Dito isso, toda a geopolítica internacional pós Segunda Guerra indica a iminência de uma Terceira Guerra. A questão aqui não é “se vai ocorrer”, mas sim “quando vai ocorrer”.

A Rússia não irá parar na Ucrânia do mesmo modo que a OTAN não vai parar na Polônia ou Finlândia. O acirramento das potências ocidentais e da Rússia é histórico e tende a ser fator primordial na eclosão de um conflito global.

Lembrando que o território russo, invadido há séculos, viu na anexação de territórios e na criação de áreas de influência (Cortina de Ferro) uma saída para o problema histórico de invasões por terra. Toda estratégia soviética de expansão foi para sanar esse problema.

A fragmentação das repúblicas soviéticas, o fim do Pacto de Varsóvia e o esfacelamento do bloco socialista no leste europeu, fragilizaram profundamente a força geopolítica russa. E desde que tomou o poder, Putin tenta recuperar tal poder.

França e Reino Unido temem que a Ucrânia seja apenas o começo de uma incursão russa dentro do continente europeu, o que não seria surpresa. Desde o fim da URSS, a Rússia perdeu o cinturão de proteção que tinha ao redor de Moscou.

A única certeza é de que o conflito se acirra e tende a se alastrar.

Tudo isso vai depender de como a Ucrânia usará esse armamento. Se para se defender de ofensivas ou para ataques deliberados. E também se irá mirar em alvos militares ou civis, dentro ou fora da Rússia.

Putin já sinalizou que, dependendo do armamento usado contra a Rússia, a resposta seria a Guerra Total. Isso significa o uso de armamento nuclear. Além disso, o presidente russo já disse anteriormente que, caso a OTAN libere armamento de ataque para Ucrânia, um conflito global seria deflagrado.

Com esse tipo de armamento, o governo de Zelensky conseguiria atingir alvos dentro do território russo. Alvos militares ou não. No entanto, caso o território russo seja atacado, a ofensiva de Putin seria devastadora.

Ucrânia tem pedido há algum tempo que mísseis de longo alcance sejam liberados para uso. Desde o início do conflito, a Ucrânia só se defende e o uso desses mísseis poderia significar um contra-ataque ucraniano mais efetivo. Mas há um grande risco.