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Em contrapartida, costumo evitar setores cíclicos, como construção civil e varejo, uma vez que eles dependem de uma economia aquecida para ter um bom desempenho.

Meus setores favoritos são o financeiro e o de utilidade pública, que inclui saneamento, energia elétrica e gás. Esses setores são o que eu chamo de "anti-crise", pois, independentemente do cenário econômico, as pessoas continuarão a consumir esses serviços.

Geralmente, prefiro concentrar meu portfólio. Durante muito tempo, mantive no máximo três ações em carteira, mas com baixa correlação entre elas.

Faço uma ressalva que na maior parte das microcaps, gastar sola de sapato indo visitar a empresa, conversar com o RI e estudar o formulário de referência para entender o negócio, vale mais do que aplicar filtros baseados apenas em múltiplos.

Os múltiplos auxiliam no screening para identificar potenciais ativos, mas não são determinantes para a exclusão de investimentos. O DCF, por outro lado, serve para quantificar a narrativa da tese que construo sobre uma empresa.

Eu prefiro uma abordagem mais bottom up, na qual me preocupo mais com a empresa do que com o cenário, pois empresas sólidas e com vantagens competitivas tendem a ter uma capacidade melhor de se adaptar e, mesmo em condições adversas, gerar retornos.