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Longa-metragem também venceu no Equador e compete em festival na Hungria Um filme escrito e rodado na casa de um diretor estreante na Praia dos Amores foi bem além do mar que banha aquele cenário. Na verdade, atravessou o Oceano Atlântico e foi ser premiado em Cannes, na França, no World Film Festival, disputa que tem como objetivo promover o cinema independente e revelar novos talentos. O longa-metragem “No silêncio”, escrito e dirigido por Alexandre Britto, venceu nas categorias Melhor Cineasta Estreante e Melhor Longa-metragem de Suspense. O prêmio é dado mensalmente, e a produção venceu a edição de maio. Agora, entra na disputa anual, que terá cerimônia no próximo dia 28 de junho. Bienal do Livro além do 'óbvio': Veja oito atrações para aproveitar na feira Veja fotos de 'The Friends experience': Chegou a hora de o público carioca relembrar Rachel, Monica, Joey, Phoebe, Ross e Chandler — A França é o país do cinema simbolicamente. Se pensarmos em uma data, ele começou com os irmãos Lumière (com a primeira exibição da História, em 1895, em Paris). É um país que remete a uma intelectualidade, e Cannes é uma cidade que tem toda uma história no cinema — vibra Britto, morador da Barra desde que nasceu. O realizador destaca ainda a coincidência de ter ganhado a premiação na mesma época em que acontecia o tradicional Festival de Cannes. A expectativa agora é que o longa entre mostra Remember the Future, promovida pelo World Film Festival no circuito local, o que depende de um acordo com a organização do prêmio, para que a data de exibição não prejudique a participação de “No silêncio” em outros festivais. Cena do filme 'No silêncio', de Alexandre Britto Karen Gadret A história escrita por Alexandre Britto aborda relações problemáticas na indústria do audiovisual. Seu próprio porão virou o cenário da casa de uma das personagens, e outros pontos da Praia dos Amores e da Praia da Barra também serviram de locação. — É um tema muito delicado, com a história de um diretor sádico. Os festivais precisaram ter coragem para apresentar este filme, que fala do seu próprio universo. Foi o caso deste na França e da Mostra Brasileira Independente de Cinema de Rua, no Rio, em que vencemos como Melhor Filme pelo júri popular, em outubro — destacou ele. A opção por rodar a história em casa e em locações conhecidas foi pensada para reduzir custos, mas também para que todas as cenas pudessem ser muito bem ensaiadas antes da filmagem. “No silêncio” tem alguns longos planos sequência, nome dado à cena que é filmada toda de uma só vez, sem cortes. Este recurso foi muito debatido no meio com o recente lançamento da série “Adolescência”, que também se vale disso. — Foram quase dois meses em ensaio. A câmera provoca um desequilíbrio, como se fosse um olho do público, transitando na casa. O espectador presencia diálogos e cenas que não poderia ver, como se elas fossem proibidas — explica Britto. Além de vencer a mostra na França e também ter passado pela 16ª Mostra O Amor, a Morte e as Paixões, em Goiânia, o filme venceu na última quinta-feira (12/6) como Melhor Longa de Ficção no 9º Portoviejo Festival, no Equador, e disputa os prêmios do júri e do público no Malter Filmfesztivál, na Hungria. Cartaz do filme 'No silêncio' Divulgação O roteirista e diretor Alexandre Britto Clarice Alves