Nossa força sempre veio da união. A fragmentação só interessa a quem quer nos ver derrotados. Diante dessa ofensiva, é urgente reafirmar a solidariedade entre todas as identidades dissidentes

A transfobia já foi patologização, perseguição religiosa, exclusão feminista e agora se disfarça de "cisão interna". A essência é a mesma: negar humanidade e direitos às pessoas trans.

A retórica da LGB International ressoa com a agenda da extrema direita. Não é surpresa: grupos TERFs como "A Mátria" no Brasil já se aliam a parlamentares conservadores. A "defesa" LGB serve de cavalo de Troia para atacar todos os direitos LGBTQIA+. E isso aconteceu ontem mesmo na Câmara

A rede também é uma disputa por poder. Ela toma espaço de organizações históricas como a ILGA perante a ONU e outros fóruns. A fragmentação do movimento é uma arma para governos e políticos autoritários, que !usam a "falta de consenso" para paralisar políticas públicas.

A estratégia é perigosa: ela separa radicalmente "orientação sexual" de "identidade de gênero" como se fossem campos opostos. Isso reforça velhos padrões de gênero e desvia o debate da luta contra o sistema de opressão que atinge a todos nós.

A LGB International é, portanto, uma nova cara para a transfobia. Aproveita-se de bandeiras históricas LGB e usa uma linguagem "moderada" para camuflar a exclusão, alcançando um novo público (como homens gays) que o TERF puro não alcançava.

Esse discurso não nasceu agora. Suas raízes estão no Feminismo Radical Trans-Excludente (TERF), com teóricas como Janice Raymond, que em 1979 definiu a existência trans como "uma forma de estupro". Uma ideologia que nega a legitimidade das identidades trans.

O vídeo de lançamento da rede (lá no twitter) começa com um tom "inofensivo", mas logo radicaliza: "espaços lésbicos agora acolhem homens", "queremos quebrar normas de gênero e não nossos corpos". A plataforma é claramente anti-trans. x.com/lgbinternati...

A criação de organizações por identidade específica (lésbicas, trans, etc.) não é nova. A novidade da LGB International não é se organizar, mas o conteúdo: sua base é a oposição ao reconhecimento e aos direitos das pessoas trans.

Ótimas indicações. Da Elis eu li tem aaaanos, fiquei curioso sobre essa edição ampliada.

Já si. Aliás, eu o conheci e tivemos alguma proximidade. Tenho a minha autografada.

li aqui a sinopse e adorei. fora que li mt pouco do Trevisan, pode ser uma boa mesmo. obrigado pela indicação

Já li a autobiografia e o que ela publicou depois da pandemia

Não me esqueço de uma conversa com a Vidda Guzzo em que ela disse que esse PL seria a "utopia hermafrodita" e ouvir isso foi uma das coisas que mais me deixou feliz nesse processo. No processo de luta política não podemos nunca abandonar as utopias, elas são os nossos horizontes.

Foi muito trabalho e com certeza é uma das coisas que mais me orgulho de ter feito. Acredito que temos uma proposta incrível, que prevê não só o fim das mutilações genitais, mas diversos mecanismos de proteção, prevenção e até reparação para pessoas intersexo.

Foram dezenas de reuniões com especialistas, ativistas e pessoas intersexo do Brasil e do exterior, mais de 100 pessoas consultadas. Realizei ainda um levantamento das normas e diretrizes internacionais, documentos de organizações brasileiras e gringas, pra chegar no texto final.

O projeto surgiu como uma ideia da ABRAI, capitaneada pela Thais Emília. A @dudasalabert.bsky.social rapidamente acolheu e eu fiquei responsável por essa articulação com os movimentos, pesquisa jurídica e elaboração, sempre em parceria com a ABRAI e tantas outras organizações.