Bom, é isso… Apesar do estilo antidesportivo e das jogadas sujas, a era dos Bad Boys merece ser lembrada pelo espírito de resiliência e o instinto competitivo incansável. O rapper Eminem é torcedor da franquia e se apresentou na Caesars Arena na temporada 2017-2018.

Na temporada de 92-93, o rendimento da equipe caiu, e eles ficaram fora dos playoffs. Rodman deixou a franquia para jogar pelos Spurs e Salley foi para o Miami Heat. Na temporada de 94, com Dumars, Laimbeer e Thomas, os Pistons terminaram em último lugar da conferência leste com apenas 20 vitórias.

E então, uma polêmica de despedida. A 7 segundos do fim da série, os Pistons se levantaram do banco de reservas e abandonaram a quadra, sem cumprimentar os adversários ou ao menos agradecer os torcedores, decretando o fim do elenco mágico (e um tanto violento) de Detroit.

SAINDO DE CENA

O sucesso dos Bad Boys chegou ao fim em 1991. Na terceira final consecutiva de conferência contra o Chicago Bulls, a série terminou 4 a 0. Jordan e Pippen estavam fisica e mentalmente mais fortes, não teve tanta graça.

"Jordan estava tão bravo que caiu aos prantos no último banco do ônibus da equipe", relatou Phil Jackson, técnico dos Bulls naquela época. Foi uma série brutal, os Bulls perderam por 19 pontos.

E funcionou! Em 89, os Bad Boys derrotaram os Bulls, em uma rota que os guiaram para o primeiro título. Em 90, em um confronto mais do que decepcionante, Chicago sucumbiu no jogo 7 entre inúmeros problemas.

Isiah Thomas foi decisivo para criação das regras que deteriam Jordan. Basicamente, a equipe de Detroit o forçava a levar a bola ao meio da quadra, ou se estivesse no centro, o forçavam para a esquerda e o cercavam. Bloqueios duplos e triplos complementavam o trabalho.

REGRAS JORDAN

Os Pistons enfrentaram os Bulls por quatro temporadas consecutivas nos playoffs: na semifinal da conferência de 1988 e nas finais do Leste de 1989, 1990 e 1991. "Era como o Código da Vinci e a fórmula da Coca-Cola", disse Joe Dumars sobre a estratégia para parar o camisa 23.

Em 1989, contra a estrela Magic Johnson, a equipe de Detroit venceu, decretando o fim da era roxa e dourada na NBA.

Apesar da vitória na final da conferência, os Pistons perderam para os Lakers na final da NBA. Mas um dos pontos altos foi a atuação incrível de Thomas no jogo 6. Após torcer o tornozelo, ele fez 25 pontos no terceiro período, um recorde em finais. A derrota veio no decisivo jogo 7.

Na era do lendário Larry Bird, os Pistons sofreram no Boston Garden, e justamente a equipe celta foi decisiva para a criação da forte mentalidade e identidade da franquia que estava se reestruturando. Em 88, os Bad Boys finalmente destronaram os rivais: o leste tinha um novo dono.

A primeira coisa a se destacar é que os atletas de Detroit rapidamente abraçaram a imagem de vilões na mídia. "Alguém tem que ser o vilão. Nós adotamos o rótulo, não fugimos dele", disse Laimbeer. Quando confusões se criavam, os Pistons sabiam: o jogo estava na mão.

Esse núcleo dos Pistons era mais do que uma forte defesa. A mentalidade competitiva ressoava nos quatro cantos da quadra. E uma das maiores forças daquela equipe era desestabilizar psicologicamente os rivais. Tinha o famoso trash-talk, as palavras no ouvido, as provocações constantes.

Em 1983, o técnico Chuck Daly chega, brincando que "ninguém mais aceitaria o cargo". Em 85, o armador Joe Dumars e o ala-pivô Rick Mahorn. Em 86, Adrian Dantley, que foi trocado por Mark Aguirre no meio da temporada do primeiro título. Salley e Rodman também chegariam via draft.

Peça por peça, Jack foi formando, então, a equipe de antagonistas que seria lembrada para sempre. Depois de Vinnie Johnson, também em 81, ele negociou trocas para ficar com o pivô Bill Laimbeer. Esse, por sua vez, não parecia um tiro certeiro, era lento e desajeitado, mas sabia arremessar.