Libertadores: Flamengo vinga derrota de 2021, se torna primeiro tetra, e 'chama' Palmeiras para dança das superpotências
O equilíbrio entre as duas superpotências do futebol sul-americano marcou a final da Libertadores, mas o primeiro tetracampeão do torneio continental é o Flamengo. O Rubro-negro voltou a erguer a taça em Lima, onde foi campeão em 2019, e se vingou do rival, algoz da decisão entre eles em 2021.
A vitória sobre o Palmeiras foi pelo placar mínimo de 1 a 0, com gol do veterano Danilo, novidade na escalação na vaga do zagueiro Léo Ortiz. O defensor de 34 anos, que voltou ao Brasil para o Flamengo nesta temporada, se tornou o terceiro jogador rubro-negro a marcar em finais, após Zico (1981) e Gabigol (2019 e 2022).
Em sua quarta final em sete anos, o Flamengo leva o título pela terceia vez, e coroa uma gestão de sucesso no futebol, após elevar suas receitas para quase R$ 2 bilhões por ano. A disputa pelo primeiro tetra, com cara de revanche, reserva pela frente nobos embates, diante do poderio semelhante do Palmeiras.
O clube paulista chegou até a sua terceira decisão em cinco anos, tendo ganhado duas. Todas com o técnico Abel Ferreira, que está esse tempo todo no comando e vai renovar até 2027. No Flamengo, a troca de treinadores foi marca, mas Filipe Luís foi o primeiro a completar um ano com títulos e bom futebol, e também tem sua permanência negociada.
Embora o jogo não tenha sido tecnicamente tão bom, a final em Lima foi bem disputada, e deixou para trás as polêmicas extracampo. O lance que gerou debate foi uma agressão de Pulgar em Bruno Fucks, que o árbitro deu apenas cartão amarelo, para a reclamação do Palmeiras. Fora isso, as disputas de bastidores não só sobre arbitragem, mas outros temas estratégicos, ficaram de fora.
Na semana da final, com o Brasileiro encaminhado para o Flamengo, o Palmeiras tentou uma última cartada, preservando seus titulares nos pontos corridos. A estratégia gerou um time aguerrido em Lima, mas o jogo teve mais momentos de domínio do Flamengo, que chegou como merecido favorito.
Momentos bons para cada lado
Com estratégias distintas, o Flamengo teve Danilo como novidade no lugar de Ortiz, e no ataque Samuel Lino foi escolhido por Filipe Luis. Já o Palmeiras até demorou a soltar a escalação, mas não teve surpresas. Com Fucks como terceiro zagueiro e Veiga no meio, Allan era um coringa na direita.
O jogo teve momentos distintos. O Flamengo começou melhor. Se posicionou com a marcação adiantada para forçar passe longo. E usou Pulgar e Varela para as interceptações e duelos pela direita, enquanto Alex Sandro e Lino fechavam na esquerda.
A postura resultou em duas finalizações rubro-negras nos primeiros 15 minutos. A primeira com Arrascaeta, depois de arrancada de Lino em uma das roubadas. Na outra, Bruno Henrique escapou livre e chutou por cima.
O Palmeiras respondeu aos 20 minutos. Murilo desarmou Carrascal, Veiga adiantou o passe para Flaco López, e depois de abertura na direita o cruzamento assustou a defesa do Flamengo, mas Vitor Roque cabeceou fraco.
A segunda metade do primeiro tempo foi mais do Palmeiras. Que por pouco não ficou com um jogador a mais. Após falta de Fucks em Arrascaeta, Pulgar chutou a canela do adversário sem bola, e por levou amarelo, escapando da expulsão.
Minutos depois, com o Palmeiras mais arisco e avançando suas linhas, foi a vez de Jorginho tomar o cartão amarelo. O Flamengo não tinha mais a força para pressionar a saída do adversário, e se via obrigado a parar as jogadas.
Demorou, mas o Flamengo voltou ao ataque com perigo. Carrascal fez boa jogada, tocou para Bruno Henrique, que saiu livre pela esquerda, e tentou achar Samuel Lino por dentro, mas houve desvio. Só que e etapa inicial terminou com o Palmeiras melhor, principalmente pela intensidade mantida por Vitor Roque, que deu muito trabalho para Danilo e Varela.
Flamengo usa arma do Palmeiras
Na volta do intervalo sem mudanças, o jogo voltou igual. O primeiro lance de perigo foi do Palmeiras, que trocou passes no ataque e mais uma vez tentou jogada em Vitor Roque, travado.
Na sequência, resposta do Flamengo. Em erro de Murilo, que deixou a bola escapar, Bruno Henrique tocou para Arrascaeta, que chutou cruzado, mas foi bloqueado por Gustavo Gomez. O jogo ficou mais aberto.
Houve boa movimentação e ambos os lados, sempre em subidas pelas pontas. Pelo Flamengo, Bruno Henrique era o mais acionado. No Palmeiras, além de Roque, Allan ganhou projeção vindo de trás, em contra-ataques velozes. Mas faltava uma melhor pontaria. Os meias Arrascaeta e Veiga apareciam pouco.
Até que em uma sequências de bolas cruzadas na área, veio o gol do Flamengo. Danilo subiu sozinho e testou sem chances para Carlos Miguel, em estratégia que até então era mais utilizada pelo Palmeiras. Ironicamente, o mesmo defensor rubro-negro quase entregou o gol de empate, em falha não aproveitada em seguida.
Depois do gol, o jogo ganhou em emoção. O Palmeiras se atirou ao ataque de vez. E o Flamengo se superou para defender sua área com a defesa quase toda pendurada. É tetra!