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Espelhos Distorcidos

Eu a amo e a odeio.A desejo e a rejeito.Ela me leva ao céu e ao inferno.Ela já faz parte de quem eu sou. Há noites em que ela chega como um cometa — branca, luminosa, prometendo mundos que não existem, mundos que só brilham rápido demais para serem reais. Toca minha pele como…
Espelhos Distorcidos
Eu a amo e a odeio.A desejo e a rejeito.Ela me leva ao céu e ao inferno.Ela já faz parte de quem eu sou. Há noites em que ela chega como um cometa — branca, luminosa, prometendo mundos que não existem, mundos que só brilham rápido demais para serem reais. Toca minha pele como quem conhece meus atalhos, meus vazios, meus medos mais antigos. E eu cedo, quase sempre cedo, como quem encosta a testa numa porta proibida e a empurra só mais um pouco. Mas o preço… ah, o preço.
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November 22, 2025 at 12:18 AM
A Noite Escura da Alma

Há um momento – não avisado, não nomeado – em que o mundo silencia por dentro. O ar pesa, os pensamentos ecoam como passos em um templo abandonado, e a alma... ah, a alma se esconde. Não há estrelas no céu interior. Tudo é nevoeiro espesso, um suspiro preso entre o ontem e o…
A Noite Escura da Alma
Há um momento – não avisado, não nomeado – em que o mundo silencia por dentro. O ar pesa, os pensamentos ecoam como passos em um templo abandonado, e a alma... ah, a alma se esconde. Não há estrelas no céu interior. Tudo é nevoeiro espesso, um suspiro preso entre o ontem e o nunca mais. A Noite Escura da Alma não é feita de gritos. É feita de ausência. De um vazio que não se preenche com palavras doces ou com fé herdada. É o abandono sagrado, o exílio espiritual que nenhuma reza consola.
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November 7, 2025 at 3:16 AM
A urgência de não sentir

Às vezes, eu queria um botão. Um botão sórdido, pequeno, antigo, como os de uma máquina de escrever em ruína. Um botão escondido atrás da nuca, talvez — pressionável com um suspiro. Que ao toque, dissolvesse a avalanche. Porque, sinceramente, tem dias em que estar viva é…
A urgência de não sentir
Às vezes, eu queria um botão. Um botão sórdido, pequeno, antigo, como os de uma máquina de escrever em ruína. Um botão escondido atrás da nuca, talvez — pressionável com um suspiro. Que ao toque, dissolvesse a avalanche. Porque, sinceramente, tem dias em que estar viva é sentir demais. E eu já não sei se isso é dom ou maldição.Tudo me atravessa como se a pele tivesse sido arrancada, centímetro por centímetro, e agora o mundo me toca com unhas sujas, vozes estridentes, ausências pesadas demais. Me disseram que sentir é viver.
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November 6, 2025 at 3:21 AM
Nada nos pertence, e tudo nos habita.

Às vezes me perguntam o que tenho a perder.Sorrio. Não por ironia — embora eu a cultive como flor de veneno —,mas porque a pergunta presume um engano primordial:que possuímos alguma coisa neste mundo. Eis a falácia doce: a ideia de que algo é nosso.O corpo? Um…
Nada nos pertence, e tudo nos habita.
Às vezes me perguntam o que tenho a perder.Sorrio. Não por ironia — embora eu a cultive como flor de veneno —,mas porque a pergunta presume um engano primordial:que possuímos alguma coisa neste mundo. Eis a falácia doce: a ideia de que algo é nosso.O corpo? Um casulo por tempo limitado.Os amores? Visitantes. Uns passam, outros ardem, mas todos vão.Os lugares? Albergues da alma nômade.Até o nome — esse que carrego como espada e cicatriz — me foi dado, e um dia deixará de ecoar.
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November 5, 2025 at 3:11 AM
O Colapso das Certezas e o Teste do Vazio

A Verdade com V maiúsculo não é um conceito a ser encontrado nos livros, nem nas doutrinas repetidas como mantras por aqueles que nunca ousaram questionar a própria existência. Ela não se revela em discursos bem estruturados ou em causas que nos ensinam a…
O Colapso das Certezas e o Teste do Vazio
A Verdade com V maiúsculo não é um conceito a ser encontrado nos livros, nem nas doutrinas repetidas como mantras por aqueles que nunca ousaram questionar a própria existência. Ela não se revela em discursos bem estruturados ou em causas que nos ensinam a defender antes mesmo de entendê-las. A Verdade é uma entidade feroz, um enigma que não se entrega aos impacientes. Ela exige vácuo, exige vazio, exige o colapso das certezas. Há um momento na vida em que tudo o que achamos saber se dissolve como tinta diluída na água.
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November 4, 2025 at 3:01 AM
“Not all those who wander are lost”

Eu caminho. Às vezes por dentro. Às vezes tão para fora de mim que me perco no contorno das árvores ou no balançar das sombras. Não sei onde estou. Mas também não estou perdida.Não mais. Existe algo estranho e sagrado nesse estado de errância — como se o mundo…
“Not all those who wander are lost”
Eu caminho. Às vezes por dentro. Às vezes tão para fora de mim que me perco no contorno das árvores ou no balançar das sombras. Não sei onde estou. Mas também não estou perdida.Não mais. Existe algo estranho e sagrado nesse estado de errância — como se o mundo deixasse de exigir respostas e passasse apenas a escutar. A estrada me aceita como sou: desfeita, incompleta, sempre em transição. E eu a aceito também, com seus silêncios longos e suas curvas que não prometem nada. Eu não busco chegada.
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November 3, 2025 at 3:01 AM
O que temos quando não temos nada?

Dizem que perdemos coisas ao longo da vida.Mas eu aprendi — a duras perdas, veja bem — que nunca se perde o que nunca se teve.Porque nada é nosso. Nada nos pertence.Tudo nos é emprestado com data de devolução invisível. Mas...o problema não está na posse…
O que temos quando não temos nada?
Dizem que perdemos coisas ao longo da vida.Mas eu aprendi — a duras perdas, veja bem — que nunca se perde o que nunca se teve.Porque nada é nosso. Nada nos pertence.Tudo nos é emprestado com data de devolução invisível. Mas...o problema não está na posse real,está na ilusão.É quando achamos que temos que começamos a temer perder. A ilusão da posse é um vício sutil,e o medo é seu parasita fiel.Acreditamos possuir um amor — e o medo de perdê-lo nos prende mais que o amor em si.
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November 2, 2025 at 3:01 AM
MEMENTO MORI — MONÓLOGO DE GENEVIÈVE

Memento mori.Lembra que você vai morrer. É engraçado… quando a gente é jovem, acha que vai viver pra sempre.Acha que o tempo é uma dívida que o mundo tem com a gente.Mas a verdade? A verdade é que a morte não faz promessas.Ela só espera. E um dia, ela vem. E…
MEMENTO MORI — MONÓLOGO DE GENEVIÈVE
Memento mori.Lembra que você vai morrer. É engraçado… quando a gente é jovem, acha que vai viver pra sempre.Acha que o tempo é uma dívida que o mundo tem com a gente.Mas a verdade? A verdade é que a morte não faz promessas.Ela só espera. E um dia, ela vem. E pronto. Mas eu não temo isso.Não mesmo.O que me apavora é o contrário:é acordar todo dia e perceber que estou viva — mas por dentro, vazia.É existir sem presença, é respirar sem propósito,
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October 30, 2025 at 12:37 PM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 2: As Vozes Cinzentas

Com o tempo, a menina começou a notar coisas estranhas. Sempre que ria alto demais, uma mão invisível parecia empurrar seu peito para baixo.Sempre que corria como o vento, vinham olhos duros, como portas que se fecham.E quando tentava…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 2: As Vozes Cinzentas
Com o tempo, a menina começou a notar coisas estranhas. Sempre que ria alto demais, uma mão invisível parecia empurrar seu peito para baixo.Sempre que corria como o vento, vinham olhos duros, como portas que se fecham.E quando tentava mostrar sua estrela — com palavras, com desenhos, com danças sem música — ouvia sempre a mesma coisa: — “Fale mais baixo.”— “Sente-se direito.”— “Isso não é jeito de uma menina decente.”— “Você está exagerando de novo.” As palavras não eram gritos, mas tinham pontas afiadas.
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October 30, 2025 at 12:04 PM
Canal no Telegram

Saudações peregrinos, venho anunciar a criação do canal no Telegram da Árvore de Devaneios. Nos siga para acompanhar as novidades e conteúdos extras.
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Saudações peregrinos, venho anunciar a criação do canal no Telegram da Árvore de Devaneios. Nos siga para acompanhar as novidades e conteúdos extras.
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October 30, 2025 at 11:48 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 19: Onde Nascem as Estrelas

Dizem que as estrelas nascem em nuvens.Mas não qualquer nuvem.Nuvens densas, carregadas, turbulentas.É no caos do céu que a luz se acende. Com as pessoas, é igual. A Menina Selvagem — agora contadora de histórias, jardineira de…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 19: Onde Nascem as Estrelas
Dizem que as estrelas nascem em nuvens.Mas não qualquer nuvem.Nuvens densas, carregadas, turbulentas.É no caos do céu que a luz se acende. Com as pessoas, é igual. A Menina Selvagem — agora contadora de histórias, jardineira de feridas, feiticeira de si mesma —tinha entendido.O que a queimava por dentro não era raiva.Era força mal contida.Era luz tentando encontrar saída. E onde ela andava, outras luzes começavam a piscar.Primeiro tímidas.Depois em constelação. As crianças que a ouviram plantaram suas sementes.E de cada ponto de dor, brotava algo:
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September 17, 2025 at 3:06 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 18: O Primeiro Dia do Resto da Vida

Não houve fogos de artifício.Não houve coroa, nem tapete vermelho.Mas havia uma brisa suave, que cheirava a liberdade. Naquele dia, a Menina Selvagem acordou diferente.Ou talvez, pela primeira vez, simplesmente acordada. O…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 18: O Primeiro Dia do Resto da Vida
Não houve fogos de artifício.Não houve coroa, nem tapete vermelho.Mas havia uma brisa suave, que cheirava a liberdade. Naquele dia, a Menina Selvagem acordou diferente.Ou talvez, pela primeira vez, simplesmente acordada. O mundo ainda tinha suas durezas:as contas, as filas, os ruídos que tentam calar o silêncio interior. Mas dentro dela, algo havia mudado.Era como se um fio invisível a ligasse ao que é verdadeiro.E esse fio não podia mais ser cortado. Ela andava pela cidade com o mesmo corpo,mas agora era como se seus passos deixassem rastros de flor.
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September 16, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 17: A Última Chave

A noite caiu com um tipo diferente de escuridão.Não era medo.Era pausa.Era o mundo prendendo o fôlego, como quem sabe que algo precioso está prestes a acontecer. A Menina Selvagem — agora mulher, mas ainda com terra nos pés e estrela nos…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 17: A Última Chave
A noite caiu com um tipo diferente de escuridão.Não era medo.Era pausa.Era o mundo prendendo o fôlego, como quem sabe que algo precioso está prestes a acontecer. A Menina Selvagem — agora mulher, mas ainda com terra nos pés e estrela nos olhos —sentiu o chamado.Veio não como som, mas como memória:um sussurro de infância esquecida,um olhar de dentro do espelho,um eco antigo dizendo: “Ainda estou aqui. Me encontra?” Ela caminhou até o topo da Colina dos Ecos,onde, dizem, cada passo ecoa o que você ainda não escutou em si.
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September 15, 2025 at 3:03 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 16: A Cidade Que Ouviu o Jardim

No início, a cidade resistiu.Como todo corpo que se acostumou à rigidez,ela se encolheu ao primeiro toque de vida. O concreto tentou sufocar as raízes.As sirenes gritaram mais alto que os sorrisos.Os relógios apressaram os…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 16: A Cidade Que Ouviu o Jardim
No início, a cidade resistiu.Como todo corpo que se acostumou à rigidez,ela se encolheu ao primeiro toque de vida. O concreto tentou sufocar as raízes.As sirenes gritaram mais alto que os sorrisos.Os relógios apressaram os passos de quem parava para escutar um passarinho. Mas o Jardim era paciente.E onde há rachadura, há caminho. Tudo começou com um menino que plantou uma flor no vão da calçada.Chamaram de “ato de vandalismo verde”.Mas no dia seguinte, outra flor apareceu. Depois, uma mulher dançou no ponto de ônibus.
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September 14, 2025 at 3:04 AM
A traição destrói a confiança. Mas e se os escombros fossem a base para algo mais forte? Meu novo texto fala sobre a jornada da reconstrução,…

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September 13, 2025 at 3:06 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 15: O Jardim Onde Nascem os Nomes Perdidos

Havia um lugar que não constava em mapa algum.Não se chegava lá com bússola,mas com saudade. Saudade de si. Era o Jardim.Um campo silencioso, mas cheio de sussurros.Ali, brotavam flores com nomes —mas não nomes…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 15: O Jardim Onde Nascem os Nomes Perdidos
Havia um lugar que não constava em mapa algum.Não se chegava lá com bússola,mas com saudade. Saudade de si. Era o Jardim.Um campo silencioso, mas cheio de sussurros.Ali, brotavam flores com nomes —mas não nomes comuns. Nada de “Joana”, “Carlos” ou “Rafael”. As flores traziam nomes como: “Dança-na-chuva”,“Aquela-que-ri-alto”,“Fogo-do-olhar-brilhante”,“Sementinha-teimosa”. Eram os nomes que as pessoas perderam quando começaram a caber.Quando foram chamadas de exageradas, dramáticas, preguiçosas, difíceis, sensíveis demais. Esses nomes foram arrancados e enterrados,mas como toda semente, esperavam o momento certo para germinar.
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September 12, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 14: Os Que Vieram Depois

Os ventos contavam histórias.Eram os ventos que dançavam pelas florestas novas, soprando palavras antigas com cheiros de terra e futuro. Diziam que, há muitos anos,uma menina gritou tão alto que o tempo escutou.E o tempo, curioso,…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 14: Os Que Vieram Depois
Os ventos contavam histórias.Eram os ventos que dançavam pelas florestas novas, soprando palavras antigas com cheiros de terra e futuro. Diziam que, há muitos anos,uma menina gritou tão alto que o tempo escutou.E o tempo, curioso, parou só um instante para ouvir melhor.Foi nesse instante que tudo mudou. Os que vieram depois não sabiam o que era “ser demais”.Porque nunca lhes disseram que sentir era um defeito. Eles choravam em público e eram abraçados.Eles dançavam sozinhos na rua e recebiam aplausos.Eles gritavam — não para ferir, mas para dizer “estou aqui, inteiro”.
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September 11, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 13: O Grito Que Plantou Uma Floresta

Não foi um grito de raiva. Foi um grito de verdade.O tipo de som que mora entre o peito e o céu da boca por anos,esperando o momento certo para nascer. A Menina Selvagem fechou os olhos.Inspirou como quem mergulha.E…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 13: O Grito Que Plantou Uma Floresta
Não foi um grito de raiva. Foi um grito de verdade.O tipo de som que mora entre o peito e o céu da boca por anos,esperando o momento certo para nascer. A Menina Selvagem fechou os olhos.Inspirou como quem mergulha.E gritou. Gritou tudo o que nunca pôde dizer.Gritou pela criança que teve medo de correr.Pela menina que se achava errada só por ser intensa.Pelo menino que engoliu o choro porque “homem não chora”.Pela alma de todos que um dia ouviram: “Para de exagerar.”
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September 10, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 12: O Conselho da Menina Selvagem

Ela veio descalça. O chão reconheceu seus passos antes de qualquer um.Era ela.Aquela que carregava a dor nos ombros,mas nunca deixou de ter o vento nos cabelos. A Menina Selvagem.Aquela que nunca pôde correr.Aquela que foi…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 12: O Conselho da Menina Selvagem
Ela veio descalça. O chão reconheceu seus passos antes de qualquer um.Era ela.Aquela que carregava a dor nos ombros,mas nunca deixou de ter o vento nos cabelos. A Menina Selvagem.Aquela que nunca pôde correr.Aquela que foi ensinada a calar, a se conter, a se dobrar em silêncio.Mas agora… era ela quem convocava. — “Chegou a hora,” — disse ela, com a voz firme como o tronco de uma árvore velha. A clareira se encheu de presenças.Crianças. Adultos. Jovens que não sabiam quem eram,
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September 9, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 11: A Rebelião dos Corações Livres

Não era uma revolução barulhenta.Não havia tochas, nem gritos, nem muros sendo derrubados. Era mais perigosa que isso. Era uma rebelião feita de escuta.De abraço sem pergunta.De dançar no meio da rua só porque a música…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 11: A Rebelião dos Corações Livres
Não era uma revolução barulhenta.Não havia tochas, nem gritos, nem muros sendo derrubados. Era mais perigosa que isso. Era uma rebelião feita de escuta.De abraço sem pergunta.De dançar no meio da rua só porque a música invisível tocava de novo. Começou com um pai que aprendeu a dizer “me desculpa” sem se engasgar.Uma mãe que, pela primeira vez, se sentou no chão para brincar sem pensar no relógio.Um avô que contou histórias antigas — e chorou no final, sem vergonha. As crianças, por sua vez, tomaram os espaços que sempre foram delas:
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September 8, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 10: Quando os Adultos Começam a Ouvir

No Reino, ainda envolto em folhas e estrelas, o impossível começou a germinar. Certa manhã, algo diferente aconteceu. Uma ave de penas cinzentas — como a névoa das memórias — pousou no tronco da árvore mais antiga.…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 10: Quando os Adultos Começam a Ouvir
No Reino, ainda envolto em folhas e estrelas, o impossível começou a germinar. Certa manhã, algo diferente aconteceu. Uma ave de penas cinzentas — como a névoa das memórias — pousou no tronco da árvore mais antiga. Trazia no bico um envelope selado com cera escarlate.A criança-coruja pegou com cuidado.A menina da coroa de folhas ajudou a abrir. Era uma carta. Mas não escrita em tinta.Era escrita em sentimento. Dizia: “Às crianças que não esqueci, Perdão. Por cada vez que mandei vocês se calarem,quando na verdade era eu quem não sabia mais falar.
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September 7, 2025 at 3:06 AM
Ela partiu. Apagou os rastros e me deixou para trás. Eu, no entanto, não pude ir. Como se vai embora de si mesmo quando o lar não era feito de paredes, mas de uma arquitetura de alma que agora me assombra?

Fiquei para conviver com a presença esmagadora da ausência dela. Não é um vazio. É uma…
Ela se foi
Ela partiu. Simples assim. Apagou os próprios rastros e deixou tudo para trás. As coisas, as pessoas, o ar que respirávamos juntas. Eu, no entanto, não pude partir. Não se abandona um lugar quando as fundações dele estão em você. Lares não são feitos de paredes, mas de tempo e de rotinas compartilhadas, uma arquitetura de alma que não se desmonta. Eu não tinha para onde voltar, porque já estava em casa. E como se vai embora de si mesmo? Então, fiquei. E fui forçada a conviver com a presença esmagadora da ausência dela.
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September 6, 2025 at 3:01 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 9: As Sementes do Despertar

Elas começaram pela margem do mundo. Ali onde os adultos caminhavam apressados demais para notar o céu,onde os risos eram tímidos e as ruas, duras.Ali, elas semearam. Cada criança levou algo do Reino:um punhado de pó de estrela,um…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 9: As Sementes do Despertar
Elas começaram pela margem do mundo. Ali onde os adultos caminhavam apressados demais para notar o céu,onde os risos eram tímidos e as ruas, duras.Ali, elas semearam. Cada criança levou algo do Reino:um punhado de pó de estrela,um desenho que curava feridas invisíveis,uma palavra perdida reencontrada no bolso. Escreviam em folhas de árvore encantadas:frases curtas, mas certeiras. “Você pode descansar.”“Você ainda é alguém mesmo quando não é produtivo.”“Sua criança interior não morreu. Ela só está com medo.”“Hoje você pode correr. E ninguém pode te prender.”
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September 5, 2025 at 3:05 AM
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 8: O Dia em que os Adultos Esqueceram o Caminho

Na manhã seguinte à Noite das Estrelas Desencantadas,o Reino acordou diferente. O vento sussurrava nomes antigos,as árvores balançavam como se celebrassem,e as crianças — com suas estrelas agora despertas —…
A Menina Que Brilhava Demais – Capítulo 8: O Dia em que os Adultos Esqueceram o Caminho
Na manhã seguinte à Noite das Estrelas Desencantadas,o Reino acordou diferente. O vento sussurrava nomes antigos,as árvores balançavam como se celebrassem,e as crianças — com suas estrelas agora despertas — começaram a lembrar de algo maior. — “Por que ninguém lá fora fala sobre isso?” — perguntou a criança-coruja.— “Por que nossos pais esquecem de brincar?” — quis saber o menino-com-asa.— “Por que eles gritam quando estão tristes, e se calam quando estão alegres?” — disse a menina da coroa de folhas. Foi então que a mulher do vento falou:
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September 4, 2025 at 3:05 AM