O filme resgata pedaços da história que foram apagados da nossa memória coletiva. Queremos falar sobre um Portugal rico, multicultural, mas que pouco espaço tem tido para ser conhecido e e celebrado. Queremos falar sobre o que é ser negro e Português no século XXI, o que nos separa e nos aproxima.

Reclama-se uma superioridade cultural, mas estas pequenas coisas mostram que a equivalência da brutalidade e violência está ainda muito enraizada na forma como nos vemos e entendemos.

Em termos práticos parece-me que o país sofre do complexo da classe média: aproximemo-nos dos mais riscos porque não queremos ser como os pobres.

Enquanto não se domesticar a supremacia branca europeia que que pulula nas cabeças de muitos por aí, não haverá volta a dar.

Enquanto sociedade não reagimos a tempo, continuamos a tentar lutar contra a ignorância herdada, ao mesmo tempo que ainda discutimos se vale a pena apostar na literacia mediática.