha ligeira
Ensina-me o teu voar

Ó, minha caninha verde
Só a ti que quero bem
Se quiser casar comigo
Vai pedir à minha mãe

Vou pedir à tua mãe
Para contigo casar
Ó, minha caninha verde
A festa vai terminar

Ai, ai, ai, ai
Ó, minha caninha verde
Ai, ai, ai, ai
Verde cana de encanar

Vem comigo, ó, cana verde
Vem comigo, ó, meu amor
Vem comigo, ó, cana verde
Trigueirinha do calor

Abre-te cana-da-índia
Que te quero ver o meio
Dizem-me que tu és falsa
E ele ficou no arreceio

Debaixo do mar tem lodo
Depois do lodo areia
Debaixo de uma amizade
É que o juízo vareia

O meu amor é do mar
É do mar, é marinheiro
Ainda vem fora da barra
Já lá em casa entra o cheiro