Ele deve estar com os vistos vencido e pirando

E assim, graças à teimosia — e um pouco de astúcia —, o casamento aconteceu.
Do amor “excomungado” da minha avó nasceram três filhas. 💛

O cunhado foi até o padre e disse:
“Se o senhor não entregar a certidão, vou à rádio contar aquela história da mulher casada de quem o senhor teve de fugir pela janela.”
O padre entregou o papel na hora. 😇

Depois da cerimônia, ele se recusou a entregar a certidão de casamento.
Foi então que um cunhado da minha avó resolveu intervir.
Por coincidência, ele era da mesma cidade do Padre Jair…

No dia do casamento, o som da igreja pifou bem na hora.
Os convidados foram poupados do novo sermão do padre — e da excomunhão estendida ao meu avô.
Mas o padre ainda não tinha desistido.

Na véspera, porém, ele ainda fez minha avó ajoelhar e a “excomungou” três vezes.
Enquanto isso, uma obra acontecia na igreja — e uma tábua despencou lá de cima, assustando os dois.
Um pequeno sinal do karma, talvez. 😅

Do outro lado da linha, o arcebispo deu uma bronca no padre e avisou:
“Se o senhor não casar, eu mesmo vou a Mogi e caso.”
Aí sim o padre mudou de ideia: disse que celebraria o casamento.

Minha avó voltou a Mogi e entregou a carta ao Padre Jair.
Ele rasgou a carta na frente dela e disse que não iria casar.
Ela então voltou a São Paulo — e Dom Paulo, indignado, pegou o telefone e ligou pessoalmente.

Lá, disseram que só a Arquidiocese em São Paulo poderia resolver.
Ela foi até lá e falou com Dom Paulo Rolim Loureiro, que a recebeu com atenção.
Depois da conversa, ele disse: “Pode casar, minha filha”, e entregou uma carta autorizando.

O casamento seria na Catedral de Mogi das Cruzes, convites enviados, tudo pronto.
Mas o padre — vamos chamá-lo de Padre Jair — disse que não a casaria por ela ser espírita.
Desesperada, minha avó foi atrás de outra igreja.