Concordo. E o título perde a consistência muito rápido. Dizem que é por conta da demissão do Joey Cavalieri como editor-chefe da linha 2099.

Já sobre o Ron Lim, sei que muita gente reclama que os rostos são os mesmos e até concordo, mas gosto das composições de cena que ele cria e sua narrativa é bem fluida. Além de que os conceitos dos X-Men 2099 são todos bem legais.

Inclusive, adoro de como o conceito dos X-Men aqui é levado ao campo da resistência social e organizada. Xian é um ex-mercenário que se torna líder de comuna e idealiza a liberdade como um direito de todos, nem que para isso tenha que derrubar o sistema das corporações.

Uma das coisas que gosto desse inicio do universo 2099 original é de como cada título mostra um cenário distinto dos EUA (e Latveria), com seus próprios problemas e corporações distintas. No caso dos X-Men, os consórcios de Vegas que precificam tudo e escravizam qualquer um.

No mais, gostei de ter feito essa releitura. Johns Francis Moore cria uma série que não fica dependente da mitologia prévia da franquia e te entrega uma aventura que mesmo de narrativa rápida, te envolve dentro deste mundo deturpado. E sempre fui fã da arte do Ron Lim.

Inclusive, uma curiosidade da época de sua primeira publicação no Brasil. A Abril abandonou o título do Ravage e por conta da saga (que era chamada de A Volta dos Deuses), e teve que fazer um resumão express na revista que ele volta a ser publicado.

Inclusive, faltam edições prévias que já introduzem a trama. Em Ravage #14, que não está em nenhum dos dois encadernados, o protagonisya já apresenta a cidade de Valhalla como um perigo ambiental. E os contatos com Destino e os X-Men acontecem lá. Além da origem de Hela. Faltou esmero da Marvel

Um outro ponto de crítica é repetir o que foi feito no terceiro encadernado do Aranha 2099, quando adicionam a saga A Queda do Martelo. Entendo que é um arco que une os titulos da época, mas se vão repetir a história em cada encadernado não era melhor ter feito um separado só para a saga?

O problema pra mim é a edição. A Marvel fez um trabalho editorial ruim na forma como pensou o encadernado, sem contar a falta de cuidado em informar contexto, histórias paralelas e tudo mais. E a Panini poderia ter mudado isso nas páginas que sobraram. Mas aí é pedir demais deles.