"Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor
Dar valor
Vale quanto pesa pra quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor"

Que-que-é-isso?
Gil é um deus entre nós 🤍

Your Song ❤️

A inspiração foi parar em livro e depois nas telas. Fernanda Montenegro deu vida a Madame Carlota, cartomante que leu o destino de Macabéa, interpretada por Marcélia Cartaxo. Sim, meus amigos, chegamos em “A hora da estrela”, uma das obras mais importantes de Clarice Lispector. +

Clarice era mesmo danada. Retratada como vidente ali, feiticeira acolá, a escritora se considerava uma simples dona de casa – com o hábito de frequentar cartomantes há vários anos, diga-se. O causo no avião com Lygia Fagundes Telles é daquelas histórias boas de lembrar. +

Foi ali, naquele instante-já, que entendi Clarice. Entender a esfinge é modo de dizer, claro, mas foi em “Água viva” que a encontrei. Entre anônimos e virtuoses, a epifania foi democrática: Cazuza leu mais de cem vezes; Bethânia entoou versos; Marília Pêra dramatizou trechos. +

Clarice era avessa a entrevistas. Nesse importante registro da TV Cultura, ela revela seus trabalhos preferidos: “O ovo e a galinha” – conto publicado em “A legião estrangeira” e lido num Congresso de Bruxaria – e “Mineirinho”, texto emblemático, encomenda da Revista Senhor. +

Porém, foram os cães que conquistaram seu coração. Com Dilermando foi amor à primeira vista: “A pessoa mais pura de Nápoles”. Depois vieram Jack e Ulisses. Ah, Ulisses! O doguinho era danado. Nesse filme do IMS, o jornalista Sérgio Augusto fala sobre o xodó de Clarice. +

Clarice causava estranheza não apenas pelo texto hermético para alguns, visionário para outros. Ela era fascinante e imprevisível. Um dia convidou Chico Buarque para jantar e ele levou Vinicius de Moraes e Carlinhos de Oliveira. A conversa não fluiu e o jantar não foi servido. +

A história de Ana no conto “Amor” é arrebatadora (quem não leu, leia!). Já o conto “Feliz aniversário” inspirou especial da Globo duas vezes. Na segunda adaptação contou com luxuosa participação de Dercy Gonçalves no papel de Anita. O livro ganhou o Prêmio Jabuti de 1961. +