Alcoforado não é "prejudicial" ao campo, na verdade, avalio que ele pode difundir bastante a Antropologia por aí. Torço por isso. Porém, preferiria que isso fosse feito de uma maneira mais rigorosa, mas sei que isso não vende e nem atrairia o mercado editorial. Então, que assim seja [por enquanto].

sabe que está cedendo para alcançar um público maior. Não quero julgar essa escolha. É o caminho dele, não o meu [e o trabalho é dele, não meu]. Pensei em escrever uma resenha crítica mas não o farei, pois acredito que é importante escolher com precisão as nossas batalhas. +

Opto, no entanto, em reduzir minha leitura e esse breve comentário. Acho que é uma obra que tem algumas qualidades e que pode promover o campo da antropologia. Alcoforado, no mestrado, foi orientando da Mariza Peirano, e portanto, ele sabe o que está fazendo. Além disso, +

Ah, e um comentário adicional: a tradução do corpo do livro é absolutamente PERFEITA. Nada contra o tradutor Paulo Schiller, que fez magia para tornar as sentenças húngaras são "abrasileiradas". Mas não precisava desse título... não mesmo.

+ num silêncio e num isolamento que não eram humanos, o pavor e a amargura, a infelicidade e a agonia, a melancolia e o calvário de nossa existência sobre a terra, em quantidades suficientes para o bairro circundante."

+ o destino humano: cidade em ruína, da decadência, das doenças, do entulho e da ferrugem. Ou seja, espaço construído em perfeita conformidade com seus habitantes. As linhas de montagem das velhas fábricas, acionadas por motores hoje empedernidos, produziram, e talvez ainda continuassem a produzir+