— Almeidinha, tu é muito doente!

— É tudo culpa do Flamengo.

(Uma voz oriunda do Centro do Universo) – Assume o teu B.O., vagabundo!

Como sou campeão em me contradizer, apelo ao terror psicológico, diga-se de passagem, por uma boa causa: só uma única vez, juro! Lavai: pelos poderes de José Roberto Wright, nós temos a força!!! +⬇️

Acho que só o Jânio Quadros e um outro presidente mais recente, talvez, precisaram usar a mesóclise para disfarçar e arrefecer a nulidade de algum vestígio de intelecto dentro das suas cabecinhas. Faltou a eles a minha dignidade, que preferi abraçar, comovido, a minha burrice. +⬇️

Agora, cobrança, sim! Ser chato pra caralho, cobrando, sim! Corneta liberada, sim! Mas violência, jamais!

Bom dia.

Sabe qual é a verdade? Eu tô velho e não cobro mais o Flamengo. E isso é o fim. Quem tá certo são esses caras; eles que mantêm a chama acesa. Malandro não se acomoda, e, com tudo, ainda tem uns que se criam, mas isso é o Flamengo. +⬇️

Pensem em todos os Dobermanns do mundo ao mesmo tempo, cada um levando uma ferroada de abelha no ovo, e você aparece nessa hora na frente deles, fantasiado de gatinho flu flu, dizendo que não foi nada, que nem doeu, e que a abelhinha só quis demonstrar afeto. Imaginou, mano velho? +⬇️

Esses camaradas, nos empates, agoniam mais do que dor de dente ou pedra nos rins, mas é nas derrotas que eles transcendem. +⬇️

Sabem tudo, conhecem tudo, dominam as técnicas mais apuradas de economia, administração, comunicação, medicina, curandeirismo, cerol em linha, vapor de chá, bife de fígado acebolado, tempo de forno do biscoito Globo, etc. e tal. +⬇️

E, assombrado, ouvi: a mensagem tinha a clareza de algo que poderia ter sido proferido com a dicção de um âncora de telejornal: "Não chega muito perto, Almeidinha, que eu te beijo. Ah, eu também sou Mengão!"

— Almeida, só pra constar: já tomou teu remedinho?

— Hummm!

Abaixei-me, coloquei meu ouvido muito próximo da boca do velho sapato e tinha certeza de que ele queria dizer algo. +⬇️

Mas, pasmem, corajosas leitoras que chegaram até aqui em um ato de altruísmo e generosidade, era a boca aberta de um velho sapato que tomava todo o bico e tinha o aspecto de abandono, sim, uma orfandade cravejada. +⬇️

Também não eram as bocas que caluniam, que enganam, que salvam, rezam, agradecem o que é vivo ou desdizem; nem as que mais de uma vez perdoam ou condenam. +⬇️

Eles que virão implorar pra jogar aqui. Dito isso, vou torcer pelo bairro, digo, pelo Botafogo, e em 2025, o campeonato carioca vai, em parte, engrandecer o mundial.

- Só faltou o Vasco, né, Almeida?

- Tô falando sério, aí você me mete essa, esculacha não, mané!

Onde já se viu ir contra nossos clubes em detrimento de outros? Nosso erário, nossa riqueza! Temos que ser régios; não é egoísmo termos um campeonato só nosso, grandioso, sem precisar jogar outro. +⬇️

- Antes de mais nada, sou carioca da gema. Sou solitário nessa jornada que considero extremamente auspiciosa: o fortalecimento do nosso campeonato local. Isso está até arejando a cabeça dos equivocados que acreditam que um mundial é mais importante que uma Taça Guanabara. +⬇️

Só que eu sou grossa e vou mandar o papo reto: Fogo nos racistas! E peguem a bola de ouro e façam pompoarismo no c#!

Bom dia.

E o jogo lhe perseguiu até o último minuto. Já na hora derradeira, ele disse que a luta era dos caralhos. Seu filho, que fazia companhia, parece ter entendido errado e retrucou: “Aqui é um hospital, eu não trouxe um baralho, papai!”

Fim.

“Para um amigo que me esbarra com olhos e aspecto de um cadáver de anteontem, ainda em febre de vivo, mas que não é suficiente para me convencer de que não se trata, na verdade, de uma alma penada.” +⬇️