Sou uma impudência a mesa posta
De um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
A poesia é para comer.”
100 anos da magnífica e imortal Natália.
Sou uma impudência a mesa posta
De um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
A poesia é para comer.”
100 anos da magnífica e imortal Natália.
Senhores juizes que não molhais
A pena na tinta da natureza
Não apedrejeis meu pássaro
Sem que ele cante minha defesa.
Sou um instantâneo das coisas
Apanhadas em delito de paixão
A raiz quadrada da flor
Que espalmais em apertos de mão.
(…)
Senhores juizes que não molhais
A pena na tinta da natureza
Não apedrejeis meu pássaro
Sem que ele cante minha defesa.
Sou um instantâneo das coisas
Apanhadas em delito de paixão
A raiz quadrada da flor
Que espalmais em apertos de mão.
(…)
Senhores heróis até aos dentes
Puro exercício de ninguém
Minha cobardia é esperar-vos
Umas estrofes mais além.
Senhores três quatro cinco e sete
Que medo vos pôs por ordem?
Que pavor fechou o leque
Da vossa diferença enquanto homem?
(…)
Senhores heróis até aos dentes
Puro exercício de ninguém
Minha cobardia é esperar-vos
Umas estrofes mais além.
Senhores três quatro cinco e sete
Que medo vos pôs por ordem?
Que pavor fechou o leque
Da vossa diferença enquanto homem?
(…)
Senhores professores que pusestes
A prémio minha rara edição
De raptar-me em crianças que salvo
Do incêndio da vossa lição.
Senhores tiranos que do baralho
De em pó volverdes sois os reis
Sou um poeta jogo-me aos dados
Ganho as paisagens que não vereis.
(…)
Senhores professores que pusestes
A prémio minha rara edição
De raptar-me em crianças que salvo
Do incêndio da vossa lição.
Senhores tiranos que do baralho
De em pó volverdes sois os reis
Sou um poeta jogo-me aos dados
Ganho as paisagens que não vereis.
(…)
Sou em código o azul de todos
(Curtido couro de cicatrizes)
Uma avaria cantante
Na maquineta dos felizes.
Senhores banqueiros sois a cidade
O vosso enfarte serei
Não há cidade sem o parque
Do sono que vos roubei.
(…)
Sou em código o azul de todos
(Curtido couro de cicatrizes)
Uma avaria cantante
Na maquineta dos felizes.
Senhores banqueiros sois a cidade
O vosso enfarte serei
Não há cidade sem o parque
Do sono que vos roubei.
(…)