14) Por isso a velocidade das nossas ações na mitigação das mudanças climáticas importa muito: quanto mais rápido cortarmos emissões e chegarmos a zero emissões líquidas de CO2, maior o acúmulo evitado nesse "estoque" de escala milenar

13) CO2 tem vida longa na atmosfera: cerca de metade das nossas emissões de CO2 são removidas por sumidouros de carbono na terra e oceano no primeiro século, mas o restante permanece por milênios.
O acúmulo é grande e mesmo se pararmos de emitir agora, a Terra não resfriará naturalmente por milênios

8) quanto mais quente a atmosfera se torna, maior sua capacidade de reter umidade (cerca de 7% mais umidade a cada 1°C em média). A atmosfera mais sedenta absorve mais umidade do solo piorando a seca em algumas regiões. Enquanto vapor d'água extra no ar é combustível para tempestades mais severas

7) Ciclos solares também não explicam o atual aquecimento.
O Sol tem ciclos de cerca de 11 anos e a quantidade de energia que recebemos na Terra costuma acompanhar isso sem grandes variações. Mas nas últimas décadas temos recebido até menos energia enquanto a temperatura na Terra só aumenta

6) o aquecimento atual está ocorrendo cerca de 10 vezes mais rápido que a taxa média de aquecimento após eras glaciais

5) a Terra já aqueceu e resfriou naturalmente antes devido a ciclos orbitais (ciclos de Milankovitch) - que explicam entradas e saídas de eras do gelo. Mas estes ciclos operam em escalas de tempo muito diferentes e não explicam o atual aquecimento global

4) O oceano absorveu cerca de 90% do excesso de calor retido na atmosfera. Também absorve muito CO2 - o que contribui para sua acidificação - afetando assim sua química e impactando profundamente a vida marinha

3) a única forma de parar o aquecimento global antropogênico é cortando rápida e drasticamente as emissões de gases de efeito estufa até atingirmos zero emissões líquidas de CO2 (net zero). O Acordo de Paris tem como meta mais ambiciosa alcançar net zero em 2050

2) Estamos vivendo o período mais quente do planeta em cerca de 125.000 anos

1) A quantidade de CO2 na atmosfera atualmente é comparável à que havia cerca de 4,3 milhões de anos atrás, durante o Plioceno, quando o nível do mar era cerca de 23 metros mais alto do que é hoje