Eu não vou dizer que Mouthwashing é o melhor jogo de terror psicológico, mas com certeza é um dos mais pesados que já vi. Abordou temas pesados com maestria, e não de forma edgy como muitos outros tentam.

Tanto que naquele rolê da Collective Shout, de proibir compra de conteúdos adultos em contas Visa e Mastercard, Mouthwashing tava no meio. É um jogo fenomenal, mas trata de assuntos sérios, então é um jogo adulto. Mas isso é tipo querer banir Stephen King, ou qualquer coisa que aborda temas sérios.

Outro ponto importantíssimo é o quão pesado é a narrativa. Cada tripulante tem um problema que destroi eles mentalmente. Não detalharei sobre eles, mas o jogo não tem vergonha de falar deles.

Parece que a cada salto narrativo tem um novo plot twist. Cada detalhe ajuda a entender como são os personagens. Ao invés de introduzir os personagens de uma vez, ou só detalhar quem eles são lá para o final do jogo, eles são construídos lentamente, mas de forma constante.

O que diferencia ele de outros jogos de terror de narrativa? A forma que ele conta a narrativa. Não só o fato dela ser não linear, com saltos entre antes e depois da colisão da nave. Mas também com esses saltos dando detalhes no momento certo. Mostrando como é a relação entre os tripulantes.

Mouthwashing se passa na nave Tulpar, uma nave que faz fretamento espacial. Ponto principal da história se baseia na nave colidindo num asteroide. Logo no começo já vemos o capitão ajustando a rota para colidir nele. Os cinco tripulantes sobrevivem a batida, mas estão presos na nave.

Diferente de livros, os elementos visuais são um ponto chave. Ver a tristeza no olhar da Anya, o estado físico de Curly, é algo que difícil de detalhar por texto. O choque de ver isso é mais um soco do que uma picada de abelha que lentamente vai ficando dolorido.

Independente, tô amando esse jogo.