deu pra bola supervalorizar a disputa pelos Poderes Executivos e não dar a importância devida à disputa por hegemonia nos Parlamentos. Isto só interessa a interesses personalistas e partidários, à “Sociedade” e ao futuro do País não.

E que o campo progressista encare, de uma vez por todas, algo mais que vital em tempos de _Tik Tok_ e _WhatsApp_:

Nem samba nem – por favor me perdoe, Glauber – a greve de fome do aguerrido paramentar vai livra-lo. Freixo aponta para um rumo mais estratégico.

Disse, certa vez um professor, quando do golpe de 2016, o qual, infelizmente, não lembro mais quem foi: "não vai ter Potemkim". Lucidez necessária e válida também para o Hoje.

Ao que tudo indica, pela gravidade da coisa, soaria melhor – ainda que em baixo volume, porém mais audível pra quem pode mudar o voto quanto ao destino do Deputado – gastar sola de sapato, saliva e por vezes tapar o nariz, indo de gabinete em gabinete parlamentar, de olho no Plenário.

Isto, frente a uma "Sociedade" cada vez mais letárgica, bem como diante de alguns Deputados nem aí pro País, soa ineficaz, estrondosamente ineficaz. Buscar os que se salvam num contexto que só piora é vital para tentar enterrar o fascismo e acabar com o Estado Profundo.

Talvez um barulhaço constrangedor na porta da Câmara dos Deputados seja medida mais eficaz para o momento do que o dispender de energias caçando "views" e emulando "vens" pra rua da vida.

tem que mapear quem ainda não se rendeu totalmente ao fascismo e, quem sabe, possa se abrir ao negociar de algum tipo de sanção, que não a cassação; tem de batalhar para deixar o processo na rabeira da fila das milhares de pautas de urgência, até o fim da atual e Legislatura.

Tendo a concordar com o Freixo, por ocasião de uma entrevista concedida ontem, 16/04, ao ótimo e matinal ICL Notícias: a esquerda tem que voltar a fazer política e não ficar encastelada nas bolhas e no mundo dos views e likes;

Vi nas redes que o PSOL promoveu samba de roda pro Glauber... Isso vai por mesmo a "Sociedade" na rua? Por motivos tão ou até mesmo mais graves ela não tem ido, ou tem? Não me tome como exemplo a última da Paulista num domingo, só com gente nossa, todo mundo com camisa vermelha, por favor me poupem.

, e que, certamente, não vai se sensibilizar porque – ideologia trabalhando – ele é "mal educado", porque "chega de violência"(oi?!)... quanta civilidade seletiva, não é?

De quebra, Glauber é quadro de esquerda em uma "Sociedade" que não se escandaliza com gente histriônica, grosseira e agressiva que prega golpe e ditadura

Irrita não somente deputados, com "d" minúsculo, da extrema direita, mas os da direita tradicional, inclusive - ainda que hoje avis rara - daquela mais dialógica, porque sabe fazer Política, com "P" maiúsculo.

e, por extensão, com o Brasil e seu "Estado Profundo", aquele que, entra e sai mandato presidencial e legislatura, segue intocável.
A situação piora quando se vê que Glauber irrita integrantes da Casa à qual espero de coração e mente ele siga compondo.

ainda mais em se tratando de um cara – registre-se, necessário para chacoalhar o atual Parlamento – que bate de frente com coronelatos por décadas aboletados naquela Câmara edilícia e moralmente insalubre,

Penso que não vai ter sensibilização para pouco além de quem já respeita, admira e apoia o Deputado vítima de _lawfare_ regimental...

Para um caso desses a tal Sociedade, o "gigante", não reage. A ideologia do modo de produção hegemônico no País, com seu padrão de civilidade conveniente para os interesses do _status quo_, segue anestesiando a arrasadora maioria da tal "Sociedade" a que se refere o artigo.