As novas formas de vida social e comunitária que sustentam a luta e prefiguram o mundo livre que se deseja criar são denominadas por Ruth Gilmore como "Infraestrutura do Sentimento".

Sendo a abolição um projeto positivo de criação, não se trata apenas de desmantelar prisões, mas de construir ativamente a infraestrutura social para o bem-estar: saúde, educação, moradia, relações sociais não-hierárquicas...

Gilmore foca na prática da abolição (a construção de alternativas vivas e viáveis ao complexo industrial prisional) para debater a abolição no presente. Como dito: a liberdade é um lugar!

"Confrontando o Estado de Exceção", Ruth Gilmore traz como o estado usa "emergências" (ex.: guerra às drogas) para suspender direitos e normalizar a violência, e, como movimentos abolicionistas resistem a isso.

Ao analisar o militarismo, as cidades cárcere e as guerras aos sem-teto, Ruth argumenta que a lógica do encarceramento se espalha para as cidades através do policiamento militarizado, do controle de espaços públicos e da criminalização da pobreza.

Na terceira parte, Ruth focará em estudos de casos concretos que aplicam a estrutura teórica a contextos específicos, mostrando a luta contra o abandono. Examina movimentos históricos de resistência prisional, mostrando como os presos e suas comunidades contestam ativamente o poder carcerário.

A globalização e a violência dos EUA com a expansão do complexo industrial prisional doméstico está intrinsecamente ligada às políticas imperiais e militaristas dos EUA no exterior.

A autora analisa a expansão do sistema prisional californiano como resposta espacial e econômica à crise de superacumulação de capital. As prisões são as soluções geográficas para as crises econômicas, absorvendo terras, capitais e trabalho excedentes enquanto gerem a população "excedente"

O capitalismo não pode funcionar sem a produção de desigualdades e vulnerabilidades diferenciadas por RAÇA. O Estado e o capital ativamente organizam sistemas que tornam certas populações vulneráveis (fuga de capitais, desindustrialização, segregação habitacional).

Na segunda parte, Ruth analisa as dinâmicas estruturais do capitalismo racial que criam populações excedentes, e como o sistema prisional surge como uma solução para este problema, portanto está analisando a produção do abandono ORGANIZADO.