De suas memórias mais entradas na infância minha mãe costuma lembrar de ter de ir com uma pequena enxada adaptada ao seu pequeno tamanho ajudar nas lidas da lavoura. Também de cuidar do irmão mais novo. Estudar foi uma tentativa de um ou dois anos. Aprendeu algumas letras e números mas sem o ordenamento de juntar e usar. E ela conta de histórias da mãe dela, Nona Rosa, na infância desta seriam as coisas ainda mais difíceis: um pedaço de polenta pego pela infante Rosa perto do majestoso pai sem autorização prévia teria rendido a esta um grande tapa na cara. Das histórias de ida a escola sobram algumas travessuras e a memória de um cavalo da família que caiu em um córrego, quebrou uma perna e ficou alguns dias agonizando. Isso não sai de sua memória até hoje. Cresci com a lembrança dela do "finadinho" meu irmão mais velho Altamir que faleceu antes de meu nascimento aos dois meses de idade de uma doença que ela refere como "sapinho". Segundo ela se recorreu a toda medicina regulamentar bem como benzimentos e orações. Mas ele acabou falecendo. Menos na memória dela. Na infância me dava até ciúme de como ela tanto falava dele. Hoje como adulto e como pai compreendo um pouco do que ela sente. Uma memória feliz é de quando caiu neve no interior de Tuparendi. Ela e os irmãos e irmãs estavam com catapora, proibidos de sair e até de espiar pela janela. Mas a Nona Rosa tinha seus momentos de distração. E elas ao menos espiavam espantadas aquele inédito e curioso fenômeno. Por essas e por outras sempre vou dar meu máximo por minha "velhinha". Família italiana se ama aos gritos. Aos beijos estralados. Mas o amor é insuperável.

O ministro das Relações Institucionais enfureceu bolsonaristas ao usar boné que valoriza o Brasil.